DUAS VAGAS NA SELEÇÃO DE MANO

PAULO MELO CORUJA NEWS

BBC Esportes

Duas vagas na seleção de Mano

O técnico Mano Menezes deu no domingo, em Londres, alguns sinais claros de que já formou o time que disputará a Copa América, um dos três grandes torneios que a Seleção jogará até a Copa de 2014 (além das Olimpíadas de 2012 e da Copa das Confederações de 2013).
Enquanto a defesa parece estar fechada, Mano ainda precisa preencher duas vagas no setor ofensivo até o dia 3 de julho, quando o Brasil estreia contra a Venezuela, em La Plata.
A base do time de Mano é bastante parecida com o time que entrou em campo em Londres no domingo contra a Escócia. Mano demorou mais de 70 minutos para fazer a primeira substituição, testando outras opções.
Neymar
No gol, o goleiro Victor deu lugar a Júlio César nos últimos dois amistosos, e é difícil acreditar que Mano mude de ideia até julho. Jefferson, presente em todas as convocações recentes, também parece seguro no posto de terceiro goleiro.
No setor defensivo, a única novidade no domingo foi a não-escalação de David Luiz, um dos jogadores frequentes nas convocações da Era Mano. O zagueiro do Chelsea assistiu do banco à volta de Lúcio, que por sua experiência, liderança e boa forma é candidato natural ao posto de titular de Mano. Thiago Silva, que vinha dividindo o setor com David Luiz antes da volta de Lúcio, jogou pela terceira vez seguida como titular de Mano.
Nas laterais, Marcelo e Maicon foram chamados, mas Mano optou por Daniel Alves e André Santos como titulares, como já havia feito nos últimos dois amistosos do Brasil. Maicon, que era titular na Era Dunga, vê agora o lateral-direito do Barcelona se firmar na posição. Já André Santos teve boa atuação contra a Escócia, com participação importante no belo gol de Neymar. Marcelo, que teria recebido chance no time no domingo, machucou-se no treino. Talvez exista aqui uma possibilidade de mudanças até julho.
Do meio para a frente é onde Mano Menezes ainda faz testes. Entre os volantes, Lucas Leiva é o jogador preferido do técnico, titular em todas as ocasiões. Ontem Ramires foi escalado ao seu lado, mas Sandro e Elias também têm entrado durante as partidas.
Se Ganso, que está retornando de lesão no Santos, e Neymar continuarem jogando o futebol que os tornou famosos, há poucas dúvidas de que eles serão os titulares brasileiros na Copa América. Sobrariam então apenas duas vagas no ataque e no meio campo brasileiro.
Para o meio, Mano convocou nada menos do que nove jogadores diferentes nos últimos três amistosos (Elano, Douglas, Philippe Coutinho, Ronaldinho Gaúcho, Hernanes, Anderson, Lucas, Renato Augusto e Jádson). Alguns destes jogadores são também opções defensivas, podendo atuar como volantes.
Outros não estiveram bem nos momentos em que foram chamados, como foi o caso de Ronaldinho Gaúcho, Hernanes e Douglas, ou até mesmo Jádson, que foi discreto na vitória de domingo contra a Escócia. O destaque do amistoso foi o jovem Lucas, do São Paulo, que tem bom entrosamento com seu companheiro de Sub-20, Neymar.
Outro posto incompleto é o de atacante, para jogar ao lado do incontestável Neymar. Pato e Robinho são os favoritos, com Mano já tendo manifestado preferência pelo último. Mas a convocação de cinco atacantes diferentes nos últimos três amistosos (Jonas, Leandro Damião, Nilmar, Hulk e André) é um indício de que ainda há espaço para mudanças na frente.
O próximo teste da Seleção será no dia 4 de junho no Serra Dourada contra a Holanda, e promete ser mais interessante para se avaliar o desempenho dos jogadores. Depois disso, o Brasil joga apenas mais uma vez antes da Copa América, no dia 7 no Pacaembu, contra a Romênia, mas desta vez em clima de festa, para a despedida de Ronaldo Nazário.

