PAULO MELO CORUJA NEWS
blog josias
Blog de Notas de José Serra
Plugado
à web na madrugada desta segunda (2), José Serra recebeu pelo microblog
uma mensagem sobre um tema que o deixa aborrecido.
Chama-se
Márcia Martinho a autora da mensagem. Mora no Guarujá (SP). Eleitora de
Serra, utiliza no twitter o pseudônimo de Fada Carmin. Anotou:
“José
Serra, não aguento mais ouvir dizer que você não é formado! Por favor,
passe dados de sua formação para eu poder rebater! Obrigada!”.
Encontradiça
na boca de petistas, a dúvida sobre o histórico universitário de Serra
corre a web em sítios simpáticos à candidatura de Dilma Rousseff.
Em resposta à seguidora inquieta, Serra informou: “O Guido Mantega escreveu sobre a minha formação acadêmica no livro Conversas com Economistas Brasileiros”.
Serra colou na mensagem um link que leva a um blog de notas mantido por ele na internet.
Ali, Serra mantém, desde 12 de março de 1999, um texto sob o seguinte título: “Entrevista a Guido Mantega”.
Reproduz trecho de livro impresso pela Editora 34, em 1999: “Conversas com Economistas Brasileiros II”.
Foi escrito por Guido Mantega e José Marcio Rego. O pedaço pinçado por Serra é da lavra de Mantega.
Contém uma entrevista e um pequeno perfil de Serra. No texto, o agora ministro petista da Fazenda na gestão Lula relata:
1.
José Serra “entrou para o curso de engenharia na Escola Politécnica da
USP, onde começou sua militância política no movimento estudantil”.
2.
Um dos fundadores da AP (Ação Popular), Serra presidia a UNE em 1964.
Tinha 21 anos “quando teve de deixar o país, perseguido pelos
militares”.
3. “Assim começou um longo período de exílio pela América Latina e Estados Unidos, onde Serra completaria sua formação”.
4.
“Primeiro estudou no Chile, na Escolatina, depois lecionou no ILPES
[Instituto Latino Americano de Planejamento Econômico Social], que era
agregado a CEPAL”.
5. “A essa altura, Serra já se distanciara da engenharia e trilhava os caminhos da economia”.
6.
“Fez o mestrado em economia no Chile. [...] Depois que Alende caiu, em
1973, Serra foi fazer o doutorado em Cornell [University]”, nos Estados
Unidos.
7. “Em 1976 já era membro-visitante do Institute of Advanced Study em Princenton, onde ficou dois anos [...]”
8. “De volta ao Brasil em 1978, Serra foi lecionar no Instituto de Economia da UNICAMP, onde ficou até 1983”.
9.
“Licenciou-se para assumir a Secretaria de Economia e Planejamento do
governo Montoro, o primeiro eleito em São Paulo, após o regime de
exceção”.
Para lustrar a biografia de Serra, Mantega cita no texto os livros que o tucano escreveu.
Um
deles em parceria com FHC. Outro em coautoria com Maria da Conceição
Tavares. Depois, transcreve a entrevista que Serra lhe concedeu.
A
conversa é de dezembro de 1997 –“Antes de [Serra] assumir o Ministério
da Saúde do primeiro governo FHC”, informa Mantega no livro.
Municiada por Serra, a eleitora do Guarujá enviou-lhe nova mensagem:
“Obrigada! [...] Vou passar a informação adiante. Jogo sujo do eleitorado de outro(a) candidato(a). Rrsrsrs”.
Serra converte o testemunho de Mantega em munição pessoal num instante em que o ministro petista atravessa situação inusitada.
Mantega acaba de ser alvejado por um dossiê atribuído à ala do PT vinculada ao sindicalismo bancário.
Elaborada
em meio à briga pelo controle da Previ, a caixa de previdência do
funcionalismo do Banco do Brasil, a peça envolve a filha do ministro.
Acusa a modelo Marina Mantega de ter feito tráfico de influência, em encontros com o vice-presidente do BB, Paulo Caffarelli.
Marina
nega tê-lo procurado. Mas Caffarelli admitiu ao repórter Leonardo
Souza, que a filha do ministro esteve com ele uma trinca de vezes.
Contou ter ouvido pedidos de Marina Mantega. Mas disse que nenhuma das demandas foi levada adiante.
Segundo Caffarelli, Marina teria solicitado, primeiro, a abertura de uma conta para a loja de uma amiga.
Depois,
pediu informações sobre uma linha de crédito para exportação de frango.
Por último, tratou da renegocição de dívidas de uma empresa.
Que empresa? O repórter apurou tratar-se da Gradiente. Um dos sócios, Ricardo Staub, é namorado da filha de Mantega.
A despeito do veneno destilado no dossiê companheiro, o BB manteve as ações judiciais que move contra a Gradiente.
É
nesse contexto de fogo amigo contra disparado contra que Serra serve-se
da obra do grão-petista para se defender do tiroteio inimigo.
- Globo: Mais um dossiê do PT esquenta a campanha
- Folha: Concursos viram fonte de receita para governos
- Estadão: A cada dia um servidor é demitido por irregularidade
- JB: Fla e Vasco só empatam
- Correio: Bombeiros atuam só com metade da tropa
- Valor: Troca de emprego por mais salário bate recorde
- Estado de Minas: Casa própria terá novas fontes de financiamento
- Jornal do Commercio: Ataques contra a PM em São Paulo
- Zero Hora: Transplantes batem recorde no Brasil
Clayton
João Wainer/Folha
Termina
nesta terça-feira (3) o prazo para que os candidatos informem ao TSE
quanto recolheram em contribuições no mês inaugural da campanha.
As
tesourarias dos comitês de José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva
passaram o final de semana debruçadas sobre a máquina de calcular.
Ainda
sujeitas a pequenos ajustes, as contas indicam que, na primeira rodada
do chapéu, os três ficaram longe das metas que traçaram.
A situação das arcas de cada campanha encontra-se, por ora, assim:
1. José Serra: O comitê tucano amealhou cerca de R$ 15 milhões. Pouco, se considerado o teto de gastos que levara ao TSE: R$ 180 milhões.
2. Dilma Rousseff:
Foram à caixa petista cerca de R$ 11 milhões. Bem menos do que os R$
157 milhões que o comitê estipulara como pé-direito financeiro da
campanha.
3. Marina Silva:
A escrituração da candidata anota uma coleta de cerca de R$ 4,65
milhões, contra a previsão máxima de R$ 90 milhões informada ao TSE.
Assim,
tomados em conjunto, os candidatos mais bem postos na disputa
amealharam R$ 30,65 milhões. Algo como 7% dos R$ 427 milhões que fixaram
como teto de gastos.