CAMPANA
Pedidos de registros podem ser julgados só depois da eleição
É a conclusão de juristas reunidos em evento realizado em Natal. Os palestrantes do evento, Ministros Arnaldo Versiani e Joelson Dias e o advogado e professor paranaense Luiz Fernando Pereira
Com a avalanche de pedidos de impugnação a partir da nova Lei do Ficha Limpa, é provável que muitos registros sejam decididos só depois da eleição. Isso significa que as eleições vão ser decididas nas urnas, mas ficarão a esperar uma decisão final da Justiça Eleitoral ou, o que seria pior, do Supremo Tribunal Federal. É a conclusão de juristas que discutiram o tema em encontro realizado em Natal, capital do Rio Grande do Norte, nos dias 21, 22 e 23 de julho. Estados como Maranhão, Paraíba e o Distrito Federal poderão esperar uma decisão judicial para saber quem será o Governador. E isso porque embora o TSE já tenha respondido a duas consultas sobre o tema, há vários pontos sobre os quais ainda não houve definição da justiça eleitoral. Além disso, toda a discussão ainda pode parar no Supremo. E como o STF não responde a consultas, só na análise do caso concreto é que a orientação final será dada. E não há dúvida que isso vai ficar para depois da eleição. Foi a grande constatação (e preocupação) dos juristas reunidos em Simpósio com a participação de centenas de interessados no assunto.
Diante de empresários, Serra defende reforma tributária
Para o tucano, os recentes indicativos da desindustrialização precisam ser combatidos com uma política de valorização dos produtos e mercados
Agência Estado, foto de Lula Marques, da Folha
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, reafirmou nesta sexta-feira (23), em Florianópolis, que vai focar a gestão, caso seja eleito, na produção como forma de fortalecer a economia. Para o tucano, os recentes indicativos da desindustrialização precisam ser combatidos com uma política de valorização dos produtos e mercados, e na definição de uma nova ordem tributária.
“O Brasil precisa ser nivelado por cima. É o país que tem a menor taxa de investimento governamental e vem pecando pela falta de prioridade de investimentos, mostrando-se incapaz de trazer o setor público e privado para o desenvolvimento de sua estrutura”, afirmou, durante encontro com cerca de 500 empresários na sede da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
Assessor de Lula busca aproximar Dilma de católicos
Da Agência Estado, via Paraná OnlinePreocupado com a disseminação de rumores que têm criado mal-estar entre religiosos e a candidata do PT, Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalou seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, um ex-seminarista, para aproximar a petista da Igreja Católica. Lula quer evitar que Dilma seja carimbada como defensora do aborto e ganhe a antipatia de bispos e padres. Carvalho já tem acompanhado a ex-ministra da Casa Civil em visitas a igrejas, mas vai reforçar o trabalho, promovendo encontros reservados para ela.
Em duas entrevistas concedidas ontem – ao portal R7, da Rede Record, e à rádio Marano, de Garanhuns (PE) -, Dilma destacou que nunca pregou o aborto. Foi uma resposta ao bispo de Guarulhos (SP), dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que em artigo no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), intitulado “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, defendeu o boicote à candidatura de Dilma por considerar que o PT é a favor da interrupção da gravidez.
Dilma disse admitir o aborto nos casos previstos em lei, como em gravidez resultante de estupro. Destacou, no entanto, que o Estado não pode deixar mulheres com menor poder aquisitivo utilizarem métodos medievais para pôr fim à gestação. “”O aborto é uma violência contra o corpo da mulher. Agora, tanto eu como o presidente Lula reconhecemos que é uma questão de saúde pública.”
Lágrimas de Ciro
De Lauro Jardim no Radar OnlineO rancor de Ciro Gomes com o PSB continua mais vivo do que nunca. Em entrevista à apresentadora Patrícia Calderon que [foi ao ar] na TV Cidade, afiliada da Record no Ceará, fica claro que ainda o incomoda muito ter sido retirado pelo seu partido da disputa presidencial este ano. Disse Ciro:
– Sofri uma rasteira, fui feito de bobo pelo meu partido. Passei quinze dias de muita tristeza, sofri muitas humilhações, serviu para amadurecer. O que dói mais é que o meu partido deu corda até o final e tirou o tapete dos meus pés.
Ciro também conta que caiu em lágrimas com a situação criada em abril e revela como Lula o convenceu a trocar o seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo.
– Nos últimos 30 anos já chorei muito de emoção. Agora chorar por humilhação foi uma vez só. Chorei quando o meu partido me obrigou a mudar o título. O presidente Lula me fez esse pedido pessoalmente: “Já que você é candidato à presidência, precisa mudar o seu domicilio eleitoral. O seu irmão é governador do Estado do Ceará e se você for candidato e continuar votando no Ceará, vem um advogado e derruba a sua candidatura”. Foi por isso que mudei o meu título, acreditando em todos e tudo.
Financiamentos privados nas eleições crescem e somam R$ 4,6 bi em 2006 e 2008, diz Ethos
De Marcelle Ribeiro – O GloboSÃO PAULO – Os financiamentos privados nas eleições brasileiras têm crescido e, em 2006 e 2008 ficaram em R$ 4,6 bilhões, segundo pesquisa do Instituto Ethos divulgada nesta sexta-feira. As eleições municipais de 2008 custaram R$ 2,8 bilhões, valor bem mais alto que a eleição federal (para presidente, senador e deputado federal), estimada em R$ 824 milhões e estadual (para governadores e deputados estaduais), que custou R$ 924 milhões. Em 2008, os investimentos privados no pleito municipal são quase o triplo do de 2004, quando foram de cerca de R$ 1 bilhão.
– Ou está havendo um crescimento de valores investidos mesmo ou a Justiça Eleitoral está apertando mais e os dados estão sendo mais declarados – disse o autor do estudo e professor da Unicamp, Bruno Speck.
Os dados foram obtidos com as prestações de contas dos candidatos e comitês financeiros das eleições estaduais e federais. Não incluem, portanto, valores não declarados pelos políticos e partidos.
Brasil é o terceiro país mais desigual da América Latina e do Caribe
Paula Laboissière da Agência Brasil
O Brasil tem o terceiro pior índice de desigualdade em toda a América Latina e o Caribe, segundo dados divulgados hoje (23) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O país está abaixo apenas da Bolívia e do Haiti.
O índice de Gini – que mede o grau de desigualdade de cada nação – ficou em 0,56 no Brasil, enquanto o Haiti registrou 0,59 e a Bolívia, 0,6. Quanto mais próximo de 1, mais desigual o país.
De acordo com o relatório, a desigualdade no Brasil reduz em 19% o desenvolvimento humano até então alcançado. Em novembro de 2007, o país já ingressava na faixa do alto desenvolvimento humano mas, no ano passado, voltou a registrar apenas um índice mediano por conta do impacto da alta desigualdade.
A América Latina e o Caribe formam a região mais desigual do mundo, onde estão dez dos 15 países com maior diferença entre ricos e pobres. O índice de Gini para a região como um todo chega a ser 65% maior quando comparado ao de países desenvolvidos como o Canadá e a Alemanha.
