JUSTIÇA AUTORIZA QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO DE SARGENTO MORTO NO RS

PAULO MELO CORUJA NEWS
06/01/2012 08h54 - Atualizado em 06/01/2012 08h55

Justiça autoriza quebra do sigilo telefônico de sargento morto no RS

Ariel da Silva foi morto por policiais civis paranaenses no último dia 21.
Caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil do RS.

Do G1 RS
 
A Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico do sargento da Brigada Militar Ariel da Silva, morto por policiais civis paranaenses no último dia 21 em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. De acordo com o delegado Paulo Rogério Grillo, da Corregedoria Geral da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, que investiga o caso, o objetivo é certificar de que o oficial gaúcho não fez contato com outros policiais ao ver o carro onde estavam os agentes do Paraná.
"Estamos tentando apurar justamente o que o sargento estava fazendo naquele local, se ele pediu apoio e avisou alguém ou se foi uma circunstância", explicou Grillo, o principal responsável pela apuração.
As investigações realizadas pela Corregedoria apontam que o sargento estava de folga no dia do incidente. Ele havia participado de uma confraternização com amigos e colegas em um estabelecimento comercial de Gravataí antes de ir visitar o pai, que estava doente.
Entre as pessoas que estiveram próximas ao oficial pouco antes da morte, ninguém relatou à Polícia Civil que Ariel tivesse entrado em contato com alguma delegacia para pedir apoio até o momento em que avisou o carro com os agentes do Paraná. “Isso leva a crer que foi uma suspeita ocasional, na medida em que ele morava na região e viu um carro de fora”, ressalta Grillo.
 
Entenda o caso
- O sargento Ariel da Silva, 40 anos, foi morto a tiros por volta de 1h30min da madrugada de quarta-feira (21) por policiais civis do Paraná que investigavam um caso de sequestro no Rio Grande do Sul. Silva estava em sua moto indo visitar o pai doente quando avistou o carro com os três integrantes do Grupo Tigre, unidade de elite da polícia do PR. De acordo com depoimento dos policiais, Silva abordou o carro armado e disparou primeiro. Os policiais paranaenses reagiram e mataram o sargento.
- A assessoria de imprensa da Polícia Civil do Paraná informou ao G1 que o contato com as autoridades do Rio Grande do Sul seria feito na manhã de quarta-feira (21) por outra equipe que se deslocava ao estado para o mesmo caso. O chefe de polícia do Rio Grande do Sul, delegado Ranolfo Vieira Junior, confirmou que não havia sido avisado.
- Os três policiais paranaenses prestaram depoimento em Gravataí e foram liberados. Horas depois, a Justiça decretou a prisão dos agentes, quando eles já estavam em deslocamento para Curitiba. Segundo o promotor André Luís Dal Molin Flores, eles não teriam apresentado argumentos convincentes sobre o episódio.
- A Polícia Civil paranaense emitiu uma nota lamentando o fato. O texto afirmava que as investigações prosseguem, mas que os três envolvidos no crime foram afastados por apresentarem "condições psicológicas abaladas".
- Outra equipe do Grupo Tigre veio ao Rio Grande do Sul. No início da tarde de quarta (21), policiais civis de Gravataí, com base informações repassadas por esses agentes, faziam buscas na cidade na tentativa de libertar os dois empresários que eram mantidos reféns. Ao encontrarem o cativeiro, os policiais flagararam os sequestradores saindo da casa e houve tiroteio. Um dos reféns foi morto.
- No início da noite, o delegado Leonel Carivali, da 1ª Delegacia Regional Metropolitana, disse em entrevista coletiva que a ação que resultou na morte de um empresário foi comandada por policiais gaúchos e não teve a participação direta dos agentes paranaenses.
- Os reféns vieram de Quatro Pontes (PR) ao Rio Grande do Sul atraídos por uma oferta falsa de venda de uma máquina agrícola com preço abaixo do mercado. De acordo com a polícia, quando chegaram a Porto Alegre, foram rendidos por uma quadrilha de sequestradores formada por gaúchos e paranaenses.