Previdência Social
Ministério Público denuncia 18 pessoas por fraude no INSS de Campo Mourão
Segundo o MPF, a organização criminosa se concentrava na concessão fraudulenta de benefícios previdenciários. Entre os denunciados, estão servidores públicos do INSS, estagiários e intermediários de benefícios
Marcus Ayres
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 18 pessoas por formação de quadrilha para a prática de crimes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Campo Mourão, na região Centro-Oeste do Paraná.
Entre os denunciados estão servidores públicos do INSS, estagiários, intermediários de benefícios e integrantes de outras instituições. Segundo a assessoria de imprensa do MPF, a organização criminosa se concentrava na concessão fraudulenta de benefícios previdenciários, sobretudo naqueles de trabalhadores rurais em regime de economia familiar.
“O grupo falsificava várias espécies de documentos, inseria dados falsos no sistema da Previdência e realizava indevidas justificações administrativas, o que acabou por auxiliar a quadrilha na obtenção irregular de altas quantias a título de valores atrasados”, diz um comunicado repassado para a imprensa pelo MPF.
O MPF solicitou à Justiça Federal a condenação dos réus nas penas do artigo 288 do Código Penal, além de solicitar o afastamento judicial dos servidores do INSS que ainda estão trabalhando e ajuizará ações específicas para ressarcimento do patrimônio público.
Investigações começaram em 2005
As investigações foram iniciadas em 2005, pelo MPF, em conjunto com a Polícia Federal. O trabalho (que contou com monitoramento telefônicos autorizados pela Justiça Federal) foi utilizado como base para a operação Campo Fértil (em setembro de 2006), que resultou na prisão temporária de alguns integrantes do grupo, além de buscas e apreensões de documentos na Agência da Previdência Social e nas residências nos investigados.
O inquérito policial conta com 2.189 páginas, além de 31 apensos e 741 páginas de escutas telefônicas transcritas.
