JANGO..JUCELINO E LACERDA..MORTE NATURAL?

PAULO MELO CORUJA NEWS.........

João Goulart e o direito à verdade e à memória
  
“Jucelino, Jango e Lacerda, (...) na minha cabeça, eu não diria que nenhum deles morreu de morte natural. A suspeita e a dúvida existem evidentemente. Se esta Comissão puder aprofundar com fatos e testemunhas, penso que será da maior importância a apuração de tal procedimento” (Miguel Arraes em depoimento a Comissão da Câmara dos Deputados para apurar as circunstâncias da morte do ex-presidente João Goulart). O ex-governador Miguel Arraes era um homem de bem, lúcido e identificado profundamente com o Brasil. Saiu do país não por oportunismo ou veleidades pessoais, mas por ter sido forçado pela ditadura de 1964. Ele foi um dos primeiros a suspeitar de algo que salta aos olhos, o fato de Jango ter sido esquecido e a sua morte pouco estudada. A tese da morte natural de Jango é aceita por todos como a história oficial e, por isso mesmo, não precisa ser defendida. Cabe ao historiador sempre a dúvida, a pergunta que é a base da pesquisa científica. E como dizia Max Weber, o elemento essencial na busca da verdade científica: o interesse.
  
O contexto da morte do ex-presidente está sendo examinado com seriedade pela nossa equipe de pesquisa, com metodologia adequada à documentação e referenciais teóricos que nos permitem aprofundar a questão, e não apenas descrevê-la, como era comum no caso dos dedicados copistas medievais. Para superar a exclusão da vida pública que sofreu o presidente Jango, faz-se mister o uso do conhecimento, de uma sabedoria de porte. Temos como referência central duas grandes obras do professor René Armand Dreifuss, denominadas “1964: a conquista do Estado” e “O jogo da direita”. A investigação meticulosa acerca do exílio do presidente João Goulart está debruçada sobre um tripé de informações.