SOTERRADO FALOU COM A NAMORADO NO DESABAMENTO DE PRÉDIO NO RIO DE JANEIRO

PAULO MELO CORUJA NEWS

Soterrado em desabamento no Rio falou com a namorada, diz padrinho 

DO RIO

Soterrado nos destroços dos três prédios que desabaram ontem no centro do Rio, o biólogo Flávio Porrozzi falou com a namorada na madrugada de hoje.
 
A informação foi divulgada por Ricardo Porrozzi, 54, padrinho do biólogo.
"Ela ligou por volta das três horas da madrugada e ele disse "oi, amor"', contou Ricardo, que passou a tarde nos arredores da avenida Treze de Maio tentando encontrar notícias sobre o sobrinho. A ligação caiu logo depois, e a família não consegue mais contato com Flávio.
Segundo Ricardo, Flávio participava de uma palestra sobre informática com técnicos da Petrobras em um dos prédios, que ruiu. Bombeiros trabalham desde a noite de ontem na tentativa de resgatar sobreviventes.
"Por tudo que aconteceu até agora, não posso deixar de acreditar", disse o padrinho do biólogo.
Duas horas depois do desabamento, o ajudante de obras Alexandro Fonseca, 31, foi encontrado pelos bombeiros dentro do elevador de um dos prédios.
Fonseca diz que levava material para o nono andar quando viu o teto desabando. 'A minha primeira reação foi me jogar de volta ao elevador. Ele despencou em queda livre ficando preso entre o terceiro e quarto andar. No andar em que estava não teve explosão, não teve nada. Cheiro, só de tinta", disse.

Beth Santos/Divulgação PCRJ
Equipes buscam vítimas entre escombros de prédios que desabaram no centro do Rio; cães auxiliam buscas
Equipes buscam vítimas entre escombros de prédios que desabaram no centro do Rio; cães auxiliam buscas
DESABAMENTO
Os três prédios localizados ao lado do Theatro Municipal desabaram por volta das 20h30 de ontem. O teatro não foi atingido, mas seu anexo, onde funciona a bilheteria, sofreu danos por causa dos escombros.
Pessoas que estavam em um edifício próximo usaram a luz de seus telefones celulares para chamar a atenção dos bombeiros e buscar socorro. Com as escadas cheias de escombros, não havia como sair. Um grupo de 30 pessoas foi resgatado.
Zelador de um dos prédios, uma das vítimas disse que o edifício Liberdade estava vazio quando houve o desmoronamento, mas de acordo com o analista de sistemas Fernando Amaro, 29, que estava no quarto andar do Liberdade, um grupo de 30 pessoas participava de um treinamento profissional no imóvel.
Às 21h30 houve um princípio de incêndio. De acordo com bombeiros, havia forte cheiro de gás no local. Jornalistas e curiosos foram afastados. Um cordão de isolamento mantinha todos a cerca de um quarteirão do local do desabamento.
Fiscais da CEG (companhia de gás do Rio) foram chamados para fechar as tubulações de gás, por medida de segurança. A empresa informou que não havia registro de reclamações de vazamento de gás no prédio, nem vistoria agendada. A Light desligou o fornecimento de energia nos arredores para evitar incêndios.

Editoria de Arte/Folhapress