COALIZÃO ATINGE UMA DAS UNIDADES 'MAIS LEAIS' A KADAFI, DIZ PENTÁGONO

PAULO MELO CORUJA NEWS

Coalizão atinge uma das unidades 'mais leais' a Kadhafi, diz Pentágono

Comandante afirma que não há relatos confirmados sobre mortes de civis.
EUA ainda não estão ajudando os rebeldes diretamente, diz vice-almirante.

Do G1, com agências internacionais
A coalizão que ataca as forças pró-Muammar Kadhafi na Líbia atingiu o quartel-general de uma das unidades militares mais leais ao ditador, e uma das mais ativas em atacar civis, disse nesta segunda-feira (28), sem entrar em detalhes, o diretor do Estado Conjunto das Forças Armadas dos EUA, vice-almirante Bill Gortney.
Ele disse que a coalizão disparou seis mísseis de cruzeiro Tomahawk nas últimas 24 horas e fez 278 incursões aéreas, muitas relacionadas a ataques às forças de Kadhafi.
O vice-almirante reforçou que o Pentágono não tem relatos confirmados sobre mortes de civis em bombardeios das forças da coalizão, ao contrário do que afirma o governo líbio.
Ele também negou que os EUA estejam ajudando diretamente os rebeldes que, desde 15 de fevereiro, tentam derrubar o governo Kadhafi, mas disse que, claramente, os rebeldes estão se beneficiando militarmente dos bombardeios aliados.
Carro destruído durante confrontos na cidade líbia de Misrata é visto nesta segunda-feira (28) (Foto: Reuters)Carro destruído durante confrontos na cidade líbia de Misrata é visto nesta segunda-feira (28) (Foto: Reuters)
Apesar disso, Gortney qualificou os ganhos militares dos rebeldes nos últimos dias de "tênues".
Ele afirmou que o Pentágono ainda tem poucas informações sobre quem são os rebeldes.
Mais cedo nesta segunda, militares franceses afirmaram ter bombardeado um centro de controle das tropas pró-Kadhafi próximo à capital, Trípoli.
Os bombardeios aliados continuavam na noite desta segunda-feira em duas cidades ao sul de Trípoli, e também num subúrbio da captal, segundo a TV estatal do país e a agência Jana.
Ao mesmo tempo que mantêm a pressão militar sobre Kadhafi, os aliados também continuam com a ofensiva diplomática para convencê-lo a sair do poder.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o premiê britânico, David Cameron, voltaram a pedir a renúncia de Kadhafi e voltaram a reconhecer o "papel pioneiro" do conselho rebelde e a endossá-lo no futuro processo de transição no país.
Uma reunião na terça-feira deve começar a definir o panorama política de uma possível Líbia pós-Kadhafi.
O ex-ministro da Justiça Mustafá Abdeljalil, hoje no conselho rebelde, disse que o grupo oposicionista tem a intenção de julgar Kadhafi no próprio país por seus supostos crimes de guerra. O regime já é investigado pelo Tribunal Penal Internacional, de Haia.
Confrontos na Líbia 28/03 (Foto: Editoria de Arte / G1)