50 MIL MORTOS NA LÍBIA

PAULO MELO CORUJA NEWS
JOSIAS DE SOUZA

Conflitos da Líbia deixaram pelo menos 50 mil mortos

  Filippo Monteforte/FPComandante das tropas rebeldes que prevaleceram em Trípoli há uma semana, o coronel Hisham Buhagiar revelou uma contabilidade macabra.
Disse que os combates entre rebeldes e forças leais ao ditador Muammar Gaddafi, iniciados há seis meses, levaram à cova 50 mil líbios.
A conta do coronel inclui os mortos indubitáveis e também os presumidos (pessoas desaparecidas).
A soma de cadavers pode aumentar. Três cidades da Líbia permanecem sob controle dos homens de Gaddafi. Entre elas Sirte, terra natal do ditador.
Presidente do Conselho Nacional de Transição, o rebelde Mustafa Abdel Jalil pronunciou nesta terça (30) um ultimato.
Deu três dias para que a turma de Gaddafi deponha as armas.
"Até sábado, se não houver indicações pacíficas para implementação disto, decidiremos militarmente. Não desejamos fazer isso, mas não podemos esperar mais."
Mustafa Jalil admitiu que os rebeldes desconhecem o paradeiro do ditador, às voltas com o caso depois de 42 anos de arbítrio.
"Se soubéssemos onde Gaddafi está agora, nossos revolucionários estariam a caminho para capturá-lo...”
“…Não temos informação de que Muammar Gaddafi esteja na Líbia ou em qualquer outro lugar."
Permanece de pé a oferta de US$ 1,7 milhão, mais anistia, a quem se animar a capturar Gaddafi. Vivo ou morto.

Decepcionado com Dilma, Cristovam flerta com a CPI

Fábio Pozzebom/ABr
Há duas semanas, um grupo de senadores escalou a tribuna para declarar apoio à “faxina” de Dilma Rousseff nos ministérios.
Um dos integrantes desse grupo, Cristovam Buarque (PDT-DF), disse há pouco que começa a se “decepcionar” com Dilma.
Em aparte ao colega Agripino Maia, líder do DEM, Cristovam insinuou que pode aderir ao pedido de CPI da Corrupção:
“Em relação à CPI, existem os que assinaram, os que não assinaram e os que não assinaram a-i-n-d-a. Eu estou nesse bloco.”
Mas, afinal, vai ou não vai assinar? “Ainda vou dar alguns dias de credibilidade à presidente...”
“...Se a presidente titubear lá, eu não titubearei aqui. Minha posição contrária aos que assinaram a CPI tinha razão de interesse público e de respeito à presidente...”
“...Mas essa razão pode desaparecer se não receber dela um gesto de credibilidade.”
Por ora, assinaram o pedido de CPI apenas 20 senadores. O número mínimo exigido é de 27. Ainda que Cristovam vença suas hesitações, faltarão seis jamegões.

Dilma: sem fonte, a Emenda 29 é ‘presente de grego’

