PAULO MELO CORUJA NEWS
BLOG DO JOSIAS
Fábio Pozzebom/ABrSem
alarde, Sérgio Guerra, presidente do PSDB e coordenador da campanha de
José Serra, monta uma agenda de visitas a vários Estados.
Vai
percorrer o país sem o candidato. Tenta levar consigo os presidentes
nacionais das legendas que integram a coligação de Serra.
Nos subterrâneos, informa-se que Sérgio Guerra tenta aplacar uma crítica que se espraia entre os aliados regionais de Serra.
Generaliza-se a queixa de que o candidato, por centralizador, engessou as decisões da campanha.
Sentindo-se excluídos, os aliados flertam com a desmobilização. Rifa-se Serra. Cada um cuida da própria eleição.
Planeja-se
para terça-feira (10) da semana que vem a primeira decolagem da
“caravana Guerra”. O destino deve ser definido até esta sexta (6).
A sucessão de licenças médicas que mantém o relator do mensalão longe do plenário do STF está deixando “doente” a presidência do tribunal.
Deve-se a informação ao Painel, editado na Folha pela repórter Renata Lo Prete. Leia:
- Dor de cabeça:
O presidente do STF, Cezar Peluso, disse a colegas que estuda a
possibilidade de pedir uma perícia a respeito do estado de saúde de
Joaquim Barbosa.
O
relator do mensalão, que sofre de problema crônico de coluna, está
afastado desde abril. Agora, no retorno das férias do tribunal, pediu
mais 60 dias de licença.
Sem
Barbosa e com a aposentadoria de Eros Grau, o Supremo funciona no
momento com apenas nove ministros, situação que produz sobrecarga de
trabalho e atraso nos julgamentos.
A
perícia é um recurso previsto no artigo 70 da Lei Orgânica da
Magistratura em casos de ausência prolongada. Em novembro passado,
Barbosa renunciou à sua cadeira no TSE.
- Está escrito:
Diz o artigo 70: "A licença para tratamento de saúde por prazo superior
a 30 dias, bem como as prorrogações que importem em licença por período
ininterrupto, dependem de inspeção por junta médica".
- Globo: Justiça aposenta com salários juízes que vendiam sentenças
- Folha: Anac ignorou queixas contra Gol, diz sindicato
- Estadão: Vazam dados de 12 milhões de inscritos no Enem
- JB: Mais R$ l,9 bi para o Rio
- Correio: Ajuda para gringo explorar o litoral
- Valor: Frigoríficos vivem fase de concentração radical
- Estado de Minas: Golpe anunciado
- Jornal do Commercio: Compras no exterior serão facilitadas
- Zero Hora: Da Pasc, sócio de Beira-Mar comandava tráfico no Sul
Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.
Aroeira
André Penner/AP
Serra percorre favela de Heliópolis com Alckmin e,supresa, Gabeira, do PV de Marina
Algo
de muito esquisito se passa na tesouraria da campanha de José Serra. A
caixa registradora é incompatível com o "valor potencial" do candidato
nas pesquisas.
A
poucos dias da primeira prestação de contas ao TSE, um dos operadores
de Serra informara ao repórter que a escrituração parcial giraria em
torno dos R$ 15 milhões.
Nesta terça (3), o comitê de Serra informou ao tribunal uma coleta bem mais miúda: R$ 3,6 milhões.
Em termos monetários, Serra ficou aquém da rival Dilma Rousseff, que polariza com ele a disputa: R$ 11,6 milhões.
Pior: ficou atrás também de Marina Silva, cujo comitê reportou ao TSE uma arrecadação de R$ 4,65 milhões.
Durdante uma caminhada na favela paulistana de Heliópolis, Serra disse que o tamanho de seu caixa “preocupa”.
Mas
enganchou na preocupação um comentário típico de quem não perdeu a
calma: “Espero que os recursos entrem. Às vezes tem muito atraso nisso".
Os dados que o tucanato trouxe à luz contrastam com a generosidade do comitê de Serra e com o histórico das campanhas.
De
acordo com as informações que correm nos subterrâneos, a campanha de
Serra partilhou verbas com pelo menos dois comitês estaduais.
Um
deles foi o de João Alves, candidato do DEM ao governo de Sergipe. O
outro, o de Jarbas Vasconcelos, candidato do PMDB ao governo de
Pernambuco.
De
resto, as logomarcas que historicamente borrifam verbas na eleição
costumam fazê-lo de forma equitativa. Não é habitual que "invistam" num
único cesto.
Noves
fora as finanças eleitorais, Serra se manifestou durante a
caminhada sobre um tema que ferve no noticiário: o caos nos aeroportos.
"Dos 20 principais aeroportos do país, 19 estão em colapso. Na prática, nos últimos anos, não se fez nada...”
