PAULO MELO CORUJA NEWS
A reunião dos seus países-membros, contudo, não definiu se a aliança vai assumir a liderança da operação, que atualmente é comandada pelos Estados Unidos.
A participação da Otan tem dividido seus países-membros. A Itália e o Reino Unido defendem que a aliança tem melhor capacidade de coordenar os esforços. Já França teme que a liderança da aliança atlântica pode afastar os países árabes. Há ainda os países-membros como Turquia e Alemanha, que têm objeções quanto aos ataques internacionais e se negam a participar.
"A Otan completou seus planos para ajudar a aplicar a zona de exclusão, para dar nossa contribuição, se for necessário, de forma claramente definida, ao amplo esforço internacional para proteger o povo da Líbia da violência do regime de [Muammar] Gaddafi", disse o secretário-geral Anders Fogh Rasmussen, em comunicado, sem mais detalhes.
A Otan encerra assim a fase de planejamento, que tinha sido adiada no fim de semana passado diante do racha interno. Uma fonte da aliança, citada pela agência Efe, diz que haverá uma nova fase das discussões internas, para definir qual será o papel na aplicação da zona de exclusão --o que pode se prolongar por dias.
Os embaixadores dos países-membros voltam a se reunir nesta quarta-feira, em Bruxelas, para abordar o assunto.
PRESSÕES
O racha na Otan preocupa os Estados Unidos, que desde o início planejava uma atuação pequena na intervenção e já anuncia a redução dos ataques ao país.
Nesta segunda-feira, o presidente Barack Obama disse que a Otan "terá um papel" na nova fase militar na Líbia e que este começaria em questão "de dias, e não de semanas".
Já o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, exigiu que o comando das operações passe à Otan.
Seu colega britânico, David Cameron, repetiu o tom e disse que "aqueles que participam do exterior [nas operações militares] podem ser coordenados corretamente" pela aliança.
Já a França considera que, se a Otan coordenar a intervenção, os países árabes não vão querer se unir à ela. Mais grave, eles podem se voltar contra a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que aprovou as medidas.
O chanceler francês, Alain Juppe, chegou a sugerir nesta terça-feira que um novo comitê político, independente da Otan, seja responsável pela operação. O órgão, sugere Juppe, reuniria os ministros de Relações Exteriores dos Estados participantes, assim como a Liga Árabe.
Ele argumenta que a operação Aurora da Odisseia inclui países que não são membros da Otan e não faria sentido, portando, a aliança comandar as missões. Ele admite, contudo, que a coalizão internacional usaria de qualquer forma "as capacidades de planejamento e intervenção" da aliança.
ACIDENTE
Mais cedo, a imprensa divulgou que um F-15E Strike Eagle dos Estados Unidos caiu na noite desta segunda-feira na Líbia. Os dois pilotos a bordo conseguiram se ejetar e estão bem, segundo o Comando Americano na África.
Vince Crawley, porta-voz do comando, disse que ambos os pilotos sofreram ferimentos leves. Eles usaram paraquedas para se ejetar do F-15E Strike Eagle, ainda em uma grande altitude, e acabaram caindo em lugares diferentes. Um deles foi encontrado pelos rebeldes, o outro foi resgatado por um avião de resgate e salvamento da Marinha americana.
A aeronave partiu da base italiana de Aviano, como parte da operação Aurora da Odisseia. A queda ocorreu às 19h30 de segunda-feira.
O comando não divulgou o local do acidente, mas o correspondente do jornal britânico "Daily Telegraph" disse ter encontrado os destroços perto de Benghazi.
A causa da queda está sendo investigada, mas segundo o correspondente do jornal britânico, o F-15E Eagle americano sofreu uma falha mecânica.
"Acabei de encontrar um avião de guerra dos EUA em um campo. Acredito que uma falha mecânica causou a queda", disse o correspondente do jornal Rob Crilly, em seu Twitter. "O avião caiu ontem a noite. A tripulação estaria bem", disse Crilly, que cobre os conflitos nos arredores de Benghazi.
A Força Aérea dos EUA disse que aviões B-2, F-15 e F-16 estão participando das operações na Líbia. Eles estão sendo coordenados pelo Comando Americano na África, que tem como base Stuttgart, na Alemanha.
VÍTIMAS
Apesar dos ataques da coalizão internacional, as forças de Gaddafi mantêm ampla ofensiva contra os rebeldes.
Um morador, citado pela agência de notícias Reuters, diz que ao menos 40 mortos na segunda-feira por forças leais ao ditador na cidade rebelde de Misrata.
O morador, Mohammed Ahmed, disse que o número lhe foi passado por um membro do comitê rebelde encarregado do atendimento médico. Ele não especificou quantos dos mortos eram civis e quantos eram combatentes.
Nesta terça-feira, os moradores de Misrata voltaram a relatar bombardeios das forças governistas.
"A situação está muito ruim. Os tanques começaram a atacar com artilharia nesta manhã", disse um morador que se identificou apenas como Mohammed. "Franco-atiradores estão participando da operação também".
Ele afirma que as vítimas da ofensiva incluem quatro crianças, a mais velha com 13 anos, que estavam em um carro atingido pela artilharia.
Testemunhas em Zintan, perto da fronteira com a Tunísia, disseram que a cidade foi atacada novamente nesta terça-feira, com artilharia pesada.
Várias casas foram destruídas, assim como o minarete de uma mesquita.
"Novas forças foram enviadas hoje para dominar a cidade. Há ao menos 40 tanques no pé das montanhas perto de Zintan", disse Abdulrahmane Daw.
As informações não puderam ser verificado independentemente e autoridades líbias não confirmaram.
