CASO TAYNÁ, CORPO SERÁ EXUMADO

PAULO MELO CORUJA NEWS

Corpo da adolescente Tayná será exumado, afirma advogado da família

Em ações diferentes, família e Ministério Público solicitaram procedimento.
Garota de 14 anos foi encontrada morta no mês de junho, em Colombo (PR).

Do G1 PR
 
Tayná de 14 anos foi morta no dia 25 de junho e o corpo foi encontrado em um terreno em frente a um parque de diversões em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (Foto: Reprodução/RPC TV)Corpo de Tayná foi encontrado em um terreno em frente a
um parque  de diversões em Colombo  (Foto: Reprodução/
RPC TV)
A Justiça do Paraná autorizou a exumação do corpo da adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, morta no mês de junho, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, segundo afirmou o advogado Luis Gustavo Janiswoski, que representa a família da menina, nesta quarta-feira (28). O pedido foi protocolado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). O advogado não soube dizer quando a solicitação foi deferida. A decisão favorável à solicitação foi da juíza Aline Passos, da 1ª Vara Criminal de Colombo.
O Ministério Público não se posicionou quanto ao pedido de exumação do corpo da adolescente. Porém, um trecho da decisão da juíza, diz que o pedido do MP foi deferido. "Na oportunidade, decretou-se o sigilo da medida, tal como se deu nos autos de Inquérito Policial que tramitam em relação à morte da adolescente Tayná Adriane da Silva". O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) informou que, como o caso corre em segredo de justiça, a juíza também não se pronunciará.
A garota sumiu, em Colombo, no dia 25 de junho. Dois dias depois do desaparecimento, quatro homens, que trabalhavam em um parque de diversão da cidade, foram presos. À época, a polícia informou que eles haviam confessado que violentaram e mataram a garota. Dias depois, a perita da Polícia Científica, presente no momento em que o corpo de Tayná foi achado, afirmou não ter encontrado indícios de estupro. A partir daí, as investigações tomaram outro rumo e toda a equipe da delegacia responsável foi afastada. Houve, inclusive, a denúncia de que a confissão ocorreu sob tortura, e 14 policiais foram presos.

A mesma solicitação tinha sido protocolada pela família da adolescente no dia 7 de agosto, mas foi negada na segunda-feira (26), uma vez que a juíza autorizou a exemução protocalada pelo MP.
A família havia feito o pedido devido às contradições no caso, de acordo com o advogado. “Instituto de Criminalística diz uma coisa, IML [Instituto Médico-Legal] diz outra e Polícia Civil outra. Em virtude a essa desinformação, a família pediu o laudo de necropsia através da exumação”, disse Janiswoski ao G1. O advogado também afirmou que ele e a família de Tayná acreditam no trabalho do Ministério Público do Paraná. “Não nos damos por derrotados. Esperamos ansiosamente o oferecimento da denúncia por parte do MP”.
 
Inquérito prorrogado
No dia 13 de agosto, o delegado Guilherme Rangel, responsável pelas investigações sobre a morte da menina, informou que solicitou a prorrogação do prazo para conclusão do inquérito, que deveria ser entregue até dia 15.  Com a prorrogação, ele ganhou mais 30 dias para apontar um desfecho sobre o caso.
Tortura
O Ministério Público apresentou denúncia, no dia 1º de agosto, contra 21 suspeitos de tortura contra os quatro homens que haviam sido presos como suspeitos de matar e estuprar Tayná. Dos 21 suspeitos de tortura, 16 são policiais civis, um é policial militar, dois são guardas municipais e dois são presos de confiança. Além da denúncia por prática de tortura, alguns também foram acusados por falso testemunho, lesão corporal de natureza grave e abuso de autoridade e crime de natureza sexual.

A repercussão do caso e dos possíveis erros na investigação inicial acabou respingando na cúpula da Polícia Civil. O então delegado-geral, Marcus Vinicius Michelloto foi substituído por Riad Braga Farhat, que comandava a Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc)