TSE DEFERE DIREITO DE RESPOSTA DO PT EM SITE DO PSDB

PAULO MELO CORUJA NEWS

TSE defere direito de resposta a PT em site do PSDB

  TSE/DivulgaçãoO ministro Henrique Neves, do TSE, deferiu o pedido de resposta do PT às declarações de Índio da Costa, vice na chapa de José Serra.

Deu 24 horas ao PT para redigir sua resposta. E determinou que a peça seja veiculada durante dez dias no portal “Mobiliza PSDB”.

Foi nesse recanto da web, vinculado à campanha de José Serra, que o vice Índio concedeu, na última sexta, a fatídica entrevista.

Nela, vinculou o PT às “Farc”, ao “narcotráfico” e ao que “há de pior”.

Para Henrique Neves, “o tom ofensivo é evidente”. O despacho do ministro anota:

"Tenho que a afirmação de ser o PT ligado ao narcotráfico e ao que há de pior é, por si, suficiente para a caracterização da ofensa e o deferimento do direito de resposta".

Ao estipular a veiculação do repto por dez dias, Henrique Neves concedeu ao PT o dobro do prazo previsto em lei.

Por quê? Alegou que o PSDB já havia recorrido ao mesmo “expediente” –a vinculação do PT às Farc— na campanha presidencial de 2002.

Uma campanha em que o candidato tucano era o mesmo José Serra que agora mede forças com Dilma Rousseff.

"Adversários políticos não devem se tratar como inimigos. Mas ainda que assim se considerem, que seja, a cortesia é um dever", ensinou o ministro.

A decisão, por monocrática, tomada por um julgador solitário, comporta recurso ao plenário do TSE.

A penúltima de Chávez: rompimento com a Colômbia

Jorge Silva/Reuters

Numa aparição inusitada, com o craque argentino Diego Maradona a tiracolo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez produziu sua penúltima pantomima.

Acusado pela Colômbia de acoitar em solo venezuelano 1.500 guerrilheiros das Farc, Chávez anunciou o rompimento de relações com o vizinho.

O bom senso recomendava que Chávez refutasse as “provas” de que o governo colombiano de Alvaro Uribe afirma dispor.

Ao recorrer ao destempero, o companheiro bolivariano como que reforçou a suspeita de que não tem como refutar a proteção à guerrilha.

Se Chávez brincasse de corda apenas com o próprio pescoço, vá lá. Mas, como de hábito, ele enrolou a corda na carganta do povo venezuelano.

Disse que seus patrícios são "capazes de morrer defendendo nossa verdade e a dignidade deste país".

Triste, muito triste, tristíssimo. Melancólico também o papel de Maradona. De gênio do futebol, tornou-se adereço de piada.

Índio, agora, aponta para elo ‘PT-Comando Vermelho’

  Sérgio Lima/Folha
Erroneamente, o jesuíta colonizador identificou em Tupã um deus indígena. Câmara Cascudo demonstraria mais tarde o equívoco.

Tupã não era, para os nativos, senão uma manifestação de Nhanederuvuçu, a verdadeira divindade indígena.

Na língua tupi, Tupã significa trovão. Seu efeito luminoso, o relâmpago, é o Tupãberaba. Fenômenos naturais que, por desconhecer, os índios temiam.

Pois bem. O vice de José Serra, silvícola de Ipanema, traz o índio enganchado no sobrenome por mero acaso, uma herança do avô.

Escolado, sabe como se formam as tempestades. Conhece as suas origens e os seus efeitos.

E escolheu frequentar a campanha de 2010 como um formador de nuvens.

Depois de vincular o PT às Farc e ao narcotráfico, o ‘demo’ Índio da Costa voltou a trovejar nesta quinta-feira (22).

Ele acompanhava o cacique Serra numa visita à aldeia do Rio de Janeiro. Súbito, estrondeou:

"A gente vive aqui no Rio de Janeiro, no meio de uma guerrilha urbana alucinada por conta do narcotráfico...”

“...Veja só: PT e as Farc. As Farc e o narcotráfico. O narcotráfico e o Rio de Janeiro, o Comando Vermelho, com indícios muito claros de relacionamento...”

“...Agora ela [Dilma] tem que dizer o que ela acha. Se ela acha que tem problema ou não essa relação".

A essa altura, as tempestades de Índio já não podem ser caracterizadas como espasmos ocasionais e esparsos.

A reiteração confere às nuvens uma aparência de estratégia. Coisa estudada, em combinação com o morubixaba da chapa.

Trata-se de uma aposta arriscada. Típica de quem já leva a sucessão em ritmo de tudo ou nada. Serra deveria se consultar com Nhanederuvuçu.

O deus da mitologia tupi-guarani, senhor dos trovões e dos relâmpagos, talvez recomende um ajuste no discurso tempestuoso.

Marcello Casal/ABr

Dilma Rousseff falou, nesta quinta (22), a uma emissora de rádio de Garanhuns (PE). Provocada, comentou o artigo do bispo Luiz Gonzaga Bergonzini.

Titular da Diocese de Guarulhos, Dom Bergonzini levou à web artigo recomendando aos católicos que não votem em Dilma porque ela defende o aborto.

Primeiro, a candidata disse que a opinião do bispo anti-PT não reflete o pensamento da CNBB. Depois, declarou que o texto do prelado parte de pressuposto falso.

“Tanto eu quanto o presidente Lula não defendemos o aborto. Defendemos o cumprimento estrito da lei".

O que diz a lei? Prevê que a Justiça pode autorizar o aborto apenas em dois casos: 1. Estupro; 2. Quando a gravidez submete a mãe ao risco de morte.

A Dilma modelo 2010 é diferente da Dilma de anos anteriores. Na versão 2007, por exemplo, Dilma defendia a completa descriminalização do aborto.

É pena que a conveniência eleitoral tenha empurrado Dilma para o ajuste semântico. Nessa matéria, vale o interesse das mulheres, não o das batinas.