“...O que é preciso é usar aqueles recursos da Infraero. Mesmo aqueles que estão no Orçamento não estão sendo usados".
Serra não está errado no diagnóstico. A caos aeroportuário é coisa que nem o governo nega. Porém...
Porém,
a crise que reteve passageiros nos salões de embarque nos últimos dias
tem pouco a ver com esse flagelo. Decorre de desorganização da Gol.
De
resto, chamou a atenção na peregrinação de Serra a presença de Fernando
Gabeira (repare no canto esquerdo da foto lá do alto).
É certo que Gabeira disputa o governo do Rio coligado com três legendas que dão suporte a Serra: PSDB, DEM e PPS.
Mas também é certo que o PV, partido de Gabeira, tem uma candidata à Presidência, a senadora Marina Silva.
Não
pega mal? "Não”, disse Gabeira. Segundo ele, Serra o convidou para ver
na favela uma AME (Ambulatório Médico de Especialidades). “E eu estou
vendo, não fica mal".
Então, tá!
Christian Parente/Uol
Um
almoço realizado nesta terça (3) em Brasília deu uma ideia do tamanho
da máquina que está por trás da campanha de Dilma Rousseff.
Foram à mesa 18 ministros. Entre eles ex-colegas que tem municiado Dilma com dados que recheiam o dicurso da candidata.
O repasto foi servido na casa do senador Gim Argello (PTB-DF), vice-líder do governo.
Argello
é ex-vizinho de Dilma. Costumava acompanhá-la nas caminhadas matinais,
ao tempo em que ela ocupava a casa oficial de ministra.
Além
dos ministros, Argello franqueou a mesa a senadores do consórcio
governista. Afora o anfitrião, achegaram-se a Dilma 37 senadores.
Também
presente, o candidato a vice na chapa de Dilma, Michel Temer (PMDB-SP),
como que incitou os políticos presentes a arregaçar as mangas.
Temer levantou um brinde. Falou em “fisiologês”, uma língua que os senadores entendem sem a necessidade de tradutor.
"A campanha nos Estados está com vocês. Estamos partilhando o pão e queremos partilhar o próximo governo".
O
cotidiano do presidenciável é uma sucessão de poses. O candidato faz
pose da hora em que escova os dentes ao momento em que vai dormir.
Nesta
terça (3), antevéspera do primeiro debate presidencial de 2010, Dilma
Rousseff, dona de temperamento mercurial, fez pose de geladeira.
Perguntou-se à pupila de Lula se tomaria um Lexotan antes do debate. E ela: "Não preciso de Lexotan...”
“...Acho
que carregar um governo como o do presidente Lula é uma tarefa leve.
Outros governos é que são pesados. Aí a pessoa precisa de vários
Lexotans".
Ex-ministro de FHC e atual secretário de Educação de São Paulo, o deputado tucano Paulo Renato Souza veiculou em seu blog um artigo azedo.
No
texto, o grão-tucano investe contra o que chama de “nova casta de
sindicalistas”. Gente acomodada, segundo ele, em “postos estratégicos”
do governo Lula.
Paulo Renato menciona o caso do dossiê elaborado contra o ministro petista Guido Mantega (Fazenda).
Enxerga no episódio métodos da máfia italiana, a “Cosa Nostra”. Faz também uma analogia com as práticas adotadas sob Al Capone:
“Nem
mesmo os petistas estão livres de serem vítimas de práticas criminosas
que se assemelham em muito ao que fazia o sindicalismo de Chicago nos
anos trinta, ou o de Nova York”.
Evocando notícia da Folha, Paulo Renato lembra que a investida do sindialismo petista contra Mantega envolve uma disputa pelo controle da Previ.
Ao resumir o episódio, o tucano injeta na encrenca o ex-presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP):
“Até
recentemente o comando do Previ estava nas mãos de um grupo de
bancários paulistas, berço político e reduto eleitoral do ex-presidente
do PT, Ricardo Berzoini...”
“...[...]
Ao sentir que a presidência do Previ sairia de suas mãos, pois o
ministro [Mantega] pretendia indicar um nome que não pertencia ao
grupo...”
“...A
turma dos bancários partiu para a ofensiva, divulgando uma carta
anônima, na qual apontou atuações heterodoxas de uma das filhas do
ministro da Fazenda”.
No
dizer de Paulo Renato, “não é a primeira vez que sindicalistas e
bancários participantes do governo Lula se veem envolvidos na produção
de dossiês”.
Lembrou
o caso dos “aloprados”, de 2006: “A Polícia Federal apreendeu R$ 1,7
milhão nas mãos de petistas suspeitos de montar um falso dossiê contra
José Serra”.
Acrescentou:
“Como se observa, o gangsterismo vem de longe. O inusitado do mais
recente ‘dossiê’ é que ele se destina a produzir o chamado ‘fogo
amigo’.”