PSDB e PP
Crise interna abala campanha de Beto Richa na reta final
Dizendo-se abandonado, candidato ao Senado, Ricardo Barros se recusa a ceder horário eleitoral para tucano
Luciana Pombo
Barros: “Eles me deixaram e direcionam forças para o outro” (foto: Franklin de Freitas)
O confronto gerou notícias de que o deputado - vice-líder do governo Lula na Câmara Federal - pudesse abandonar Richa nos próximos dias em favor do candidato do PDT ao governo, Osmar Dias, o que ele descartou. “Tenho problemas com o PSDB e isso eu não vou negar, mas não vou fazer campanha para qualquer outro candidato que não seja da minha coligação no Paraná. Apenas recebi uma consulta para aumentar a exposição do Beto e neguei. Por conta disto estão criando uma crise interna”, confirmou o parlamentar.
Os boatos de que Barros apoiaria Dilma Roussef (PT) e Osmar Dias (PDT) cresceram ontem por conta da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Paraná. Lula chega hoje em Curitiba e segue amanhã para Maringá, onde fará uma série de assinaturas de convênios e visitará a Vila Olímpica, ao lado do prefeito Silvio Barros II, irmão de Ricardo Barros.
“Não vou negar que tenho um excelente contato com o Lula e simpatia pelos integrantes do PT do Paraná. Aliás, pretendia uma coligação com o partido que não foi possível por falta de uma composição que nos garantisse a vaga do Senado, não havia espaço para o PP. Mas não divergimos”, ponderou Barros. A coligação de Osmar Dias decidiu lançar para o Senado as candidaturas de Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT).
O parlamentar garantiu que não mudará de postura, mesmo diante dos problemas enfrentados com a liderança de campanha de Beto. “O fato concreto é que eles me deixaram nesta eleição e estão direcionando as forças deles para outro candidato ao Senado. Mas estou muito bem nas pesquisas, crescendo nos últimos instantes como havia programado. Isso fez com que eu mudasse de postura e não esperasse ajuda deles. Estou consolidando um novo carminho, que passa pela busca de outros apoios, de uma rede nova para minha candidatura”, confessou. “Política é assim mesmo é como um tabuleiro de xadrez. A gente vai mexendo as peças. Dependendo do jogo, a gente dá um xeque-mate”.