Dilma Rousseff visitou Pernambuco. Foi anunciar a construção de barreiras anti-enchentes. Aproveitou para erguer um dique anti-Legislativo.
Ao posar em Caruaru, Dilma falou a emissoras de rádio sobre o risco de o Congresso aprovar propostas gastadoras.
Mencionou a certa altura a Emenda 29, que destina verbas à saúde pública. "Não quero que me dêem presentes de grego. Presente de grego eu não quero…”
“…Eu quero um presente para a saúde: quero saber como é que todo o investimento necessário para garantir que nosso povo tenha saúde de qualidade vai sair."
Deputados e senadores, disse Dilma, deveriam ter a "firmeza de aprovar a origem do recurso." Beleza.
Ao refugar o presente de grego, dona Dilma insinua que a saída para a saúde é um cavalo de madeira que enfie na Troia do contribuinte um novo tributo.
De Caruaru, a presidente foi a Cupira. Ao discursar, Dilma rebatizou a cidade, chamando-a de Curupira. Equívoco providencial. Evoca figura mitológica do folclore brasileiro.
Curupira é o ser das matas que, com os pés virados para trás, dedica-se a desorientar caçadores e lenhadores que atentam contra a fauna e a flora.
Como que incorporando o mito, Dilma discursou em timbre Curupira. A certa altura, falou sobre a melhoria dos serviços públicos no Brasil (assista lá no alto).
“Eu vou dar o melhor de mim. Vou perseguir isso 24 horas por dia.” Mencionou um par de objetivos: “educaçao de qualidade” e um SUS decente.
Nossa saúde, disse Dilma, “é até muito avançada em certos aspectos: quer ser gratuita, universal e de qualidade.”
No arremate: “Queremos e vamos conseguir que esse sistema seja um sistema que nós possamos nos orgulhar dele.”
Dessa vez, não disse palavra sobre o dique que ergue contra a Emenda 29. Nada sobre presentes de grego. Nenhuma insinuação sobre novo tributo.
Materializando-se o milagre do SUS “universal e de qualidade” o mérito será de Dilma ‘Curupira’ Rousseff.
Mantendo-se o sistema que provê à clientela suplício e morte de corridor, a culpa será dos congressistas que vagueiam pela selva com cara de gregos.

Parentes de Lu Alckmin ‘frequentam’ novo escândalo

  Folha
A parentela de Lu Alckmin (foto), primeira-dama de São Paulo, proporciona ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) constrangimentos em penca.

Ainda outro dia noticiou-se que um irmão da mulher de Alckmin foi denunciado sob acusação de superfaturar merenda vendida a prefeitura de Pindaminhangaba (SP).
Agora, os repórteres Evandro Spinelli e Giba Bergamim Jr. informam que uma empresa de familiares da primeira dama é suspeita de fraudar a prefeitura de São Paulo.
A empresa é a Wall Street Empreendimentos e Participações Ltda.. Os sócios são Maria Paula Abreu Cesar Ribeiro, Adhemar Cesar Ribeiro Filho e Othon Cesar Ribeiro.
Maria Paula é mulher de Adhemar Cesar Ribeiro, irmão de Lu Alckmin e coletor de fundos eleitorais na campanha presidencial de Alckmin, em 2006.
A Wall Stret é acusada de falsificar documentos para pagar menos do que deveria por autorização da prefeitura para levantar um prédio.
Estima-se que o prejuízo aos cofres municipais foi de R$ 4 milhões. Coisa de 2000, quando respondia pela prefeitura o pós-malufista Celso Pitta.
A prefeitura chegou a reportar os indícios de fraude à Polícia Civil. Na época, Alckmin era vice-governador.
Em 2001, já sob a gestão da então prefeita Marta Suplicy (PT),a prefeitura mandou o caso ao arquivo.
A encrenca foi reaberta na semana passada, graças a uma denúncia anônima encaminhada à Corregedoria do município, agora sob Gilberto Kassab.
Apura-se um esquema de fraude que envolve várias empresas, não apenas a Wall Street. No total, avalia-se que o rombo foi de R$ 41 milhões.
Aos pouquinhos, a árvore genealógica de Lu vai servindo ao marido Gê os seus frutos tóxicos.
O governador não comentou o novo constrangimento. Procurados, os donos da Wall Street tampoco se animaram a devolver as ligações.
-

