TRAGÉDIA NO RJ 776 MORTOS

PAULO MELO CORUJA NEWS

Dez dias após a tragédia, número de mortos na região serrana do Rio de Janeiro passa de 770

Do UOL Notícias
Em São Paulo
Dez dias depois da tragédia provocada pelas fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, o número de vítimas fatais chegou a 779, segundo informações da secretaria estadual de Saúde e da Defesa Civil do Rio de Janeiro (Sesdec-RJ).

Encostas que ameaçam deslizar em Teresópolis, região serrana do Rio. Número de mortos pelas chuvas no Estado já supera os 700 Mais Gabriel de Paiva/Agência O Globo
Nova Friburgo é a cidade que concentra o maior número de mortos: 371. Teresópolis tem 313, o distrito de Itaipava, em Petrópolis, 66, Sumidouro, 22, além de uma morte em Bom Jardim e seis em São José do Vale do Rio Preto, onde os corpos foram encontrados, mas que, de acordo com a prefeitura, não seriam de moradores da cidade e devem ter sido levados até lá pelas enchentes.
Ainda segundo a Defesa Civil estadual, o Ministério Público Estadual (MPE) divulgou que há 333 desaparecidos em toda a região.
Em Teresópolis, 85% dos hotéis funcionam normalmente
Apesar de ser a segunda cidade em número de mortos na região serrana e uma das mais destruídas, as fortes chuvas não destruíram totalmente a rede hoteleira de Teresópolis.

Segundo Michel Al Odeh, secretário municipal de Turismo da cidade, 40 dos 47 hotéis e pousadas da cidade funcionam regularmente, como se um desastre natural não tivesse castigado Teresópolis. “85% da rede hoteleira está funcionando. Só dois hotéis ainda têm problemas no fornecimento de luz elétrica”, garante o secretário.
Al Odeh está otimista quanto à recuperação da cidade. Ele argumenta que os esforços têm que se dividir em duas frentes. “O eixo que cuida dos desabrigados, da construção das casas populares; e o eixo da recuperação da imagem da cidade, da revitalização total da logística do comércio”.
Moradores de Itaipava seguem isolados
Em Socorro, bairro localizado em um dos morros da serra de Itaipava, em Petrópolis, os moradores ainda continuam sem perspectiva de sair do isolamento. As fortes chuvas deixaram lama e troncos espalhados pelo local, bloqueando todos os acessos até a região.
Sem luz nem abastecimento de água, grupos voluntários se arriscam para levar alimentos, remédios e roupas à população. A reportagem do UOL acompanhou a ida de um grupo de resgate voluntário, formado por cariocas da Associação Brasileira de Resgate, e uma veterinária até o local, numa caminha de cerca de quatro horas.
O acesso é feito por uma então estrada que sai do Vale do Cuiabá, um dos pontos mais devastados na região, onde o rio Santo Antonio encheu e levou casas inteiras em plena madrugada – com seus ocupantes dentro, muitos dormindo.