Novo ano na F1, novas regras

Michael Schumacher, da Mercedes
A temporada 2011 de F-1 deveria começar neste final de semana, mas devido a instabilidade política no Bahrein no último mês a estreia foi adiada para o próximo dia 27, na Austrália.
Boa notícia para as equipes que estão com problemas para acertar seus carros em tempo para a primeira corrida, como é o caso da McLaren, que parece estar ficando para trás na competição com Red Bull e Ferrari.
E as equipes precisarão trabalhar muito neste começo de temporada, pois há mudanças drásticas no regulamento e especificações técnicas deste ano.
Aproveitando a folga inesperada nesta semana, a BBC - que transmite as corridas aqui na Grã-Bretanha - escalou seus comentaristas para discutir três das principais novidades da temporada 2011.
Pneus Pirelli: Nenhuma das mudanças deve ter impacto tão grande quanto a introdução dos novos pneus Pirelli, que substituirá a Bridgestone. Os novos pneus se desgastam muito mais, o que obrigará os pilotos a fazerem entre três a quatro pitstops por corrida. Na temporada passada, os pneus duravam tanto que alguns pilotos paravam nos boxes apenas porque o regulamento os obrigava.
O ex-piloto e comentarista Martin Brundle diz que a mudança já pode ser percebida nos testes. Em um deles, em Barcelona, Michael Schumacher, da Mercedes, conseguiu ultrapassar Rubens Barrichello, da Williams, e ganhar 5 segundos de vantagem em apenas três voltas devido a diferença no desgaste dos pneus dos dois carros.
Com diferenças tão grandes, o desempenho dos carros na pista se tornaria ainda mais imprevisível. Isso sem contar que algumas corridas poderão ter entre 70 e 100 pitstops no total, um número para enlouquecer mecânicos, estrategistas e narradores.
Brundle lembra que pneus mais desgastados tornarão a pista mais suja, o que dificultará ainda mais o trabalho dos pilotos na pista.
Volta do KERS: Um dos fatores polêmicos da temporada de 2009 está de volta. O KERS, o sistema de reaproveitamente de energia que ajuda os pilotos nas ultrapassagens, está de volta. Algumas equipes achavam que o sistema não compensava em 2009, pois o carro ficava muito pesado, mas a FIA aumentou o peso mínimo dos carros em 20 kg, para 640 kg, na esperança de que mais equipes usem o KERS.
Segundo Brundle, a mudança pode facilitar ultrapassagens, tornando as corridas mais emocionantes, mas não será tão decisiva para se ganhar GPs quanto a mudança de pneus.
Para o ex-diretor de equipe, Eddie Jordan, a mudança é cara e inútil, e só está sendo introduzida por lobby de uma ala da F1 que defende que o esporte deve ser mais ecológico, já que o KERS adiciona energia ao carro sem consumir combustível.
Asa traseira móvel: Esta é mais uma mudança para se favorecer ultrapassagens. Nas corridas, quando um carro estiver a menos de um segundo de outro na pista, o piloto poderá ajustar a asa traseira móvel através de um controle no cockpit. Essa mudança, combinada com o KERS, dará mais velocidade para o carro que busca a ultrapassagem.
Alguns pilotos, como o atual campeão Sebastian Vettel, reclamam que se está introduzindo cada vez mais funções para os pilotos, e que dirigir um carro de F1 está virando uma tarefa complexa demais, com tantos botões e malabarismos dentro do cockpit. O ex-piloto e comentarista David Coulthard diz que isso já é uma tendência que vem acontecendo há anos, mas que, com o tempo, os pilotos não se importam de aprender novos truques, se isso os ajudar a ganhar vantagens na pista.
Já Barrichello levantou recentemente uma preocupação sobre a segurança dos pilotos. O uso da asa traseira móvel é liberado durante treinos classificatórios. Rubinho teme que, com o uso indiscriminado do sistema durante as curvas, mais acidentes em alta velocidade acontecerão nos treinos.

Barcelona, o melhor de todos os tempos?

O time do Arsenal não é ruim. Longe disso. É um dos melhores da Europa, principalmente do meio campo para a frente.
Mas é uma grande ilusão pensar que pode entrar no Camp Nou, se trancar na defesa e segurar o Barcelona por 90 minutos, mantendo o placar sem gols para garantir a classificação para as quartas-de-final da Liga dos Campões.
A pequena vantagem do Arsenal tinha sido assegurada pela vitória de 2 a 1 obtida na partida de ida disputada em Londres.
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Mas a postura defensiva em campo fez com que o time inglês fosse totalmente envolvido pelo interminável toque de bola do Barcelona, principalmente depois da expulsão do atacante holandês Van Persie, no começo do segundo tempo.
Não acredito que o Barcelona deixasse de se classificar se Van Persie não tivesse recebido o segundo cartão amarelo por ter chutado a bola depois do juiz ter apitado impedimento. Mas, claro que jogando contra 10 ficou mais fácil ainda e o placar final de 3 a 1 foi pouco pelo que se viu.
A verdade é que só deu Barcelona. Os números da partida dão uma boa ideia do domínio catalão.
Enquanto o Barcelona teve 19 "tentativas de gol" (muitas delas que terminaram cara a cara com o goleiro Almunia) o Arsenal não teve nenhuma. O gol do time inglês foi marcado contra pelo meio-campo improvisado de zagueiro de área, Sergio Busquets.
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Após a partida, o técnico do Arsenal, Arsene Wenger, disse ironicamente que o Barça deveria dar parabéns ao juiz, sugerindo que a vitória se devia à expulsão de Van Persie.
O técnico do Barcelona, Pep Guardiola, retrucou dizendo que essa era apenas uma forma de se analisar o resultado, mas que ele preferia entender a vitória a partir do domínio de seu time.
Exagerando a estatística, Guardiola acrescentou que em nenhum momento do jogo, o Arsenal conseguiu trocar mais de três passes sem ter a bola roubada por um jogador do Barça.
Já há quem diga que esse Barcelona é o melhor time de todos os tempos.
Inegavelmente, a equipe de Guardiola tem uma mentalidade que une coletivo à competição total, com os jogadores mostrando a mesma disposição para atacar e defender.
A excelente forma do time e o ótimo entendimento entre Xavi, Iniesta, Messi e Daniel Alves garantem que novos títulos virão.
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Mas será que a eficiência já supera a de times lendários como o Santos de Pelé, o Real Madrid de Di Stefano e Puskas, o Bayern de Beckembauer e o Ajax de Cruyff?