Novo contrato de
financiamento de
imóvel acelera despejo por calote
Na semana do feirão da Caixa, o R7 alerta para os
riscos embutidos no negócio
Giselli Souza e
Marcel Gugoni, do R7
- Desde 2004 nós já mudamos os contratos e hoje quase 96% são feitos
por alienação. Isso deu mais garantia na retomada do imóvel por falta de
pagamento, já que se o proprietário atrasa dois dias o pagamento, a
Caixa já pode entrar com um processo de retomada do imóvel.
Na alienação judiciária, a dica é tentar fazer um refinanciamento com
o banco o mais rápido possível. Caso o mutuário atrase três prestações
consecutivas, ou seja, 90 dias sem pagar, o banco pode pedir a quebra do
contrato e o mutuário é visto como uma “pessoa invasora”, segundo
Marcelo Dornellas, advogado especialista em direito imobiliário.
- O banco tem direito de reaver o imóvel, já que ele é o proprietário
e o mutuário tem somente o direito do uso. Se não pagou a prestação,
ele [o banco] tem o direito de rescindir o contrato, sem a necessidade
de uma ação judicial, como já é feito nos financiamentos de veículos.
Para renegociar um contrato, o mutuário deve comunicar imediatamente a
Caixa, caso contrário com dez dias de atraso o nome já vai para o
SPC/Serasa. Cerca de 2.000 contratos de financiamento em São Paulo estão
nessas condições, segundo a Caixa. Nos casos que envolvem perda do
imóvel o patrimônio vai a leilão e, no caso de ser vendido acima do
valor do contrato, o montante é ressarcido ao mutuário, de acordo com
Dornellas.
As recomendações devem ser levadas em conta na hora de contratar um
financiamento já que nesta próxima quinta-feira (13) começa o feirão de
imóveis da Caixa em São Paulo. Antes de adquirir uma dívida e pior, uma
dor de cabeça por anos, a dica dos especialistas é muita pesquisa e
simulações do financiamento, de uma forma que não comprometa a renda em
mais de 30%.