CARTA DE TESTEMUNHA DEVE CHEGAR A POLICIA HOJE

PAULO MELO CORUJA NEWS


Carta de suposta testemunha do caso Eliza será
entregue às autoridades nesta sexta-feira (16)

Documento relata últimos dias de vida de Eliza Samudio
Do R7
Mauricio de Souza/Jornal Hoje em DiaFoto Mauricio de Souza/Jornal Hoje em Dia
Ex-policial civil conhecido como Bola chegou ao Departamento de Investigações da polícia de Minas para prestar novo depoimento
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Uma carta de uma suposta testemunha do sequestro de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno, que foi entregue à Rede Record Minas, será entregue na sexta-feira (16) às autoridades.

No documento, uma mulher diz ter cuidado do bebê da jovem durante o período em que ela ficou aprisionada num quarto do sítio do jogador em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Veja a reconstituição do crime

Ela relata como foram os dias que antecederam à sua morte e as agressões que a jovem sofreu. A suposta testemunha afirmou ter sido ameaçada de morte caso relatasse o que viu. Ela chegou a agendar uma entrevista com a reportagem, mas não apareceu.

Liberdade negada

A Justiça mineira negou, na quinta-feira (15), o pedido de habeas corpus feito pela defesa do goleiro Bruno e de outros seis suspeitos de envolvimento no sequestro e morte de Eliza.

O pedido havia sido apresentado na quarta-feira (14) pelo advogado Ércio Quaresma. Além do ex-jogador do Flamengo, ele defende também Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ex-mulher de Bruno; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales, Elenilson Vitor da Silva e Wemerson de Souza, o Coxinha.

Além deste, outro pedido de liberdade para Bruno havia sido feito ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A solicitação partiu de um amigo do jogador, do Rio de Janeiro, e chegou à Justiça por e-mail. Ainda não há uma resposta para este apelo, que foi feito em 1ª instância.

Depoimentos

Na quinta-feira (15), o adolescente de 17 anos, primo de Bruno, deu continuidade ao depoimento que começou a ser prestado na quarta-feira (14). Desta vez, no entanto, o menor se calou durante as perguntas pela delegada Ana Maria dos Santos, no Ceip (Centro de Internação Provisória), zona leste de Belo Horizonte.



Segundo o advogado do menor, Eliezer Jonatas de Almeida Lima, a postura do adolescente não foi uma orientação da defesa. Ele afirmou ter dito ao jovem "para fazer o que quisesse" e que ele se calou por vontade própria.

A mãe do adolescente chegou a Belo Horizonte no final da tarde de quinta e seguiu de aeroporto para a casa da avó de Bruno, sua mãe.

Também foi interrogado pela polícia na quinta-feira (15) o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola. Ele é suspeito de ter estrangulado e esquartejado o corpo de Eliza.

Ele deixou o Departamento de Investigações de Belo Horizonte por volta das 20h escoltado pela polícia e seguiu direto para a penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG).

Nem a polícia, nem o advogado do suspeito falaram com a imprensa. Quando Bola chegou no local, ele negou todas as acusações feitas contra ele.

Quebra de sigilo telefônico

A Justiça decretou a quebra do sigilo telefônico de Bruno e de outros três suspeitos de envolvimento no caso: Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, Flávio Caetano Araújo e o adolescente de 17 anos, primo do goleiro.

O pedido foi feito pela delegada Alessandra Wilke, da Delegacia de Homicídios de Contagem. Com isso, a polícia pretende cruzar os telefonemas feitos entre os suspeitos.

Anteriormente, a juíza Marixa Rodrigues já havia determinado a quebra dos sigilos telefônicos da ex-mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza, de Eliza Samudio e de Luiz Henrique Romão, o Macarrão.

Tio de adolescente

O tio do adolescente de 17 anos disse, em entrevista à Rede Record na quinta-feira (15), que uma namorada de Bruno, a dentista Ingrid Calheiros, 24 anos, ligou para o adolescente e perguntou onde ele estava. A ligação foi feita no dia em que o jovem chegou à casa do tio, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, e contou como Eliza havia sido sequestrada e morta.

O homem que preferiu não se identificar disse ainda duas das três ameaças de morte que recebeu depois que revelou o crime à imprensa foram por telefone.

- Eles disseram para mim: "Aí, mané, não adianta. Tu vai ser o próximo".

O homem foi incluído provisoriamente no programa de proteção à testemunha. Na semana passada, um homem que morava em uma casa onde ele já havia vivido foi assassinado.