Minas Gerais
Último cangaceiro morre aos 100 anos
O ex-cangaceiro do bando de Virgulino Ferreira, o Lampião, vivia com a mulher em Minas havia 70 anos
Considerado o último cangaceiro homem e um dos últimos integrantes do bando de Virgulino Ferreira, o Lampião, Antônio Inácio da Silva morreu aos 100 anos na última segunda-feira, em Belo Horizonte (MG). O corpo de Moreno, como ele era conhecido no cangaço, foi enterrado na manhã de terça-feira, no cemitério da Saudade, na capital mineira, em meio a uma chuva de fogos de artifício.O ex-cangaceiro, que adotou o nome de José Antônio Souto após deixar o bando, vivia em Minas havia 70 anos, para onde fugiu junto com a mulher, Jovina Maria da Conceição, conhecida com Durvinha - que faleceu em 2008, aos 93 anos. Moreno faria 101 anos em 1º de novembro e morreu vítima de insuficiência respiratória, segundo Neli Maria da Conceição, de 60 anos, filha do casal.
“Depois que minha mãe morreu ele ficou meio triste, depressivo. Estava muito fraquinho. Acabou ficando numa cadeira de rodas. Ultimamente ele pedia muito que a mãe dele o buscasse porque não via mais sentido na vida dele”, disse Neli. “Ele morreu igual a um passarinho, sem sofrimento, sem nada.”
Moreno e Durvinha tiveram seis filhos. Na busca pelo irmão mais velho, Inácio Carvalho Oliveira, atualmente com 72 anos, que havia sido deixado pelo casal de cangaceiros em Tacaratu (PE), foi que Neli descobriu, em outubro de 2005, a verdadeira história dos pais. “Era um segredo dos dois, do meu pai e de minha mãe”, disse