Dilma não vai participar de inaugurações do governo
Cristiana Lôbo
Ao contrário da interpretação feita pela Advocacia-Geral da União de que os candidatos poderiam participar de inaugurações de obras públicas, a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, vai evitar este tipo de solenidade. A informação é o do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.
- Há interpretações diferentes. Mas, na dúvida, não ultrapasse. Dilma não vai participar de inaugurações de obras – disse.
O comando da campanha petista definiu que nestes próximos meses a agenda dela será dominada por encontros com partidos aliados, em ambientes fechados, para não caracterizar campanha antecipada. Desta forma, ela compareceu nesta tarde à posse do novo presidente do PR, senador Alfredo Nascimento. Na reunião, Dilma mudou o tom do discurso para criticar a oposição.
Na próxima quinta-feira, Dilma vai receber o apoio do PC do B, em cerimônia em Brasília, e está agendando encontros também com o PMDB e com o PDT que já declararam apoio à sua candidatura. Seria uma forma de promover eventos para ela se pronunciar, sem ser acusada de campanha antecipada. Falta definir, ainda, o apoio do PSB de Ciro Gomes – o que deve acontecer neste mês de abril, segundo o ministro Alexandre Padilha. Até agora, o PSB não anunciou a retirada da candidatura de Ciro, embora esta seja a aposta dos integrantes do partido.
No encontro com o PR, Dilma comparou a oposição a “um lobo em pele de cordeiro” e “logo vai colocando as patinhas de fora”, afirmando que ora a oposição diz que vai manter os programas do governo Lula, ora diz que vai mudar as regras da economia, como meta de inflação. Para Dutra, Dilma não acirrou o tom do discurso.
- Tirando esse negócio de patinhas… O que ela fez foi descrever o comportamento da oposição que já chamou o bolsa-família de bolsa-esmola; já disse que o PAC é um amontoado de obras… É só isso – disse.
Mas Dilma disse que “é preciso impedir que forças do atraso voltem, trazendo crescimento baixo, vôo de galinha, o tempo da estagnação do país”. Ela afirmou ao PR:
- Nós vamos construir o futuro porque somos capazes – disse.
