O terremoto de 7 graus na escala Richter que atingiu o Haiti nesta terça-feira (12) matou Zilda Arns 75
fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, que integrava
missão no país caribenho e cumpria agenda de palestras na América
Central. O gabinete do senador Flávio Arns (PSDB-PR), sobrinho de
Zilda, e a Pastoral da Criança confirmaram a informação Além da morte de Zilda Arns, o Exército confirma morte de 11 brasileiros em terremoto no Haiti
Zilda Arns: uma vida dedicada ao próximo
Zilda
Arns, 75, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral
da Pessoa Idosa, participava de missão humanitária e está entre as
vítimas do terremoto de 7 graus que assolou o Haiti
Médica
pediatra e sanitarista, Zilda Arns era fundadora e coordenadora da
Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, órgão de Ação Social
da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). A Pastoral estima
que cerca de 2 milhões de crianças e mais de 80 mil gestantes
sejam acompanhadas todos os meses pela entidade em ações básicas de
saúde, nutrição, educação e cidadania. Zilda Arns foi indicada por três
vezes ao Prêmio Nobel da Paz.
A embaixatriz Roseana Teresa
Aben-Athar, mulher do embaixador do Brasil no Hati, foi quem encontrou
o corpo de Zilda Arns, soterrado entre escombros de um prédio onde
funcionava um serviço de ajuda humanitária. Ontem, Arns teria deixado a
embaixada em companhia de um militar e da assessora e ido até o prédio
que desabou. Com o terromoto, uma laje do edifício caiu e atingiu a
coordenadora da Pastoral da Criança. Ela não resistiu e morreu.
nota oficial
divulgada na tarde desta quarta-feira (13), o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou que se sente "profundamente consternado" com as
consequências do terremoto e lamenta a morte de Zilda.
O irmão
da médica, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São
Paulo declarou em entrevista à Agência Estado, que a irmã morreu de uma maneira muito bonita, morreu na causa que sempre acreditou"
A
médica viajou no último final de semana para o Haiti para encontro
missionário da entidade CIFOR.US e estava hospedada na sede episcopal.
De acordo a assessoria de Zilda Arns, a coordenadora estava no Haiti
para levar a metodologia de atendimento da Pastoral da Criança no
combate à desnutrição.
"O presidente Lula está absolutamente chocado
com essa tragédia e especificamente com a senhora Zilda Arns, uma
pessoa de grande projeção no país, que estava lá fazendo uma obra de
assistência humana muito importante, sempre trabalhando em coordenação
conosco. A morte dela é uma grande tragédia para nós também. É uma
pessoa extraordinária", disse o ministro de Relações Exteriores, Celso
Amorim, após uma reunião de emergência com o presidente Lula na manhã
desta quarta.
O Brasil vai enviar cerca de US$ 10 milhões e 14
toneladas de alimentos ao Haiti. A Força Aérea Brasileira (FAB)
disponibilizou hoje oito aviões com o objetivo de ajudar as vítimas do terremoto.
País mais pobre das Américas, Haiti tem novo desafio com tragédia
Missão brasileira no Haiti
O Brasil tem 1.266 militares na Força de Paz da ONU, a Minustah, dos quais 250 são da engenharia do Exército.
O
general Carlos Alberto Neiva Barcellos, chefe do setor de comunicação
social do Exército, disse a jornalistas que há grande número de
militares brasileiros desaparecidos após o terremoto.
O Brasil,
que lidera as tropas de paz da ONU no Haiti, participa da Minustah com
1.266 militares. O contingente total da missão é de 9.065 pessoas,
sendo 7.031 militares, segundo dados de novembro.