PARA EVITAR O JULGAMENTO DE DEUS
Por Carlos ChagasÉ bom não tapar o sol com a peneira, mesmo estando essa estrela de pequena grandeza nascendo todos os dias, sem dar sinais de encontrar-se prestes a explodir, como sustentam certos pessimistas. Mesmo assim, alguma coisa muito cruel anda acontecendo. Dizem uns ser por vontade de Deus, enquanto outros contestam, lembrando que, se existissem, o Padre Eterno, Jeová, Alah, Tupã ou que outro nome tenham as divindades, não poderiam deixar tanta desgraça junta desencadear-se assim sobre a obra e a população que criaram. Seria o caso de promover o julgamento de Deus. Ou, então, de pedir-Lhe humildemente, se ainda não chegou o tempo da transformação da Terra num paraíso, que pelo menos não a transforme num inferno.
Deixando para
outro dia a dúvida que divide teólogos e cientistas, vale lembrar o
castigo sofrido pela Humanidade, submetida só este ano a terremotos
como os do Haiti e do Chile, a tsunamis sem conta, tempestades,
inundações e nevascas inimagináveis, sem falar na seca, na fome, nas
epidemias, no desemprego, nas guerras, ocupações e violência
generalizada, não esquecendo a especulação financeira.
Há quem argumente
que as desgraças naturais sempre aconteceram, bastando reler os livros
de História. Pode ser, mas a sucessão de horrores acumulados em
progressão geométrica, neste início de 2009, leva-nos à conclusão de
ser insuficiente a capacidade que temos para enfrentá-los.
A oportunidade é
ímpar para uma reflexão, independente de acreditarmos ou não nas
profecias de Nostradamus, de São João Apocalíptico ou até dos incas e
dos maias, a respeito do fim do mundo estar programado para dezembro de
2012.
Seria hora de os
governos do planeta inteiro organizarem-se, senão para a missão
impossível de impedir as catástrofes da natureza, ao menos para
prepararem a recuperação imediata das regiões atingidas. Muito mais do
que enviar aviões carregados de água e mantimentos, urge a criação de um
sistema mundial de socorro às vítimas e de reconstrução das estruturas
devastadas. Recursos existiriam, desde que retirados da corrida
armamentista, dos conflitos bélicos, da especulação desenfreada e do
egoísmo empedernido.
Quem sabe a
demonstração de um esforço conjunto de tal envergadura convencesse
Deus, prestes a ser julgado, a declarar-Se inocente de
tanta crueldade?