No RS, o DEM anuncia apoio a José Fogaça, do PMDB
DivulgaçãoColigado ao presidenciável tucano José Serra, o DEM aderiu a José Fogaça, candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul.
A aliança foi anunciada em reunião dos mandachuvas do DEM gaúcho com o próprio Fogaça, nesta quinta (5).
Trata-se de apoio informal. O prazo para as coligações expirou em 30 de junho.
O DEM gaúcho decidira, em convenção estadual, não apoiar nenhum candidato ao governo.
Em 2006, a legenda havia se coligado com o PSDB. Acomodara o ‘demo’ Paulo Feijó na vice da governadora tucana Yeda Crusius.
Na
metade final do mandato de Yeda, hoje candidata à reeleição, Feijó
tornou-se um vice-problema. De aliado, converteu-se em denunciante.
O
DEM federal tentara empurrar o diretório gaúcho para o colo de Fogaça
ainda no tempo regulamentar. Mas, dividida, a legenda hesitou.
Embora
tardia, a meia-volta foi celebrada por Fogaça. Ele disse que aos
neoaliados que não distingue os apoios formais dos informais.
Fogaça
frequenta as pesquisas de opinião na segunda colocação, atrás do rival
petista Tarso Genro, ex-ministro da Justiça de Lula.
O cenário esboçado pelas sondagens indica que a disputa entre Tarso e Fogaça tende a escorregar para o segundo turno.
Em relação à eleição presidencial, o PMDB de Fogaça equilibra-se entre a simpatia pelo tucano José Serra e a neutralidade.
Vice
de Dilma Rousseff, o presidente do PMDB federal, Michel Temer, realizou
gestões para evitar que o partido trabalhe contra Dilma no Estado.
Placar do debate? 0X0. Resultado serve mais a Dilma
Folha
Ficou no zero a zero o primeiro debate presidencial da sucessão de 2010, promovido pela TV Bandeirantes.
Ninguém saiu de campo contundido. E nenhum candidato fez um golaço capaz de mover drasticamente a opinião média do eleitorado.
Melhor
para Dilma Rousseff. Ruim para José Serra. Por quê? O tucanato
alardeara durante meses que, nos debates, José Serra faria picadinho da
oponente.
Ao
deixar a arena inteira, a candidata de Lula cumpriu a tabela. Quanto a
Serra, foi como se tivesse cedido o empate num campo que considerava
seu.
De
resto, em termos de audiência, o debate perdeu de goleada para o outro
evento da noite: a partida entre São Paulo e Internacional.
No início do primeiro bloco, Dilma exalava nervosismo. Olhava para a câmera errada. Perdia o tempo das respostas.
Do segundo bloco em diante, a pupila de Lula acertou o passo. Modulou os seus nervos com os de Serra, calmo do início ao final.
Cada
um jogou o seu jogo. Nada de caneladas. Nem sinal de Farc, MST, dossiês
e coisas do gênero. Um prenúncio do que deve ocorrer na propaganda
eleitoral.
Dilma
agarrou-se em Lula. Ao evocar a atual gestão, falou sempre num plural
autoinclusivo: “O nosso governo” fez isso, “nós fizemos” aquilo.
Serra
dissociou-se de FHC. Declarou mira o futuro, não o retrovisor. No
quarto bloco, aberto a perguntas de jornalistas, teve de olhar para
trás.
Foi o ponto em que o debate mais se aproximou do modelo plebiscitário idealizado por Lula.
Um
dos “inquisidores” da emissora perguntou a Serra por que foge de FHC,
como fizera Geraldo Alckmin, em 2006. Questinou-o sobre as
privatizações.
Podendo defender o amigo FHC, Serra acendeu o farol dianteiro: “Vou valorizar o patrimônio público”.
Disse
que dará cabo das nomeações políticas. Citou o caso dos Correios. Era
“empresa modelo”. Virou feudo partidário, palco de “coisas não
recomendáveis”.
Sabia
que Dilma comentaria sua resposta. E fustigou: Se o governo Lula era
contra as privatizações de FHC, poderia ter reestatizado.
E
Dilma: “Nós respeitamos contratos”. Fisiologismo? Havia também sob FHC,
ela insinuou. Ao chegar, em 2003, encontrou uma Petrobras loteada,
Deu
a entender que a prática grassou também sob Serra, em São Paulo. No
mais, disse que, a despeito da coleta das privatizações, dívida pública
dobrou sob FHC.
Ao
treplicar, Serra cuidou de si. Não loteou cargos, disse. Nem na
prefeitura nem no governo. Sobre economia, terceirizou a defesa de FHC.
Recomendou a Dilma uma conversa com Antonio Palocci. O ex-ministro da Fazenda de Lula os assistia da platéia.
“Passou anos elogiando a política econômica do Fernando Henrique. Hoje, é assessor da Dilma”, Serra provocou.
Entre
os coadjuvantes, Plínio de Arruda Sampaio roubou a cena de Marina
Silva. Radical, talvez não tenha angariado votos. Mas divertiu a
platéia.