99% querem a corrupção no rol dos crimes hediondos

Guto Cassiano
Em enquete realizada por meio da internet, o DataSenado pergunta:
“Você é a favor ou contra o projeto que inclui os atos de corrupção na Lei dos Crimes Hediondos, que aplica punições mais severas aos condenados?”
Iniciada na semana passada, a sondagem já havia recolhido a manifestação de 71.775 pessoas até as 5h55 da madrugada desta terça (30).
O resultado parcial é acachapante: 99,01% a favor do projeto. Contra, escassos 0,9%.
De autoria do senador e ex-procurador da República Pedro Taques (PDT-MT), a proposta corre na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Sugere a alteração do inciso 8o do artigo 1o da lei que tipifica os crimes hediondos. Adiciona à lista três delitos:
Concussão (exigir vantagem indevida em razão do cargo), corrupção ativa e corrupção passiva.
Hoje, a pena mínima para esses crimes é de dois anos de cadeia. Aprovando-se o projeto, a punição mais branda passa a ser quatro anos de cana.
A enquete permanecerá no site do Senado até esta quarta (31). Quem quiser votar pode fazê-lo aqui. O resultado obtido até agora revela a inutilidade do levantamento.
Perguntar ao cidadão se é a favor de elevar a pena para os corruptos é o mesmo que inquirir se o sujeito é contra o câncer ou a favor do chope gelado.
Resta saber: a eventual aprovação da proposta vai inibir a prática dos crimes? Improvável.
Quem rouba sob o risco de arrostar prisão de dois anos continuará afanando se a pena subir para quatro anos.
Diz-se que a oportunidade faz o ladrão. No Brasil, soma-se à oportunidade a impunidade. Se a lei velha não é aplicada, por que a nova seria levada a sério?

Papo anti-higiênico!

Nani
- Via 'Nani Humor'. 

Livre de Palocci, Mantega se achega a Dilma e cresce

  Sérgio Lima/FolhaA queda de Antonio Palocci, em junho, fez de Guido Mantega um novo ministro. Aproximou a Fazenda do Banco Central, achegou-se ao Planalto e mudou de status.
Um personagem situado em posição que lhe permite observar os movimentos da maçaneta do gabinete presidencial definiu o “novo” Mantega ao repórter:
“A crise econômica fez dele o ministro mais importante do governo. Frequenta mais a sala da presidenta. Há dias em que fala com ela pelo telefone até três vezes.”
Antes, Mantega enfrentava o contraponto de Palocci. Nos subterrâneos, acusava o ex-chefe da Casa Civil de puxar-lhe o tapete.
Na fase de composição do governo, Dilma gostaria de ter acomodado na Fazenda o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Manteve Mantega a pedido de Lula.
Antes de cair, Palocci participava, a convite de Dilma, de todas as audiência concedidas a Mantega. Livre da sombra, o “novo” Mantega agora já conversa a sós com a chefe.
Em matéria econômica, Mantega não é a única voz ouvida por Dilma. A exemplo do que fazia Lula, ela passou a cultivar o hábito de ouvir diferentes economistas.
Consulta-se amiúde com o próprio Coutinho. Recolhe opiniões de gente de fora do governo. Por exemplo: à direita, Delfim Netto; à esquerda, Luiz Gonzaga Belluzzo.
Para elevar o próprio status, Mantega revelou-se um personagem que Lula chamaria de “metamorfose ambulante.”
Na gestão passada, comandou a política de cofres abertos de que tanto se queixava Henrique Meirelles, o comandante do BC na Era Lula.
Sob Dilma, Mantega converteu-se em ferrenho defensor da política fiscal austera. Ironicamente, adere a teses que eram esgrimidas por Palocci.
Antes de cair em ruína política, embrulhado em prosperidade patrimonial, Palocci soprava nos ouvidos de Dilma a tese da austeridade.
Em fase camaleônica, Mantega ajusta-se às diretrizes de Dilma que, diferentemente de Lula, age para acertar o passo das duas pernas da política econômica.
Na inflexão determinada pela presidente, a perna fiscal (gastos públicos) subordina-se, por assim dizer, à perna monetária (juros).
Quer dizer: Dilma deseja oferecer ao Banco Central as condições para a queda dos juros no médio e longo prazos. Retira dos lábios de Tombini o discurso à Meirelles.
Quanto a Mantega, cuida de dançar no ritmo da nova música. Afinando-se com o BC, evita pisar nos calos de Dilma. Por isso ganhou desenvoltura no salão.

