PAULO MELO CORUJA NEWS
Especial para o UOL Notícias
Em Salvador Após dez anos de mistério, foram finalmente divulgados no final da manhã desta sexta-feira (13), dia de Nossa Senhora de Fátima, os detalhes sobre o milagre que conferiu à freira baiana irmã Dulce o título de beata, a ser oficializado no próximo dia 22, em Salvador. A sergipana Claudia Cristina dos Santos, 41, moradora de Malhador, a 50 km de Aracaju, é a “miraculada” (nome dado à pessoa que recebe um milagre).
Segundo o padre José Almir de Menezes, Cláudia alcançou a graça em 10 de janeiro de 2001, após ser desenganada pelos médicos, quando deu à luz, na Casa de Saúde e Maternidade São José, da cidade de Itabaiana (SE), o seu segundo filho, Gabriel. Após o parto normal, Cláudia foi acometida por uma forte hemorragia que os médicos não conseguiam estancar.
De acordo com os relatos, o médico responsável chegou a colocar compressas para conter o sangramento, e, num período de 18 horas, a paciente foi submetida a três cirurgias, sem sucesso, sendo desenganada. Por isso, a sua recuperação surpreendente é inexplicada pela medicina.
O padre José Almir, que mora na cidade de Nossa Senhora das Dores (SE), foi peça-chave no suposto milagre. Foi ele quem pediu a intercessão da freira sobre o caso de Cláudia. Ao tomar conhecimento da condição da paciente, o padre foi visitá-la para ministrar-lhe a unção dos enfermos.
“Eu perguntei a ela se acreditava que irmã Dulce poderia salvá-la, ela respondeu que sim, por isso pedi à freira que intercedesse pela vida de Cláudia”, conta o padre, que, já em casa, foi informado sobre a melhora do quadro de saúde da mulher, com a suspensão do sangramento.
Ela foi conduzida logo depois para a UTI de um hospital em Aracaju, onde passou por mais uma cirurgia para retirada das compressas. Segundo padre Almir, cerca de três dias depois Cláudia teria recebido alta hospitalar.
O médico Sandro Barral, do Hospital Santo Antonio, que integra as Obras Sociais de Irmã Dulce, disse que o caso foi analisado por mais de dez peritos brasileiros e seis italianos. “Ninguém conseguiu, do ponto de vista da nossa especialidade, explicar o porquê daquela melhora, de forma tão rápida, numa condição tão adversa”, afirmou. Barral também participou das análises periciais.
Beatificação
O processo de beatificação de Irmã Dulce começou a tramitar na Congregação das Causas dos Santos, do Vaticano, em junho de 2001. O milagre, porém, somente foi reconhecido pelo papa Bento 16 em dezembro do ano passado.
A expectativa dos organizadores para a grande festa que está sendo preparada é reunir cerca de 70 mil pessoas na tarde do dia 22, no Parque de Exposições da Bahia, em Salvador, que terá os portões abertos ao meio-dia. Os ingressos estão sendo distribuídos nas paróquias de todo o Estado.
Às 14h, haverá apresentação artística com cerca de 700 alunos do Centro Educacional Santo Antônio, contando a vida e a obra de irmã Dulce. A missa começa às 17h. Cerca de 500 sacerdotes estarão entre os participantes. Uma foto de irmã Dulce ficará à direita de quem olha para o palco, mas só será descerrada durante o rito religioso.
A partir de então, o "Anjo Bom" da Bahia estará a um passo de ser elevada aos altares, na condição de santa. Para tanto, será necessária a confirmação de mais dois milagres, embora os relatos de cura já se espalhem por várias partes do país.
Milagre de irmã Dulce é revelado em detalhes após dez anos
Heliana FrazãoEspecial para o UOL Notícias
Em Salvador
- Cláudia Cristina dos Santos e seu filho, Gabriel, posam para foto ao lado de imagem de irmã Dulce
Segundo o padre José Almir de Menezes, Cláudia alcançou a graça em 10 de janeiro de 2001, após ser desenganada pelos médicos, quando deu à luz, na Casa de Saúde e Maternidade São José, da cidade de Itabaiana (SE), o seu segundo filho, Gabriel. Após o parto normal, Cláudia foi acometida por uma forte hemorragia que os médicos não conseguiam estancar.
De acordo com os relatos, o médico responsável chegou a colocar compressas para conter o sangramento, e, num período de 18 horas, a paciente foi submetida a três cirurgias, sem sucesso, sendo desenganada. Por isso, a sua recuperação surpreendente é inexplicada pela medicina.
O padre José Almir, que mora na cidade de Nossa Senhora das Dores (SE), foi peça-chave no suposto milagre. Foi ele quem pediu a intercessão da freira sobre o caso de Cláudia. Ao tomar conhecimento da condição da paciente, o padre foi visitá-la para ministrar-lhe a unção dos enfermos.
“Eu perguntei a ela se acreditava que irmã Dulce poderia salvá-la, ela respondeu que sim, por isso pedi à freira que intercedesse pela vida de Cláudia”, conta o padre, que, já em casa, foi informado sobre a melhora do quadro de saúde da mulher, com a suspensão do sangramento.
Ela foi conduzida logo depois para a UTI de um hospital em Aracaju, onde passou por mais uma cirurgia para retirada das compressas. Segundo padre Almir, cerca de três dias depois Cláudia teria recebido alta hospitalar.
O médico Sandro Barral, do Hospital Santo Antonio, que integra as Obras Sociais de Irmã Dulce, disse que o caso foi analisado por mais de dez peritos brasileiros e seis italianos. “Ninguém conseguiu, do ponto de vista da nossa especialidade, explicar o porquê daquela melhora, de forma tão rápida, numa condição tão adversa”, afirmou. Barral também participou das análises periciais.
Beatificação
O processo de beatificação de Irmã Dulce começou a tramitar na Congregação das Causas dos Santos, do Vaticano, em junho de 2001. O milagre, porém, somente foi reconhecido pelo papa Bento 16 em dezembro do ano passado.
A expectativa dos organizadores para a grande festa que está sendo preparada é reunir cerca de 70 mil pessoas na tarde do dia 22, no Parque de Exposições da Bahia, em Salvador, que terá os portões abertos ao meio-dia. Os ingressos estão sendo distribuídos nas paróquias de todo o Estado.
Às 14h, haverá apresentação artística com cerca de 700 alunos do Centro Educacional Santo Antônio, contando a vida e a obra de irmã Dulce. A missa começa às 17h. Cerca de 500 sacerdotes estarão entre os participantes. Uma foto de irmã Dulce ficará à direita de quem olha para o palco, mas só será descerrada durante o rito religioso.
A partir de então, o "Anjo Bom" da Bahia estará a um passo de ser elevada aos altares, na condição de santa. Para tanto, será necessária a confirmação de mais dois milagres, embora os relatos de cura já se espalhem por várias partes do país.