Você sabe quem eu sou? Não. Sou a mulher do Lula
Antônio Cruz/ABr
Marisa
Letícia acompanhou Dilma Rousseff em visita a hospital de Brasília,
nesta quarta (4). Travou com uma paciente diálogo, por assim dizer,
constrangedor.
A cena foi reconstituída no Painel, editado na Folha pela repórter Renata Lo Prete. Vai abaixo a nota:
- Muito prazer: Em visita ao hospital Sarah Kubitschek, Dilma Rousseff e Marisa Letícia se aproximaram de uma adolescente deitada numa maca.
Para puxar papo, a primeira-dama apontou a candidata e perguntou à garota:
– Você sabe quem é esta mulher?
– Sei sim. É a Dilma.
Animada, Marisa prosseguiu:
– E você sabe quem eu sou?
– Sei não...
– Eu sou a mulher do Lula.
– Ah....- limitou-se a comentar a garota.
– Sei sim. É a Dilma.
Animada, Marisa prosseguiu:
– E você sabe quem eu sou?
– Sei não...
– Eu sou a mulher do Lula.
– Ah....- limitou-se a comentar a garota.
Filho de tucano leva à web a videobiografia de Serra
A campanha de José Serra ganhou, na internet, uma uma espécie de versão caseira do filme “Lula, o filho do Brasil”.
Chama-se
“Retratos do Serra, uma biografia em filmes”. Resume, em 12 vídeos, a
vida do candidato –do nascimento, em 1942, à candidatura de 2010.
Deve-se
o trabalho a Guilherme Coelho. Ele conta que a idéia foi de seu pai, o
ex-deputado tucano Ronaldo Cezar Coelho (RJ), amigo de Serra.
Os filmetes tem boa qualidade técnica. Não são recomendáveis a partidários de Lula e da candidata dele, Dilma Rousseff.
Eleitor
declarado de Serra, Guilherme, o diretor das peças, não esconde o
propósito promocional da obra. “É ativismo político”, ele afirma.
Serra
colaborou gostosamente na execução do projeto. Deu depoimentos. Cedeu
imagens. Numa, o pai e a mãe aparecem dançando em celebração familiar.
Salta
do trabalho a deliberada intenção de realçar em Serra os laivos de
humanidade supostamente escondidos atrás do político sisudo e sem
carisma.
No
segundo vídeo da série (disponível lá no alto), Serra é retratado como
aluno barulhento na escola e briguento nas peladas de rua.
Jogava
na defesa, a locutora informa. Recolheram-se vários depoimentos. Deu-se
voz, por exemplo, a uma ex-colega de escola de Serra.
“O
Zé era muito lindo, isso eu tenho que falar”, ela exagera. “Olhos
verdes”, derrete-se. E tinha, à época, “pasmem, muito cabelo!”
Conta que não “se atirava” na direção de Serra porque supunha que ele tivesse uma queda por outra menina, a “rainha do colégio”.
O
vídeo é arrematado com a locutora, em off: “Zé não se lembra, mas há
quem diga que, desde criança, ele queria ser presidente do Brasil”.
Nos
pedaços seguintes, fala-se da passagem de Serra pelo curso de
engenharia da USP, a presidência da UNE, a ditadura e o exílio. Chile,
EUA...
Depois,
o retorno ao Brasil, a cátedra na Unicamp, o engajamento na campanha
pelas diretas, a elaboração do naco econômico do programa de Tancredo
Neves.
Deu-se especial destaque à passagem de Serra pela secretaria de Planejamento do governo Montoro.
Ouvido, Fernando Henrique Cardoso como que atribui ao ex-secretário ares de governador.
Conta que, no Senado, já na condição de ex-governador, Montoro lhe teria dito que quem governava de fato era Serra, não ele.
No
trecho em que trata do Serra deputado constituinte, a videobiografia
repisa a tecla de que foi ele quem viabilizou o financiamento do seguro
desemprego.
O vídeo que discorre sobre a passagem de Serra pelo governo FHC, empurra para segundíssimo plano a pasta do Planejamento.
Deu-se preferência à Saúde, um dos pilares da campanha presidencial de Serra.
Fala-se dos medicamentos genéricos sem mencionar o nome do autor do projeto, Jamil Haddad (PSB), ex-ministro de Itamar Franco.
Dá-se
relevo ao programa de combate à Aids e à quebra das patentes dos
remédios. Num trecho, Serra aparece discursando na ONU, em bom inglês.
A
derrota para Lula, na disputa presidencial de 2002, é citada pela
locutora numa escassa frase. Depois, a prefeitura e o governo de São
Paulo.
No encerramento, a locutora retoma a meada que começara a desfiar no início: o projeto presidencial de Serra.
Um
projeto que, segundo a videobiografia, ele começara a acalentar na
tenra idade: O “Zé não se lembra, mas há quem diga que, desde criança,
queria ser presidente”.
Maranhão: TRE faz barba, cabelo e, sobretudo, bigode
FolhaO TRE do Maranhão livrou da lei da Ficha Limpa dois candidatos ao governo do Estado.
Numa decisão, autorizou o registro da candidatura de Jackson Lago (PDT), cuja impugnação havia sido requerida pelo Ministério Público.
O
tribunal deu de ombros para a sentença do TSE, que passara na lâmina,
em março do ano passado, o mandato de governador de Lago.
Noutra deliberação, o TRE-MA indeferiu pedido de impugnação de Roseana Sarney (PMDB). Herdeira da cadeira de Lago, ela concorre à reeleição.
A ação contra Roseana havia sido protocolada por um adversário tucano: o deputado estadual Aderson Lago.
