AUSÊNCIA DE VERGONHA OU DE
CAPACIDADE?
Há pelo menos sessenta décadas que todo
ano a lagoa Rodrigo de Freitas amanhece coalhada de peixes mortos. São
toneladas, de cada vez, não apenas empestiando a região, mas
demonstrando a desídia com que as autoridades fluminenses e cariocas
tratam da natureza. Sem esquecer que aquela multidão de peixes poderia
estar alimentando montes de famintos. Mil explicações tem sido dadas,
como mil soluções aplicadas inutilmente. Algas reproduzindo-se sem
limitações, esgotos despejados a esmo, água do mar invadindo a água doce
– tudo tem sido dito, sem que nada resolva. Um dia desses chega um
candidato a governador ou a prefeito e oferece a saída: transformar a
lagoa num imenso buraco para onde poderiam ser encaminhados os
traficantes...