PAULO MELO CORUJA NEWS
Londrina
Fábio Silveira, do Jornal de Londrina
Vinte e três pessoas foram indiciadas no inquérito policial da Operação Antissepsia, encaminhado ontem à 3.ª Vara Criminal de Londrina pelo delegado Alan Flore, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A partir de hoje passa a contar o prazo de cinco dias úteis para que o Ministério Público (MP) se manifeste, oferecendo à Justiça denúncia contra os indiciados ou arquivando o inquérito que apurou desvios de verbas da saúde na prefeitura de Londrina. Os indiciamentos foram por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e estelionato.
O delegado afirmou que os 23 indiciados são todos os envolvidos no caso que tiveram prisões temporárias decretadas. Isso significa que, ao menos neste momento, a primeira-dama de Londrina, Ana Laura Lino, não será indiciada. Ela foi acusada, em depoimentos, de ser uma das chefes do esquema que desviava dinheiro da saúde por meio da contratação, pela prefeitura, de organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips, entidades privadas) para serviços que não era prestados.
A fraude, segundo o Gaeco, ocorria por meio da emissão de notas frias ou superfaturadas de prestação de atividades. O Gaeco ainda não conseguiu mensurar, por exemplo, quanto o esquema teria desviado dos cofres públicos.
Alan Flore, porém, não descartou a possibilidade de outras pessoas envolvidas no esquema virem a ser indiciadas. O delegado contou que o inquérito, que já tem 1.083 páginas, constatou que havia dois grupos independentes que desviavam recursos por meio de duas Oscips contratados pela prefeitura de Londrina para atuar na área da saúde – os institutos Atlântico e Gálatas. Segundo ele, na maioria dos casos, os indiciados agiam como grupos distintos e haveria algumas pessoas que participavam das irregularidades nos dois grupos.
Um exemplo seria o do ex-procurador Fidélis Canguçu, que de acordo com o inquérito, teria recebido pelo menos R$ 115 mil em propina. Seriam R$ 65 mil do Atlântico (um Ford Fusion, de R$ 45 mil; um Golf, de R$ 17 mil; e R$ 3 mil em depósito na conta da esposa dele) e R$ 50 mil do Gálatas.
Os membros do Conselho Municipal de Saúde teriam recebido valores diferentes de pelo menos um dos institutos, o Gálatas, para trabalhar pela aprovação da sua contratação pelo município. Segundo o inquérito, o conselheiro Marcos Ratto recebeu R$ 4.500. Joel Tadeu teria ficado com R$ 15 mil. O delegado não informou se os dois teriam recebido propina do Instituto Atlântico.
O prefeito Barbosa Neto (PDT) não foi citado em nenhum depoimento como participante do esquema e não foi indiciado pelo Gaeco.
Baixas
As investigações que resultaram na Operação Antissepsia foram iniciadas há cerca de quatro meses. Desde que a operação foi deflagrada, há 21 dias, 23 mandados de prisão temporária foram expedidos. Ainda há seis pessoas presas.
O secretariado do prefeito Barbosa Neto teve duas baixas nesse período: ex-procurador Fidélis Canguçu, que foi preso e exonerado; e Lindomar dos Santos (Fazenda), que pediu para sair depois de ter sido citado em um depoimento.
Londrina
Gaeco indicia 23 por desvio de verba
Fábio Silveira, do Jornal de Londrina
Vinte e três pessoas foram indiciadas no inquérito policial da Operação Antissepsia, encaminhado ontem à 3.ª Vara Criminal de Londrina pelo delegado Alan Flore, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A partir de hoje passa a contar o prazo de cinco dias úteis para que o Ministério Público (MP) se manifeste, oferecendo à Justiça denúncia contra os indiciados ou arquivando o inquérito que apurou desvios de verbas da saúde na prefeitura de Londrina. Os indiciamentos foram por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva e estelionato.
O delegado afirmou que os 23 indiciados são todos os envolvidos no caso que tiveram prisões temporárias decretadas. Isso significa que, ao menos neste momento, a primeira-dama de Londrina, Ana Laura Lino, não será indiciada. Ela foi acusada, em depoimentos, de ser uma das chefes do esquema que desviava dinheiro da saúde por meio da contratação, pela prefeitura, de organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips, entidades privadas) para serviços que não era prestados.
A fraude, segundo o Gaeco, ocorria por meio da emissão de notas frias ou superfaturadas de prestação de atividades. O Gaeco ainda não conseguiu mensurar, por exemplo, quanto o esquema teria desviado dos cofres públicos.
Alan Flore, porém, não descartou a possibilidade de outras pessoas envolvidas no esquema virem a ser indiciadas. O delegado contou que o inquérito, que já tem 1.083 páginas, constatou que havia dois grupos independentes que desviavam recursos por meio de duas Oscips contratados pela prefeitura de Londrina para atuar na área da saúde – os institutos Atlântico e Gálatas. Segundo ele, na maioria dos casos, os indiciados agiam como grupos distintos e haveria algumas pessoas que participavam das irregularidades nos dois grupos.
Um exemplo seria o do ex-procurador Fidélis Canguçu, que de acordo com o inquérito, teria recebido pelo menos R$ 115 mil em propina. Seriam R$ 65 mil do Atlântico (um Ford Fusion, de R$ 45 mil; um Golf, de R$ 17 mil; e R$ 3 mil em depósito na conta da esposa dele) e R$ 50 mil do Gálatas.
Os membros do Conselho Municipal de Saúde teriam recebido valores diferentes de pelo menos um dos institutos, o Gálatas, para trabalhar pela aprovação da sua contratação pelo município. Segundo o inquérito, o conselheiro Marcos Ratto recebeu R$ 4.500. Joel Tadeu teria ficado com R$ 15 mil. O delegado não informou se os dois teriam recebido propina do Instituto Atlântico.
O prefeito Barbosa Neto (PDT) não foi citado em nenhum depoimento como participante do esquema e não foi indiciado pelo Gaeco.
Baixas
As investigações que resultaram na Operação Antissepsia foram iniciadas há cerca de quatro meses. Desde que a operação foi deflagrada, há 21 dias, 23 mandados de prisão temporária foram expedidos. Ainda há seis pessoas presas.
O secretariado do prefeito Barbosa Neto teve duas baixas nesse período: ex-procurador Fidélis Canguçu, que foi preso e exonerado; e Lindomar dos Santos (Fazenda), que pediu para sair depois de ter sido citado em um depoimento.