FARC ANUNCIA LIBERTAÇÃO DE MAIS 5 REFÉNS

PAULO MELO CORUJA NEWS

Farc anunciam a libertação de 5 reféns na Colômbia

Guerrilha diz que soltura é ato de desagravo a ex-senadora cassada Piedad Córdoba
Da Ansa

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram nesta quarta-feira (8) que libertarão cinco reféns, entre eles três policiais e dois líderes políticos. A guerrilha disse que a liberação é um ato de desagravo contra a perda de mandato da ex-senadora colombiana Piedad Córdoba.
O anúncio foi feito por meio da página que o grupo mantém na internet, em uma carta dirigida à ex-senadora do Partido Liberal (PL), na qual criticam a decisão tomada pela Procuradoria Geral da Colômbia, de destituí-la do Senado.
Entre os reféns que serão libertados está o major da polícia Guillermo Solórzano, de Cartagena, além do cabo do Exército Salín Sanmiguel, o infante da Marinha Henry López Martínez, e os presidentes dos conselhos municipais de San José del Guaviare, Marcos Vaquero, e de Garzón, no Departamento de Huila, Armando Acuña.
O mandato de Piedad foi cassado em 27 de setembro. Ela se tornou inelegível por 18 anos sob a acusação de ter dado conselhos à guerrilha colombiana, enviando depoimento em áudio de reféns, ao invés de vídeos, atuando de forma unilateral em libertação de reféns, entre outros.
Grupo quer que Piedad receba reféns
O envolvimento de Piedad com as Farc começou a ser investigado após um bombardeio do Exército da Colômbia sobre um acampamento do grupo no Equador em 2008, que permitiu a apreensão do computador pessoal de Raúl Reyes, ex-número dois da guerrilha, morto na operação.

De acordo com o comunicado da guerrilha, a decisão é "um gesto de humanidade e de reparação à senadora da paz", em referência à ex-parlamentar, e "a data [de libertação] dependerá das garantias que o governo conceda para que a senadora possa receber os que sejam libertados". As Farc disseram que a libertação foi decidida como uma medida de protesto ao que classificaram como um "brutal atropelo da Procuradoria" contra o "esforço humanitário pela paz da Colômbia" promovido pela senadora cassada.
"A sanção contra Piedad Córdoba é imoral e injusta, prejulgada e ditada pelos mais avessos interesses políticos", pontuou ainda o comunicado da guerrilha. Ao fim do documento, o grupo ainda expressa que compartilha com Córdoba "e com a imensa maioria de nossos compatriotas que a guerra não pode ser o futuro da Colômbia".