Sobre as ‘convergências’, o ‘pacto’ e a ‘falta de rumo’

Stock Images
Belo Horizonte foi palco de estranhas manifestações nesta segunda (29). Dois tucanos e um falcão falaram de um tema já remoto: a “faxina”.
De passagem pela capital mineira, FHC reiterou o discurso da busca “convergências” com o governo. “Isso não deve ser confundido com adesão, não pode ser”, disse.
Aécio Neves, grão-duque da pseudo-oposição, enganchou no lero-lero um vocábulo convergente. Falou de pacto:
"Falta ao governo a coragem necessária para chamar as oposições e acertar conosco um pacto de governabilidade…”
“…que impeça que aqueles que querem se locupletar, que queiram se aproveitar do Estado para objetivos menos nobres, tenham o status que estão tendo hoje."
Mas e quanto ao vigor da oposição? "Digo sempre: oposição ao governo, contem comigo. Ao Brasil, jamais."
Também o presidente do PT, Rui Falcão, passou por Belo Horizonte. Instaram-no a comentar a “convergência” e o “pacto”.
Falcão bicou: "Até hoje, nem o PSDB nem DEM e nem o PPS têm apoiado os projetos do Executivo, que é uma condição para sentar e negociar."
Para o mandachuva do petismo, a oposição está mesmo é "sem rumo."
Em Brasília, alheia ao debate mineiro, Dilma Rousseff cuidava de virar a página. Faxina? Coisa do passado. Ela agora só fala de superávit fiscal e de juros.
Quer dizer: o pacto de que falam os tucanatos é a convergência entre uma oposição cega e um governo surdo.

Após ouvir Dilma, CUT faz ato contra alta do superávit

Renato Araújo/ABr
A CUT convocou sua militância para uma manifestação na Avenida Paulista, defronte do prédio do Banco Central, em São Paulo. Será nesta terça (29), ao meio-dia.
Braço sindical do petismo, a CUT vai protestar contra a decisão do governo de elevar em R$ 10 bilhões a meta de superávit fiscal de 2011.
A convocação foi feita depois de reunião de Dilma Rousseff com representantes das centrais sindicais. Entre eles Artur Henrique (foto), presidente da CUT.
No encontro, Dilma explicou que decidiu elevar o superávit, contendo gastos, para criar um ambiente propício à queda dos juros.
A CUT “exige” a redução imediata da taxa básica de juros (Selic). Mas pega em lanças contra a mexida na meta de superávit.
“Essa decisão vai contra a visão da CUT de que é preciso fortalecer o mercado interno e manter as políticas públicas e sociais”, disse Artur.
O mandachuva da CUT afirma que deixou claro na conversa com Dilma que a central que dirige não aceita que o superávit vá ao elevador.
Considera que a providência conspira contra a manutenção de políticas públicas e sociais, que dependem do papel do Estado.
“A presidenta acha que as medidas criam as condições para diminuir as taxas de juros e nós achamos que, se não houver mobilização da sociedade, a taxa não cai.”
A manifestação da CUT conincide com o início da reunião de dois dias do Copom, o órgão do BC responsável pela fixação da taxa de juros.
O encontro dos diretores do BC começa nesta terça. Na quarta (30), será divulgado o veredicto sobre os juros, hoje fixados em 12,5 ao ano.
Tomado pelas palavras, o presidente da CUT dá de ombros para as explicações de Dilma.
Além de se opor ao esforço fiscal do governo, Artur Henrique pede o improvável: “Uma redução drástica da taxa de juros.” A poda nos juros, se vier, será miúda.
A despeito da crise que assedia o mundo e rói o PIB brasileiro, a inflação do país ainda roda na casa dos 7%. Muito acima da meta anual de 4,5%.