ATENTADO CONTRA CONTRAVENTOR NO RIO..1 MORTO E 3 FERIDOS...

PAULO MELO CORUJA NEWS..............

Polícia já ouviu Rogério Andrade e tem linhas de investigação

Contraventor teve fratura no rosto e o filho dele morreu na explosão.
Cinco seguranças que faziam escolta de Rogério são PMs.
 
Patrícia Kappen e Fabrício Costa Do G1, no Rio

O subchefe de Polícia Civil do Rio, delegado Carlos de Oliveira, informou que o atentado desta quinta-feira (8) teve apenas um alvo, o contraventor Rogério Andrade, mas matou o filho dele, de 17 anos. Mesmo sendo menor, Diogo dirigia o carro.

Internautas filmaram e fotografaram local do crime

“Preliminarmente aparenta que a vítima principal (do atentado) seria o Rogério Andrade, mas quem morreu foi o filho porque ele estava dirigindo", informou  Oliveira.

O carro onde Rogério Andrade estava com seu filho explodiu por volta de 12h30 desta quinta, na Avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes. Um outro carro, que era dos seguranças da família, também foi atingido pelo fogo, assim como uma moto que estava próxima dos carros.

Rogério e filho são as únicas vítimas do suposto atentado praticado por motoqueiros. Diferentemente do que disse o advogado de Rogério Andrade, nenhuma mulher ficou ferida e nem o segurança, que estava em outro carro, foi atingido.

A perícia, cujo laudo fica pronto em 15 dias, vai dizer que tipo de explosivo foi usado. Ele acrescentou que nenhuma hipótese será descartada: motoqueiros teriam atirado uma granada dentro carro dirigido por Diogo ou, numa segunda linha de investigação, o artefato já estaria dentro do carro.

Cinco PMs faziam segurança
Carlos de Oliveira informou que o contraventor e o filho passaram parte da manhã numa academia de ginástica na Zona Oeste do Rio, e sairam de carro.  Eles estavam acompanhados por cinco seguranças em outros carros.Três deles estavam num dos carros, que também foi atingido na explosão, e dois, em outro, que foi menos danificado.

Os cinco seguranças do contraventor são PMs e todos serão todos ouvidos, disse Oliveira.

O delegado informou ainda que a câmera da CET-Rio, a empresa municipal de engenharia de trânsito, não estava funcionando na hora do crime, mas voltou funcionar depois da explosão.

Ele afirmou ainda que um motoqueiro que passava na hora, e que teve a moto queimada pela explosão, não tem envolvimento com o atentado. Ele também foi ouvido e, segundo o delegado, deu informações importantes para solucionar o crime.

Rogério passa por cirurgia
A assessoria do Hospital Barra D’ Or informou que Rogério Andrade entrou na sala de operação às 18h. O procedimento deveria se prolongar por quatro horas Na explosão de uma granada nesta quinta-feira (8), o contraventor sofreu uma fratura no nariz e terá os lábios reconstituídos.

O paciente não corre risco de morrer, mas não tem previsão de alta. Ele ficou sabendo da morte do filho Diogo da Silva Andrade, de 17 anos, por volta das 18h, segundo o advogado. Ele teria manifestado a intenção de ir ao enterro, previsto para as 10h desta sexta (9) no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.

Por orientação da família, o hospital, onde Rogério deu entrada às 12h49, não vai divulgar boletins médicos com o estado de saúde do paciente. Ele recebeu a visita duas tias, da esposa e do filho mais velho, Gustavo, de 19 anos.

O Hospital Barra D´Or teve a segurança reforçada por policiais civis e militares para evitar novo atentado.
 

Foto: 
Mauro Santos Ilva Araujo/VC no G1

Destroços dos carros tomam Avenida das Américas (Foto: Mauro Santos Ilva Araujo/VC no G1)


Saiba quem é Rogério Andrade
Rogério Andrade foi acusado e julgado pela morte do seu primo Paulinho Andrade, herdeiro e filho do bicheiro Castor Andrade. O crime ocorreu em 1998, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

Após ser condenado a 19 anos de prisão, o julgamento foi anulado. Em julho de 2009, o contraventor foi libertado graças a um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal.



Para a polícia, Rogério é o chefe da máfia dos caça-níqueis. Ele sempre negou chefiar a máfia e o envolvimento na morte do primo.

Até ser preso e julgado, Rogério passou três anos e três meses foragido da Justiça, período em que as polícias estaduais não conseguiram capturá-lo e em que foi acusado de mais um crime - subornar e pagar a proteção de policiais.

Herança de Castor

A guerra no jogo do bicho e em outras atividades ilícitas no Rio de Janeiro teria começado com a morte do banqueiro do bicho, Castor de Andrade.

O velho bicheiro teria dividido o espólio entre dois parentes: o sobrinho Rogério Andrade, que cuidaria do jogo do bicho, e Fernando Iggnácio, o genro, que ficaria com as máquinas caça-níqueis.

Com a queda do movimento no jogo de bicho, Rogério teria decidido invadir a área de Fernando, dando início à guerra que teria matado dezenas de pessoas.

Um mês depois da prisão de Rogério Andrade, em outubro de 2006, a Polícia Civil prendeu Fernando Iggnácio em um apartamento de luxo, em São Conrado, na Zona Sul do Rio.