ELDORADO DOS CARAJÁS 14 ANOS DIA 17 ABRIL MST

PAULO MELO CORUJA NEWS.............

Curitiba

Manifestação do MST bloqueia trânsito na região central

Em marcha, cerca de 600 integrantes do movimento vão da Praça 29 de Março à Superintendência do Incra. Mobilização cobra agilidade na reforma agrária e lembra massacre de trabalhadores
13/04/2010 | 08:56 | Felippe Aníbal atualizado em 13/04/2010 às 11:40 O trânsito na região central de Curitiba sofre transtornos na manhã desta terça-feira (13), em função de uma marcha que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) promove para cobrar agilidade no processo de reforma agrária no país e para lembrar o massacre de Eldorado Carajás (PA), ocorrido em 1996. Por volta das 11h30, a Rua Rua Doutor Faivre, onde está sediada a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), estava bloqueada. Cerca de 600 integrantes do movimento foram em passeata até o local, onde entregaram uma pauta de reivindicações. A previsão é de que a manifestação termine pouco depois das 12 horas.
Por volta das 10h30, cerca de 600 integrantes partiram em passeata da Praça 29 de Março, no bairro Mercês, onde estavam reunidos desde as 9 horas. Eles percorreram as ruas Professor Fernando Moreira, Visconde de Nácar e André de Barros, até a Doutor Faivre, onde chegaram por volta das 11h20.
De acordo com o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), a Rua Doutor Faivre foi bloqueada assim que os manifestantes chegaram à via. Equipes do BPtran acompanham a manifestação, além de agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran), que orientam os motoristas. Em função da manifestação, a diretoria sugere aos motoristas que evitem trafegar, na manhã desta terça, pela Doutor Faivre e pelas imediações da Rodoferroviária, por onde os manifestantes devem passar.
Às 17 horas, os militantes do MST participam de uma missa na Capela do Perpétuo Socorro, no Alto da Glória. Eles passarão a noite alojados no Ginásio de Esportes do Tarumã.
A mobilização começou às 7 horas, com integrantes do movimento se concentrando em frente ao Monumento Antonio Tavares, na BR-277, na entrada de Curitiba, onde promoveram um ato simbólico. De lá, por volta das 9 horas, eles partiram de ônibus do movimento em direção à Praça 29 de Março. De acordo com a assessoria do MST, trabalhadores de todas as regiões do estado participam da manifestação nesta terça.
A mobilização faz parte de um ato chamado Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que é deflagrado nesta terça em âmbito nacional. Em Curitiba, os sem-terra entregarão ao Incra uma carta, reivindicando a retomada da reforma agrária no estado. De acordo com o documento, cerca de cinco mil integrantes do movimento permanecem acampados em situação precária, aguardando a implantação de novos assentamentos. O MST exige, ainda, assistência técnica para as famílias assentadas e infraestrutura, como crédito-habitação e renegociação de dívidas. Segundo a assessoria de imprensa do movimento, 17 mil pessoas vivem em assentamentos do MST no Paraná.
O ato ainda deve incluir negociações com o Banco do Brasil, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e secretarias estaduais, para tratar de questões referentes aos acampamentos e assentamentos no estado. Outro objetivo da mobilização é homenagear os 19 integrantes que foram assassinados em Eldorado de Carajás, em operação da Polícia Militar daquele município, que completa 14 anos no dia 17 de abril.