ALERTA GERAL PÓS CRISE...

ALERTA GERAL, CUIDADOS COM CONCESSÃO DE CRÉDITOS PÓS CRISE... Henrique Meirelles,O presidente do Banco Central, reiterou nesta sexta-feira a necessidade de que as instituições financeiras estejam atentas à ampliação na concessão de crédito no país "de maneira que possamos agora continuar a construir um sistema sólido dentro dessa trajetória de expansão do momento". Dados indicam aumento dos juros em outubro, diz BC Volume de crédito sobe pelo 7º mês e bate recorde, em R$ 1,34 tri Banco público amplia vantagem no crédito O problema sempre aparece, é criado, na expansão, mas se revela na retração, afirmou Meirelles durante palestra em seminário promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos). O presidente do BC disse ainda que "é muito fácil sermos complacentes em momentos em que a expansão começa a ficar acelerada." Apesar de ressaltar que o Brasil foi um dos países menos afetados pela crise mundial, Meirelles destacou que é importante aprender "não só com o fracasso, mas com o sucesso também, reforçando aquilo que deu certo". Um pouco antes, Fabio Barbosa, presidente da Febraban, havia dito na abertura do evento que "o pior já passou, mas temos um longo caminho de volta rumo à retomada do ritmo de crescimento das operações de crédito e do nosso sistema financeiro". O Relatório de Estabilidade Financeira, ressalta Meirelles, mostra que "em caso de estresse severo, com elevação conjunta do risco de crédito e das taxas de juros ao mesmo tempo, o sistema bancário brasileiro, na pior das hipóteses, mantém o índice de Basileia [limite mínimo de capital para garantir empréstimos] acima do mínimo regulamentado [11%]". "Atinge no mínimo 12%. O resultado mostra que o sistema brasileiro está preparado para choques adversos e, evidentemente, é importante que se mantenha nesse processo", completou. Crédito A dificuldade no acesso ao crédito foi um dos impactos mais sentidos pelo Brasil no agravamento da crise, registrado, principalmente, a partir de setembro do ano passado. O governo tomou uma série de medidas para irrigar o financiamento nos piores momentos da turbulência e chegou a injetar recursos dos bancos públicos em instituições menores, que precisavam do socorro para manter suas carteiras. Ainda com as dificuldades do crédito e a desconfiança do consumidor atrapalhando as vendas, o governo decidiu desonerar alguns itens, com redução da alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos, material de construção e eletrodomésticos da linha branca no intuito de incentivar o consumo. Os últimos números divulgados pelo Banco Central, referentes a setembro, apontam que o volume de operações de crédito cresceu pelo sétimo mês seguido. O montante total de dinheiro emprestado chegou ao valor recorde de R$ 1,347 trilhão, com alta de 16,9% nos últimos 12 meses. A análise em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) também foi recorde, atingindo 45,7%. Já a inadimplência no pagamento dos empréstimos, com atraso superior a 90 dias, caiu para 5,8% em setembro, ante 5,9% em agosto - a primeira queda desde setembro de 2008. Emprego Ao abordar a taxa de desemprego no país, Meirelles admitiu que, embora já esteja de volta aos níveis pré-crise, "a qualidade não é a mesma". "Uma certa parte do emprego na indústria numericamente foi substituída por empregos na construção civil", disse. Para ele, no entanto, o Brasil apresenta um dos melhores quadros no mercado de trabalho no mundo. "E com a melhoria da mão de obra na indústria, estamos vendo uma recuperação rápida também da qualidade, o que significa que nós podemos vir a ter índices de desemprego melhores do que no ano passado, no período pré-crise." De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou em 7,7% em setembro, o menor índice desde dezembro de 2008 (6,8%). Os dados mais recentes divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, apontam na mesma direção, com a criação de 252.617 empregos com carteira assinada no mesmo mês, o melhor resultado do ano e o segundo melhor para o mês de setembro na série histórica iniciada em 1992. Com isso, o mercado de trabalho brasileiro registrou o oitavo mês consecutivo com expansão no número de vagas formais, puxado principalmente pela indústria de transformação. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, foram gerados 932.651 postos, superando as cerca de 800 mil vagas fechadas entre novembro e janeiro devido à crise econômica.