PAULO MELO CORUJA NEWS
Especial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou nesta terça-feira (12) a quebra de sigilo eletrônico de Wellington Menezes de Oliveira, autor do massacre no colégio Tasso da Silveira, em Realengo, na semana passada. A decisão da juíza Alessandra de Araújo Bilac, da 42ª Vara Criminal, obrigará o Google do Brasil -empresa que administra várias redes sociais e outras plataformas de comunicação- a passar dados sobre o criminoso à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
A decisão judicial tem o objetivo de rastrear possíveis trocas de e-mails do atirador utilizando conta no serviço gratuito disponibilizado pela empresa como também possíveis contatos em redes sociais, como o Orkut, que pertence ao Google.
A expectativa dos investigadores é esclarecer a participação direta ou indireta de outras pessoas no ato criminoso. A DRCI leverá em conta que há indícios de que o atirador participava de algum grupo religioso, a partir das citações feitas por ele nos manuscritos encontrados pela polícia em Sepetiba, local no qual Oliveira residiu nos últimos oito meses.
Em alguns trechos, o criminoso menciona os nomes "Abdul" e "Phillip" e diz que "meditava sobre o 11 de setembro" (em referência ao dia do atentado terrorista contra as Torres Gêmeas, em Nova York, em 2001).
Além disso, Oliveira queimou o próprio computador e deixou uma mensagem que torna clara a sua intenção de proteger supostos "fornecedores". Os técnicos da DRCI trabalham na tentativa de recuperar os dados do disco rígido (HD) da máquina.
Segundo a juíza, diante da gravidade dos fatos e do rumo das investigações, "há a necessidade de vasculhar os vestígios virtuais junto à empresa Google do Brasil, para conseguir mais informações sobre Wellington, e quaisquer outras pessoas que tenham participado do fato e os motivos que o levaram a cometê-lo".
Ao deferir o pedido, a magistrada determinou que a remessa das respostas deve ser encaminhada diretamente à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no prazo de duas horas, a partir do momento em que o Google receber a intimação.
O atirador deixou uma carta com teor religioso, onde orientava como queria ser enterrado e deixava sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Oliveira no abdômen. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Oliveira portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Doze estudantes morreram --dez meninas e dois meninos--, e outros 12 ficaram feridos no ataque.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o IML (Instituto Médico Legal), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio
TJ-RJ autoriza, e Google será obrigado a passar dados sobre atirador de Realengo
Hanrrikson de AndradeEspecial para o UOL Notícias
No Rio de Janeiro O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou nesta terça-feira (12) a quebra de sigilo eletrônico de Wellington Menezes de Oliveira, autor do massacre no colégio Tasso da Silveira, em Realengo, na semana passada. A decisão da juíza Alessandra de Araújo Bilac, da 42ª Vara Criminal, obrigará o Google do Brasil -empresa que administra várias redes sociais e outras plataformas de comunicação- a passar dados sobre o criminoso à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
A decisão judicial tem o objetivo de rastrear possíveis trocas de e-mails do atirador utilizando conta no serviço gratuito disponibilizado pela empresa como também possíveis contatos em redes sociais, como o Orkut, que pertence ao Google.
A expectativa dos investigadores é esclarecer a participação direta ou indireta de outras pessoas no ato criminoso. A DRCI leverá em conta que há indícios de que o atirador participava de algum grupo religioso, a partir das citações feitas por ele nos manuscritos encontrados pela polícia em Sepetiba, local no qual Oliveira residiu nos últimos oito meses.
Em alguns trechos, o criminoso menciona os nomes "Abdul" e "Phillip" e diz que "meditava sobre o 11 de setembro" (em referência ao dia do atentado terrorista contra as Torres Gêmeas, em Nova York, em 2001).
Além disso, Oliveira queimou o próprio computador e deixou uma mensagem que torna clara a sua intenção de proteger supostos "fornecedores". Os técnicos da DRCI trabalham na tentativa de recuperar os dados do disco rígido (HD) da máquina.
Pessoas fazem oração em frente à escola de Realengo para homenagear as crianças mortas na tragédia / Helio Motta/UOL
Ao deferir o pedido, a magistrada determinou que a remessa das respostas deve ser encaminhada diretamente à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no prazo de duas horas, a partir do momento em que o Google receber a intimação.
Entenda o caso
Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem sacou a arma e começou a atirar nos estudantes.O atirador deixou uma carta com teor religioso, onde orientava como queria ser enterrado e deixava sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Oliveira no abdômen. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Oliveira portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Doze estudantes morreram --dez meninas e dois meninos--, e outros 12 ficaram feridos no ataque.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o IML (Instituto Médico Legal), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio