Finanças
Paraná admite que não tem como manter salários em dia
Sem dinheiro, clube tem como meta atrasar o
mínimo possível durante o ano. Jogadores ainda aguardam pagamento
referente a fevereiro
Adriana Brum
Mais uma vez o salário dos jogadores está atrasado. E mais uma vez os atletas usaram a imprensa para cobrar. Agora, o valor é referente a fevereiro, que será pago nos próximos dez dias. Os vencimentos de março ainda não têm data definida para o acerto.
Tricolores
Reforços 1O “zagueiro experiente” que a diretoria paranista procura para reforçar o elenco virá do futebol gaúcho, garante o empresário Marcos Amaral, da Amaral Sports. Ele não dá mais detalhes sobre o jogador para não “prejudicar a negociação”, afirma. Outro zagueiro pretendido é Leandro, do Corinthians-PR, time que enfrenta o Paraná amanhã, na Vila Capanema.
Reforços 2
Além do atacante Ricardinho, o Tricolor ainda busca outro jogador de meio de campo para a Série B. Este é um atleta de 21 anos, que atua no futebol paulista, segundo Amaral.
Acertos
Ontem à tarde, o vice-presidente Aramis Tissot reuniu-se com o técnico Marcelo Oliveira para discutir o elenco paranista na Segundona. Falou-se também sobre os jogadores que serão dispensados. Tissot manteve a postura de preservar tudo em sigilo.
Na Espanha, sindicato de futebolistas convoca greve geral
Depois de anos de abundância, o futebol espanhol volta à dura realidade. A Associação de Futebolistas Espanhóis convocou ontem uma greve diante da constatação de que 200 atletas da primeira e segunda divisões do país estão sem receber salários ou com pagamentos atrasados.Leia a matéria completa
A dívida foi destacada pelo técnico Marcelo Oliveira e pelos jogadores após a derrota de domingo (1 a 0) no clássico com o Atlético. O revés minou a última esperança de o Tricolor ainda correr por fora em busca do título do Estadual. Os atrasos já haviam resultado em uma greve de um dia às vésperas do primeiro jogo contra o Sport, pela Copa do Brasil (17/3).
Na ocasião, os funcionários do departamento de futebol reivindicavam os salários de janeiro. Os atletas não treinaram naquele dia afirmando que o ato era uma forma de solidariedade a seus roupeiros, massagistas e segurança. O protesto era pela falta de pagamento de bichos (prêmios por jogos) e valores de direitos de imagem.
O custo mensal do Paraná com o futebol – folha salarial, manutenção do campo e estádio, estrutura de treinamento – é de R$ 600 mil. Equivale ao que o Coritiba gasta só com o pagamento dos jogadores e comissão técnica, conforme valores estimados. “Coxa e Atlético tiveram investimentos maiores e decidirão o título (do Estadual). Acho até coerente. Nos resta lutar pelo terceiro lugar”, avalia Tissot.
A diretoria do Tricolor nunca escondeu que o ano seria de “vacas magras”. O aperto no cinto forçou a montagem de um elenco enxuto para a disputa do Paranaense e da Copa do Brasil. Para a Segundona, novos reforços chegam sem prejudicar a folha salarial.
Kim, Ives, Leandro Bocão, Flavinho e Gílson chegam à Vila Capanema com parte do salário pago pela Amaral Sports, empresa que detém maior parte de seus direitos econômicos e cedeu 20% ao Paraná. Vêm por empréstimo, sem custos ao clube. Nas mesmas condições, chega o atacante Somália, do Bangu, 21 anos, também por intermédio da Amaral Sports.
“Esta situação nunca nos atrapalha dentro de campo, durante os 90 minutos de jogo. Mas, na preparação da semana, sim. Cada jogador tem suas contas a pagar, sua família, depende daquele salário”, disse o meia-atacante Márcio Diogo.