PAULO MELO CORUJA NEWS
Carlos Lupi não aguentou a pressão e entregou seu cargo neste domingo Wilson Dias/ABr
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, não aguentou a pressão e entregou seu cargo na noite deste domingo, dia 04.
Lupi deveria se reunir com a presidente Dilma Rousseff para discutir a sua saída da pasta na segunda-feira, dia 05, mas a reunião foi adiada para hoje. A situação ficou insustentável após as últimas denúncias de que ele acumulava dois empregos públicos.
A presidente, num primeiro momento, decidiu manter Lupi na pasta. Mas a situação dele ficou insustentável nas últimas horas.
Dilma retornou de uma viagem à Venezuela neste domingo. Quando estava em Caracas, ela havia dito que “não era romântica”, em resposta às declarações de Lupi de que amava a presidente.
Denúncias
Após uma série de denúncias, o ministro deixa o cargo após a Comissão de Ética da Presidência da República ter recomendado sua demissão.
O relatório considerou que ele cometeu "inquestionáveis e graves falhas" como gestor. De acordo com o documento apresentado pela conselheira Marília Muricy Machado Pinto, e aprovado pela unanimidade da Comissão, os pronunciamentos públicos feitos por Lupi "não se coadunam com os preceitos éticos estabelecidos para a Alta Administração Federal”.
O relatório recomendou a demissão do ministro e a aplicação de uma advertência - maior punição que a Comissão de Ética pode recomendar. A decisão de divulgar o relatório foi tomada pelo presidente da Comissão, Sepúlveda Pertence, após a decisão da presidenta Dilma Rousseff de manter Lupi no cargo e pedir informações sobre a recomendação feita pela Comissão.
A relatora expôs no documento que as justificativas apresentadas publicamente por Lupi, de que ele não era responsável pela assinatura dos convênios, ou de que confiava em seus subordinados, não correspondem "a responsabilidade que lhe é imputada estando à frente do ministério".
O documento lista as irregularidades atribuídas à pasta e ao ministro. Entre elas, a relatora destaca a cobrança de propina por parte de assessores para resolver pendências de organizações não governamentais (ONGs) conveniadas, e a cobrança feita pela Presidência da República sobre as providências em relação a isso três meses antes das reportagens.
Outro fator considerado pela relatora foi o acórdão do Tribunal de Contas da União que apontou uma "situação crítica" na prestação de contas das entidades que receberam recursos públicos do ministério.
Lupi chegou a declarar à imprensa que não deixaria o cargo, a não ser que fosse "abatido à bala" e que "iria carregar o caixão de muita gente que queria me enterrar". A relatora destacou que Lupi também disse que duvidava que a presidenta Dilma Rousseff o demitisse.
Lupi entrega cargo de ministro do Trabalho
Carlos Lupi deixa o cargo após recomendação da Comissão de Ética e de denúncias
Carlos Lupi não aguentou a pressão e entregou seu cargo neste domingo Wilson Dias/ABr
Da Redação, com Agência Brasil
noticias@band.com.br
Lupi deveria se reunir com a presidente Dilma Rousseff para discutir a sua saída da pasta na segunda-feira, dia 05, mas a reunião foi adiada para hoje. A situação ficou insustentável após as últimas denúncias de que ele acumulava dois empregos públicos.
A presidente, num primeiro momento, decidiu manter Lupi na pasta. Mas a situação dele ficou insustentável nas últimas horas.
Dilma retornou de uma viagem à Venezuela neste domingo. Quando estava em Caracas, ela havia dito que “não era romântica”, em resposta às declarações de Lupi de que amava a presidente.
Denúncias
Após uma série de denúncias, o ministro deixa o cargo após a Comissão de Ética da Presidência da República ter recomendado sua demissão.
O relatório considerou que ele cometeu "inquestionáveis e graves falhas" como gestor. De acordo com o documento apresentado pela conselheira Marília Muricy Machado Pinto, e aprovado pela unanimidade da Comissão, os pronunciamentos públicos feitos por Lupi "não se coadunam com os preceitos éticos estabelecidos para a Alta Administração Federal”.
O relatório recomendou a demissão do ministro e a aplicação de uma advertência - maior punição que a Comissão de Ética pode recomendar. A decisão de divulgar o relatório foi tomada pelo presidente da Comissão, Sepúlveda Pertence, após a decisão da presidenta Dilma Rousseff de manter Lupi no cargo e pedir informações sobre a recomendação feita pela Comissão.
A relatora expôs no documento que as justificativas apresentadas publicamente por Lupi, de que ele não era responsável pela assinatura dos convênios, ou de que confiava em seus subordinados, não correspondem "a responsabilidade que lhe é imputada estando à frente do ministério".
O documento lista as irregularidades atribuídas à pasta e ao ministro. Entre elas, a relatora destaca a cobrança de propina por parte de assessores para resolver pendências de organizações não governamentais (ONGs) conveniadas, e a cobrança feita pela Presidência da República sobre as providências em relação a isso três meses antes das reportagens.
Outro fator considerado pela relatora foi o acórdão do Tribunal de Contas da União que apontou uma "situação crítica" na prestação de contas das entidades que receberam recursos públicos do ministério.
Lupi chegou a declarar à imprensa que não deixaria o cargo, a não ser que fosse "abatido à bala" e que "iria carregar o caixão de muita gente que queria me enterrar". A relatora destacou que Lupi também disse que duvidava que a presidenta Dilma Rousseff o demitisse.