Otan diz estar pronta para integrar zona de exclusão aérea na Líbia
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) definiu nesta terça-feira sua estratégia para participar da operação Aurora da Odisseia, a missão militar internacional para imposição de uma zona de exclusão aérea e proteção dos civis na Líbia. A reunião dos seus países-membros, contudo, não definiu se a aliança vai assumir a liderança da operação, que atualmente é comandada pelos Estados Unidos.
Anja Niedringhaus/AP | ||
Rebeldes líbios param em estrada e observam morteiros das forças de Gaddafi a alguns quilômetros |
"A Otan completou seus planos para ajudar a aplicar a zona de exclusão, para dar nossa contribuição, se for necessário, de forma claramente definida, ao amplo esforço internacional para proteger o povo da Líbia da violência do regime de [Muammar] Gaddafi", disse o secretário-geral Anders Fogh Rasmussen, em comunicado, sem mais detalhes.
A Otan encerra assim a fase de planejamento, que tinha sido adiada no fim de semana passado diante do racha interno. Uma fonte da aliança, citada pela agência Efe, diz que haverá uma nova fase das discussões internas, para definir qual será o papel na aplicação da zona de exclusão --o que pode se prolongar por dias.
Os embaixadores dos países-membros voltam a se reunir nesta quarta-feira, em Bruxelas, para abordar o assunto.
PRESSÕES
O racha na Otan preocupa os Estados Unidos, que desde o início planejava uma atuação pequena na intervenção e já anuncia a redução dos ataques ao país.
Nesta segunda-feira, o presidente Barack Obama disse que a Otan "terá um papel" na nova fase militar na Líbia e que este começaria em questão "de dias, e não de semanas".
Já o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, exigiu que o comando das operações passe à Otan.
Seu colega britânico, David Cameron, repetiu o tom e disse que "aqueles que participam do exterior [nas operações militares] podem ser coordenados corretamente" pela aliança.
Já a França considera que, se a Otan coordenar a intervenção, os países árabes não vão querer se unir à ela. Mais grave, eles podem se voltar contra a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que aprovou as medidas.
O chanceler francês, Alain Juppe, chegou a sugerir nesta terça-feira que um novo comitê político, independente da Otan, seja responsável pela operação. O órgão, sugere Juppe, reuniria os ministros de Relações Exteriores dos Estados participantes, assim como a Liga Árabe.
Ele argumenta que a operação Aurora da Odisseia inclui países que não são membros da Otan e não faria sentido, portando, a aliança comandar as missões. Ele admite, contudo, que a coalizão internacional usaria de qualquer forma "as capacidades de planejamento e intervenção" da aliança.
ACIDENTE
Mais cedo, a imprensa divulgou que um F-15E Strike Eagle dos Estados Unidos caiu na noite desta segunda-feira na Líbia. Os dois pilotos a bordo conseguiram se ejetar e estão bem, segundo o Comando Americano na África.
Vince Crawley, porta-voz do comando, disse que ambos os pilotos sofreram ferimentos leves. Eles usaram paraquedas para se ejetar do F-15E Strike Eagle, ainda em uma grande altitude, e acabaram caindo em lugares diferentes. Um deles foi encontrado pelos rebeldes, o outro foi resgatado por um avião de resgate e salvamento da Marinha americana.
A aeronave partiu da base italiana de Aviano, como parte da operação Aurora da Odisseia. A queda ocorreu às 19h30 de segunda-feira.
Suhaib Salem/Reuters | ||
Curiosos olham destroços que seriam do Air Force F-15E perto de Benghazi; os dois pilotos se ejetaram |
A causa da queda está sendo investigada, mas segundo o correspondente do jornal britânico, o F-15E Eagle americano sofreu uma falha mecânica.
"Acabei de encontrar um avião de guerra dos EUA em um campo. Acredito que uma falha mecânica causou a queda", disse o correspondente do jornal Rob Crilly, em seu Twitter. "O avião caiu ontem a noite. A tripulação estaria bem", disse Crilly, que cobre os conflitos nos arredores de Benghazi.
A Força Aérea dos EUA disse que aviões B-2, F-15 e F-16 estão participando das operações na Líbia. Eles estão sendo coordenados pelo Comando Americano na África, que tem como base Stuttgart, na Alemanha.
VÍTIMAS
Apesar dos ataques da coalizão internacional, as forças de Gaddafi mantêm ampla ofensiva contra os rebeldes.
Um morador, citado pela agência de notícias Reuters, diz que ao menos 40 mortos na segunda-feira por forças leais ao ditador na cidade rebelde de Misrata.
O morador, Mohammed Ahmed, disse que o número lhe foi passado por um membro do comitê rebelde encarregado do atendimento médico. Ele não especificou quantos dos mortos eram civis e quantos eram combatentes.
Nesta terça-feira, os moradores de Misrata voltaram a relatar bombardeios das forças governistas.
"A situação está muito ruim. Os tanques começaram a atacar com artilharia nesta manhã", disse um morador que se identificou apenas como Mohammed. "Franco-atiradores estão participando da operação também".
Ele afirma que as vítimas da ofensiva incluem quatro crianças, a mais velha com 13 anos, que estavam em um carro atingido pela artilharia.
Testemunhas em Zintan, perto da fronteira com a Tunísia, disseram que a cidade foi atacada novamente nesta terça-feira, com artilharia pesada.
Várias casas foram destruídas, assim como o minarete de uma mesquita.
"Novas forças foram enviadas hoje para dominar a cidade. Há ao menos 40 tanques no pé das montanhas perto de Zintan", disse Abdulrahmane Daw.
As informações não puderam ser verificado independentemente e autoridades líbias não confirmaram.