POLÍCIA OUVE TESTEMUNHAS E TENTYA ESCLARECER MORTES EM LONDRINA

PAULO MELO CORUJA NEWS

Polícia ouve testemunhas e tenta esclarecer mortes em Londrina

Avó, irmão e amigo do suspeito foram ouvidos nesta segunda-feira (5).
Enfermeira que fez atendimento em posto de saúde também depôs.

Do G1 PR, em Londrina
 
O delegado William Douglas Soares, responsável pelo caso, começou a ouvir depoimentos nesta segunda-feira (Foto: Reprodução/RPCTV)O delegado William Douglas Soares, responsável pelo
caso, começou a ouvir depoimentos nesta segunda-feira
(Foto: Reprodução/RPCTV)
O delegado William Douglas Soares, responsável pelo caso do maquiador suspeito de ter matado a mãe, duas vizinhas e uma criança de dez anos em Londrina, no norte do Paraná, ouviu quatro depoimentos, na tarde desta segunda-feira (5).
A avó e o irmão do suspeito e o amigo que estava com ele durante a tarde de sábado (3), antes dos assassinatos acontecerem estiveram na delegacia para depor. Também foi ouvida a enfermeira que atendeu o maquiador em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Cambé, cidade vizinha de Londrina.
Os crimes aconteceram na noite de sábado, no Jardim Bancários, região oeste da cidade . De acordo com a Polícia Militar (PM), o rapaz primeiro matou a própria mãe, de 46 anos, após ela tentar defender a namorada, com quem ele morava junto. Depois, ele foi até uma casa vizinha, onde matou outras duas mulheres, de 63 e 86 anos, e uma criança, de dez anos. O homem foi preso após seguir perseguindo a namorada até um salão de festas, onde foi contido por algumas pessoas que lá estavam.
 
Comportamento agressivo
Durante a tarde, o maquiador estava em Cambé, cidade vizinha de Londrina, quando um amigo notou sinais de agressividade e decidiu chamar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O rapaz foi levado para uma UBS da cidade para ser atendido e depois foi liberado.
Segundo o delegado, o objetivo dos depoimentos é ajudar a descobrir qual foi a motivação dos crimes praticados. “Buscamos saber o teria causado esse comportamento extremamente agressivo dele”, disse.
O amigo do suspeito revelou ao delegado que o maquiador apresentava um comportamento estranho. “O amigo teria notado isso e, lá na cidade de Cambé, enquanto ajudava na mudança, o rapaz apresentou um comportamento bastante agressivo, inclusive tentando atacar esse amigo com uma faca. Na sequência foram chamados policiais e foi encaminhado posteriormente ao hospital ”, contou o delegado.
Os amigos e familiares disseram nos depoimentos, segundo o delegado, que o rapaz teria se aprofundado de maneira fervorosa nos estudos sobre teorias do fim do mundo e entidades secretas, mas que o comportamento era estranho, e não agressivo. “No entanto, a companheira dele, já disse ter sido agredida por ele, até de certa forma, branda, mas disse ter sido agredida”, informou delegado responsável pelo caso.
De acordo com o delegado, depois que foi ao hospital e foi para casa, o maquiador teve um novo surto psicótico, dessa vez mais violento, e começou a agredir a namorada e a mãe dele, que interveio para defendê-la. O delegado disse ainda que, segundo depoimento da namorada, ele falava frases relacionadas com a palavra “diabo”.
Companheira era agredida
“Quando ele agredia tanto a companheira como a sua mãe, a sua companheira passou a sangrar pelo nariz. Nesse momento, segundo ela, ele falava algumas frases relacionando a palavra ‘diabo’, ‘você não vai mais tomar desse sangue’, e se apoderou de uma faca, momento que ela conseguiu fugir da residência. E a mãe, no intuito de impedir a saída dele, para que não fosse atrás dela, e acabou entrando certamente em luta corporal com ele, que acabou a matando”, disse o delegado William Soares.
Sobre o depoimento da enfermeira, que prestou os primeiros atendimentos ao rapaz na UBS em Cambé, o delegado explicou que buscava informações sobre o estado que ele chegou até a unidade. “Segundo ela, ele não apresentava nenhum comportamento agressivo, permanecia com o olhar fixo em determinado ponto e não respondeu nenhuma das perguntas feitas pela enfermeira”, disse Soares. O delegado informou que deve ouvir a médica que fez o atendimento nesta terça-feira (6), para saber qual foi o diagnóstico e a solução apontada por ela, e se o caso era de internação ou não.
O maquiador, que segue preso na unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II), também deve ser ouvido novamente. “No depoimento dele, durante o interrogatório, com relação aos fatos, ele não disse absolutamente nada. Então, até o fim da semana, pretendo ouvi-lo novamente e quem sabe ele possa esclarecer alguma coisa”, afirmou o delegado.