COMPLICA A CRISE ECONÔMICA NA EUROPA

PAULO MELO CORUJA NEWS

S&P corta ratings de nove países europeus

Agência de classificação de risco manteve nota de Alemanha e mais seis nações; Portugal tem dívida 'tóxica'

iG São Paulo 
A agência de classificação de risco Standard and Poor's rebaixou nesta sexta-feira a nota de França, Itália e Espanha e de mais cinco países da zona do euro, mas manteve o rating da Alemanha no patamar máximo de AAA. Outras seis nações tiveram os ratings mantidos pela S&P. A dívida de Portugal, por sua vez, ganhou status de tóxica. O anúncio confirma os rumores que circulavam mais cedo sobre o rebaixamento da nota desses países.

A agência rebaixou os ratings de longo prazo de Chipre, Itália, Portugal e Espanha em dois graus, e cortou as notas de França, Áustria, Malta, Eslováquia e Eslovênia em um nível. O rebaixamento que mais impactou os mercados foi o da França, que caiu da máxima AAA e, agora, se situa em AA+. A Espanha caiu de AA-/AA-1+ para A/A-1. Já a Eslováquia foi rebaixada de A para A+. A Áustria perdeu o triplo A e passou a ser AA+.
Em comunicado, a agência informou que a perspectiva de Áustria, Bélgica, Chipre, Estônia, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Holanda, Portugal, Eslovênia e Espanha é negativa. "Isso indica que nós acreditamos que há pelo menos uma chance em três de o rating ser rebaixado em 2012 ou 2013". Eslováquia e Alemanha têm perspectiva estável.

A Alemanha, por outro lado, manteve seu rating em AAA, com perspectiva estável. A agência também manteve os ratings de Bélgica, Estônia, Finlândia, Irlanda, Luxemburgo e Holanda.
Em comunicado, a S&P afirma que o corte da nota francesa enfraquece a capacidade do fundo de resgate europeu de ajudar os países endividados da União Europeia, pois o mecanismo não tem capital próprio. Segundo a agência, o pacto fiscal da UE "não produziu um avanço de amplitude e alcance suficientes para responder completamente aos problemas da zona do euro".
Segundo a agência, a decisão foi tomada por cinco fatores: a piora das condições de crédito; um aumento nos prêmios de risco para um grande grupo de emissores europeus; uma tentativa de desinvestir por parte de governos e empresas; perspectivas de crescimento econômico fracas, e uma disputa aberta e prolongada de políticos europeus sobre a abordagem ideal de combater a crise.