Pescador diz ter ouvido gritos antes de carro de advogada afundar
Polícia descarta hipótese de ela ter sido mantida em
cativeiro.
Segundo pescador, homem alto desceu do veículo à noite na
represa.
Ele disse que estava pescando na represa no dia 23 de maio (o mesmo do desaparecimento da advogada) quando o carro se aproximou da margem apenas com a lanterna ligada, à noite. Segundo o pescador, um homem alto desceu do lado do motorista e deu a volta no veículo. O carro boiou por três minutos. Logo depois, o carro desapareceu na água. "O carro com certeza deve ter sido empurrado", disse o o delegado Antônio Olim, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O perito do DHPP Renato Pattoli já havia aventado a hipótese.
Para Olim, não resta dúvidas de que a advogada foi assassinada e que não foi mantida em cativeiro, já que o carro foi jogado na represa no mesmo dia do sumiço.
O advogado Mizael Bispo, de 40 anos, é considerado o principal suspeito pelo desaparecimento e pela morte da ex-namorada de 28 anos. Ele pode ter tido a ajuda de outra pessoa, segundo a polícia. Bispo nega todas as acusações e se diz inocente pelos crimes.
Foi a partir da ligação do pescador que os bombeiros encontraram o Honda Fit e o corpo de Mércia. De acordo com o delegado, a testemunha não falou para ninguém sobre o caso durante uma semana. "No dia 29 (de maio), ele foi cortar o cabelo próximo à casa da Mércia (Nakashima) e comentou com o Zezinho (nome fictício), que é o barbeiro. Esse Zezinho foi até o telefone público que fica perto do salão dele e discou para o 181 (número do disque-denúncia da Polícia Civil para denunciar casos de violência) e passou os dados. O 181 deu a resposta que o caso já estava no Departamento de Homicídios", disse Olim.
No domingo (30), segundo o delegado, o barbeiro procurou a família de Mércia Nakashima, diante da repercussão do caso na imprensa e passou as informações para o pai dela. "Passados alguns dias, eles mesmos (da família de Mércia) foram com esse senhor (o pescador) ao local (onde o carro tinha sido jogado)", afirmou Olim.
De acordo com o delegado, o pescador completou 50 anos na véspera do ocorrido, e é uma pessoa "que não bebe e não fuma". "É uma pessoa humilde, uma pessoa que está com medo, e com medo das pessoas que estão envolvidas", disse Olim.