Arruda pode ir para a Penitenciária da Papuda
Por ter tido o mandato
cassado pelo TRE nesta terça, ele pode perder o foro privilegiado
Lais Lis, do R7, em Brasília
Foto por Agência Estado
Com a decisão
do TRE- DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal) que cassou o
mandato do então governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido,
ex-DEM),o governador cassado poderá ser transferido para a penitenciária
de Brasília. Por ter foro privilegiado, Arruda está detido desde o dia
11 de fevereiro na Superintendência da Polícia Federal no DF, acusado de
tentar subornar uma das testemunhas do suposto esquema de pagamento de
propina dentro do governo do DF.
Após a sessão que determinou a perda de mandato de Arruda, o relator
do processo, o desembargado Mário Machado, afirmou que, até que a defesa
entre com qualquer recurso, Arruda não ocupa mais o cargo de
governador. Segundo Machado, após a comunicação da decisão à Câmara
Legislativa do DF, Arruda também perde as prerrogativas do cargo, como o
foro privilegiado. Esse comunicado deve ser realizado nesta
quarta-feira (17).
Arruda teve seu mandato cassado no TRE-DF
por infidelidade partidária
A defesa de Arruda se reuniu com o ex-governador após a decisão do TRE-DF e afirmou que entrará com recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas não afirmou quando isso será feito. A advogada Luciana Lóssio afirmou, porém, que não acredita que Arruda seja transferido para a Penitenciária da Papuda.
- As coisas não são levadas tão à toque de caixa. Essa mudança não será imediata dessa forma. A Câmara Legislativa ainda vai analisar tudo isso.
Sucessão
Machado afirmou que a decisão sobre quem assumirá o cargo de governador será da Câmara Legislativa. Em seu voto, porém, o relator sugeriu que a sucessão do governo do DF siga a Constituição Federal, que prevê que a Câmara Legislativa convoque eleição indireta em 30 dias.
Arruda perdeu o mandato de governador do DF por quatro votos a três durante a sessão do TRE-DF desta terça-feira. Em seu voto, o relator rebateu o principal argumento da defesa, o de que Arruda sofreu discriminação dentro do partido e que por isso se desfiliou da legenda.
A ação de cassação de mandato foi proposta pelo procurador-regional eleitoral Renato Brill de Góes no dia 9 de fevereiro. Arruda deixou o DEM em dezembro. Na época, o partido ameaçava expulsá-lo da legenda por causa das denúncias do chamado mensalão do DEM, suposto esquema de pagamento de propina dentro do governo local que seria comandado por Arruda.