Ele
listara três processos movidos contra a filha de José Sarney. Um
resultara em multa por propaganda eleitoral irregular, na campanha de
2006.
Os
outros dois são ações populares. A primeira de 1995. A outra de 2004.
Rosena, porém, não foi condenada em nenhuma delas, realçou o TRE.
Quanto à multa, o tribunal considerou que não constitui motivo para determinar a inelegibilidade de Roseana.
Na
semana passada, o TRE já havia livrado da Ficha Limpa o irmão de
Roseana, Zequinha Sarney (PV), que tenta retornar à Câmara. A
Procuradoria recorreu.
Por ora, a Justiça Eleitoral do Maranhão não acatou uma mísera ação movida com base na lei da Ficha Limpa.
Contra
a posição do TSE, prevalece no tribunal estadual a tese de que a lei,
por inconstitucional, não pode retroagir em prejuízo dos acusados.
As manchetes desta quinta
- Globo: Ficha limpa barra Roriz, líder nas pesquisas no DF
- Folha: Rede pública da TV digital vai ter leilão de R$ 2,8 bi
- Estadão: Corte ignora apelos, muda acusação e iraniana será executada
- JB: Senado cria l0 mil cargos de uma vez
- Correio: TRE barra candidatura de Roriz
- Valor: Sanções dificultam vendas ao Irã
- Jornal do Commercio: Bancos impedidos de cobrar por boletos
- Zero Hora: A neve da década
TSE multa, de novo, Lula e Dilma: R$ 5 mil cada um
DivulgaçãoO ministro Henrique Neves, do TSE, condenou Lula ‘Cabo Eleitoral’ da Silva e Dilma ‘Lulodependente’ Rousseff a pagar mais um par de multas: R$ 5 mil cada.
Na mesma decisão, foi multado também o diretório do PT de São Paulo: R$ 7,5 mil.
Deve-se o novo lote de multas a uma representação do Ministério Público.
Na peça, a Procuradoria acusou o PT e suas estrelas de fazer propaganda ilegal em espaço reservado à publicidade partidária.
As inserções consideradas irregulares foram veiculadas na TV em 12 de março, no Estado de São Paulo.
Por ora, Dilma acumula oito multas. No total, R$ 38 mil. Lula foi multado sete vezes. Deve R$ 47,5 mil.
O tucano José Serra não fica muito atrás. Arrostou sete multas. Somam R$ 35 mil. Por enquanto, ninguém levou a mão ao bolso.
A
gincana das infrações à lei eleitoral prossegue. Nesta quarta (4), em
parecer encaminhado ao TSE, o Ministério Público adicionou pimenta na
mistura.
Pediu ao tribunal que imponha a Lula, Dilma e ao PT uma multa mais salgada do que o habitual: R$ 250 mil.
Tesouraria de Serra coletou mais do que o informado
O comitê financeiro da campanha de José Serra pode ter de rever uma cifra que acaba de ser trazida à luz.
Um dos operadores do QG tucano informou ao blog, na noite desta quarta (4), que a coleta foi maior do que os R$ 3,6 milhões levados ao noticiário.
Atribuiu a cifra miúda a um “erro”. Refere-se, segundo disse, apenas a uma das contas abertas para receber doações.
Nesta
sexta (6), o TSE divulga os dados da escrituração dos comitês. O
interlocutor do repórter não esclareceu se o número correto já foi
levado ao tribunal.
Esquivou-se
de dizer qual seria o montante real. Limitou-se a esclarecer que a
coleta de Serra é superior à de Marina Silva e semelhante à de Dilma
Rousseff.
As
arcas de Marina somaram R$ 4,6 milhões. As de Dilma, R$ 11,6 milhões. O
curioso é que, em entrevista, Serra chegou a se dizer “preocupado” com
seus números.
Na semana passada, o blog havia apurado que o tucanato recolhera, na primeira rodada do chapéu, algo como R$ 15 milhões.
Curioso que o PSDB, com tantas eleições nas costas, flerte com o “erro” em área tão sensível quanto as verbas de campanha.
Resta aguardar pela divulgação oficial da Justiça Eleitoral.
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Escrito por Josias de Souza às 22h26
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Agora, Serra afirma que debate ‘não é coisa decisiva’
Apu Gomes/Folha
O
homem, como se sabe, é o único animal que dispõe do dom da fala. Porém,
quando solto na selva política, por vezes diz palavras desconexas.
Tome-se
o exemplo dos tucanos. Passaram a fase de pré-campanha alerdeando a
tese segundo a qual os debates teriam importância capital na sucessão.
No
tetê-à-tête com Dilma Rousseff, José Serra daria um baile. Pois bem.
Agora, às vésperas do primeiro embate, o próprio Serra reformula a prosa.
"Está-se
exagerando o caráter decisivo do debate. É um ponto importante, mas [é
apenas] um ponto na trajetória da informação para o público".
Declarou-se
“tranquilo”. E quanto à insinuação de Dilma de que, nervoso, teria de
recorrer ao Lexotan? “É só você olhar pra mim”, Serra ironizou.
Nesta quarta (4), o presidenciável tucano esteve, de novo, em Minas. Acompanhado de Aécio Neves e Cia., foi a Poços de Caldas.
A agenda previa uma esticada até Três Corações. Mas Serra preferiu retornar a São Paulo. A assessoria insinuou que teria compromissos particulares.
E
Aécio: "Estava previsto que ele retornaria a São Paulo para se preparar
para um outro momento importante da campanha, que é o debate em uma
rede de TV.”
Debate “não é coisa decisiva”. Mas não convém facilitar.