BOLSA DE TÓQUI FECHA EM BAIXA DE 6,18%

PAULO MELO CORUJA NEWS

Bolsa de Tóquio fecha em baixa de 6,18%

Nos primeiros dez minutos de pregão, bolsa já apontava queda de 5%.
Banco Central do Japão anunciou injeção de US$ 85 bi na economia.

Do G1, com informações da France Presse

O índice Nikke, referência para o mercado japonês de ações na Bolsa de Valores de Tóquio fechou, nesta segunda-feira (14), em baixa de 633,94 pontos, que representa queda 6,18%, aos 9.620,49 pontos, em seu primeiro pregão após o terremoto seguido por tsunami de sexta-feira (11). Os dois fenômenos devastaram parte do país, em especial zonas do litoral nordeste, provocando centenas de mortes, destruição e uma crise nuclear.
O índice Topix, que reúne todos os valores da primeira sessão, caiu 68,55 pontos (7,46%), para 846,96 pontos.
Logo nos primeiros dez minutos de negociações, o índice Nikkei já acenava prejuízos na casa de 5%.
Neste domingo (13), o governo japonês informou que a bolsa de Tóquio, Osaka e outros mercados financeiros do Japão iriam reabrir normalmente nesta segunda.
Em Tóquio, a bolsa abriu regularmente às 9h do horário local do Japão.
Imagens de satélite divulgadas neste domingo (13) tiradas pelo satélite GeoEye-1 mostram a costa da cidade japonesa de Sendai em 15 de novembro de 2009 (à esquerda) e neste sábado (12), depois de ser atingida pelo tsunami provocado pelo terremoto de magni (Foto: REUTERS/GeoEye

)Imagens de satélite divulgadas neste domingo (13) tiradas pelo satélite GeoEye-1 mostram a costa da cidade japonesa de Sendai em 15 de novembro de 2009 (à esquerda) e neste sábado (12), depois de ser atingida pelo tsunami provocado pelo terremoto de magni (Foto: REUTERS/GeoEye )
O ministro dos Serviços Financeiros, Shozaburo Jimi, disse em comunicado que as autoridades acompanhariam de perto as operações para se assegurar contra qualquer manipulação de mercado por causa do desastre.
Na sexta-feira, os mercados asiáticos, que já caíam antes do desastre, teve queda levemente maior. O índice Nikkei caiu 1,7%. Ações em Londres, Frankfurt e Paris fecharam em queda de menos de 1%.
Injeção de US$ 85 bi na economia
O Banco do Japão (BOJ, banco central japonês) anunciou nesta segunda que injetará 7 trilhões de ienes (US$ 85,848 bilhões) no sistema bancário japonês para garantir a estabilidade financeira do país e tentar acalmara o mercado após a tragédia da sexta-feira.
O montante foi muito mais alto do que a quantia entre 1 e 2 trilhões de ienes usualmente injetada pela autoridade em outros eventos importantes do mercado, o que indica a determinação do banco central em manter o custo de empréstimo baixo e estável.
A autoridade monetária central japonesa está disposta a fazer tudo o que for necessário para acalmar os mercados e assegurar a liquidez durante a maior crise desde a Segunda Guerra Mundial, tal como a definiu o primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan.
Esta nova injeção de urgência vem depois que no domingo o governador do BOJ, Masaaki Shirakawa, anunciou que a instituição emissora japonesa proporcionaria "ampla liquidez" no sistema bancário do país.
O BOJ já assinalou que injetou 55 bilhões de ienes em 13 instituições financeiras do nordeste do país que foi devastado pelo terremoto. Além disso, a instituição emissora japonesa manterá nesta segunda-feira uma reunião para estudar as taxas de juros, que foi recortada para um só dia em vez dos dois frequentes devido ao terremoto.
A entidade japonesa já tinha avisado em dias anteriores que estava disposta a apoiar às instituições financeiras da área afetada pelo tremor e pelo posterior tsunami para que fossem capazes de responder às necessidades de retiradas de depósitos "de forma fluente".
Alta na moeda
A valorização do iene, moeda local  do Japão, também reflete os efeitos do terremoto e do tsunami sobre o mercado financeiro. Pouco depois das 8h30 desta segunda, hora de Tóquio (20h30 de domingo, hora de Brasília), o dólar valia 81,25 ienes contra 81,91 ienes às 19h de sexta, em Nova York.
O euro era negociado a 113,28 ienes contra 113,89 ienes na sexta, no encerramento das operações nos Estados Unidos.
As operações de câmbio começaram às 7h locais de Tóquio de forma estável, mas em 15 minutos o dólar caiu paara 80,60 ienes, seu nível mais baixo em quatro meses, enquanto o euro chegou a ser trocado a 112,47 ienes.
Um encarregado do Ministério das Finanças advertiu que as autoridades tomariam "medidas decisivas, se necessário", o que significa que venderão ienes no mercado para baixar o valor da divisa caso aumente muito.