POR VINGANÇA CORONEL TIROU ESCOLTA DA JUIZ ASSASSINADA

PAULO MELO CORUJA NEWS

Depoimento de PM revela que comandante
tirou escolta de juíza por vingança

Tenente-coronel também contrariou Patrícia ao colocar cabo afastado de volta às ruas
Marcelo Bastos, do R7 
Fábio Gonçalves/Agência O Dia
coronel
Tenente-coronel Claudio cumpre prisão temporária de 15 dias
 
O tenente-coronel Claudio Luiz Oliveira, ex-comandante do Batalhão de São Gonçalo (7º BPM) e preso por suspeita de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, teria deixado a magistrada sem escolta por causa de uma vingança.

A informação consta no depoimento de um cabo, que admitiu a participação no crime em troca da delação premiada, na última sexta-feira, na 3ª Vara Criminal de São Gonçalo. O cabo revelou que o tenente-coronel Cláudio Luiz Oliveira, então comandante do 7º BPM, decidiu transferir dois PMs, que trabalhavam com a juíza, logo depois de ela mandar prender uma equipe do Serviço Reservado do 7º BPM (P2), que teria provocado a irritação de grande parte dos PMs daquela unidade. Ele no entanto, não diz a data da retirada da escolta.

A proteção que a juíza recebia não era oficial, já que não era uma determinação do Tribunal de Justiça. No entanto, ela era "escoltada" por dois PMs cedidos pelo antigo comando da unidade. Um deles era namorado da magistrada. 

De acordo com o depoimento do cabo, os policiais do Serviço Reservado teriam sido presos por descumprirem um termo de ajustamento de conduta, no qual ficavam proibidos de socorrer vítimas baleadas durante troca de tiros. A determinação era que deveriam preservar o local do crime e chamar os bombeiros para prestar o socorro, mas os PMs da P2 teriam ignorado a ordem e socorrido pessoas baleadas durante uma operação.

No depoimento, o cabo afirma ainda que a prisão da equipe, teria irritado profundamente o tenente-coronel Claudio. Entre os PMs transferidos estava o cabo Marcelo Poubel, que mantinha um relacionamento amoroso com Patrícia. Como a segurança realizada por eles era informal, o comando da PM, que precisava autorizar a transferência, permitiu a mudança.