O PT EM SINUCA
Por Carlos Chagas
Será preciso mais do que a nota de desmentido
do PT para afastar a sombra da corrupção praticada por dirigentes do
partido, em conluio com a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São
Paulo. O principal acusado, João Vacari Neto, foi tesoureiro e
presidente daquela instituição, e é agora tesoureiro nacional do PT.
Conforme o promotor José Carlos Blat, formou-se no
Bancoop uma “organização criminosa cuja função principal é captar
recursos para o caixa dois do PT, e que ajudou a financiar a campanha do
Lula em 2002”.
Enquanto isso 400 famílias já quitaram as
prestações de imóveis que não receberam porque não foram construídos ou
encontram-se em fase preliminar de construção.
Por maior que seja a popularidade do presidente
Lula, bem como a expectativa gerada pelo crescimento da candidatura de
Dilma Rousseff, eis um obstáculo só capaz de ser transposto pela
abertura total das contas da cooperativa e dos gastos do PT de São Paulo
desde 2002. Se houve roubalheira, que seus responsáveis sejam
identificados e processados. Não há como empurrar a denúncia para
debaixo do tapete, em plena abertura da temporada sucessória. Menos
pelos votos que a candidata perderá por conta do escândalo, já que
pouca gente se espanta com essas coisas, mais porque o Partido dos
Trabalhadores arrisca-se a perder o que lhe restava de credibilidade.
Como os companheiros continuarão governando o país por mais uma
temporada, se além de responder por essa nova acusação, breve terão
muitas de suas figuras exponenciais julgadas pelo Supremo Tribunal
Federal, no processo do mensalão?