OPERAÇÃO UANÃ PRENDE 23 MEMBROS DO PCC NO PARANÁ

PAULO MELO CORUJA NEWS

POLÍCIA

Operação Uanã prende 23 supostos membros do PCC no oeste do Paraná

Gaeco iniciou ação na manhã desta terça-feira (4); também foram apreendidos cinco menores de idade acusados de ligação com a facção criminosa
  LUIZ CARLOS DA CRUZ, CORRESPONDENTE EM CASCAVEL
     
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) desencadeou na manhã desta terça-feira (4) uma operação para desmantelar uma célula da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) que age em cidades da região oeste do Paraná. A Operação Uanã cumpriu mandados de prisão nas cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu, Palotina e Assis Chateaubriand.
De acordo com a polícia, foram presas 23 pessoas e apreendidos cinco menores de idade. A operação contou com policiais militares de várias cidades do Paraná, entre eles equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) de Curitiba. A ação também teve a participação da Polícia Civil e de policiais militares do Mato Grosso do Sul. O procurador de Justiça e coordenador do Gaeco no Paraná, Leonir Batistti, acompanhou de perto a operação.
  •   De acordo como Gaeco, as investigações tiveram início em fevereiro do ano passado e apontaram Rodrigo Elias da Conceição, conhecido como Cinzento, como o homem que articulava roubos de carros mesmo estando preso, na época, na cadeia pública de Palotina. Os carros eram trocados por drogas e armas, que abasteciam a quadrilha. A cidade de Guaíra, na fronteira com o Paraguai, servia como depósito dos carros roubados, que seriam guardados por Alessandro Carvalho Marques, o “Bugão”, preso pelo Gaeco no dia 31 de agosto.
Vanderlei da Silva Brasil, o “Dele”, é acusado de comandar o roubo de carros na região de Palotina. Ele também seria responsável pela logística da facção criminosa. Segundo a investigação, outro líder do bando é Miguel Henrique Marques Fante, que teria a responsabilidade de "doutrinar" os integrantes da facção. Ele também fazia uma espécie de marketing criminoso, divulgando em seu site músicas que fazem apologia ao crime.

Ainda de acordo com o Gaeco, os membros do bando agiam com violência, empregando terrorismo psicológico contras vítimas que, mesmo após os roubos, eram extorquidas. O dinheiro arrecadado com as extorsões era empregado no tráfico de drogas.

A Operação Uanã é um desdobramento da Operação Pandora, que prendeu, na semana passada, 13 pessoas. Uanã na linguagem indígena significa “vaga-lume”, inseto de hábitos noturnos que brilha na escuridão. A quadrilha, segundo a polícia, agia somente a noite e utilizava faroletes para abordar as vítimas. Foram essas características que inspiraram o nome da ação.
Segundo a polícia, a quadrilha também abastecia membros da facção, que cumprem pena em cadeias da região, com drogas e celulares. Os telefones e os narcóticos eram escondidos dentro de potes de margarina e latas de sardinha para chegarem até as celas.