PAULO MELO CORUJA NEWS
MP ofereceu denúncia contra ele por ameça ao autor confesso dos tiros.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de
Maringá,
no norte do Paraná, apontou um advogado de 42 anos como suspeito de ser
o mandante do atentado à Câmara Municipal em 2011. Segundo o Ministério
Público (MP) a motivação ainda não foi esclarecida, mas há a suspeita
de intimidação de autoridades e da polícia.
No dia 30 de julho de 2011, um homem na garupa de uma motocicleta
disparou diversos tiros contra a Casa Legislativa durante a madrugada.
Um homem foi preso em março de 2012 e confessou ter sido o autor dos
disparos com o auxílio de um adolescente que dirigia a moto, o qual foi
apreendido na sequência.
O Ministério Público (MP) do Paraná ofereceu uma denúncia contra o advogado na sexta-feira (14), acusando-o de ameaçar o autor confesso dos disparos, que se encontra preso. Em interrogatório, o preso informou à polícia que o advogado foi o mandante do atentado, razão que motivou uma visita do advogado à Casa de Custódia ainda no primeiro semestre de 2012, segundo a denúncia.
O MP sustenta que, na ocasião, o advogado repassou a um cliente também preso no local uma cópia do interrogatório no qual o autor dos disparos denunciou o advogado como mandante do crime. “Com a suposta finalidade de favorecer interesse próprio (...) usando de grave ameaça contra a parte/testemunha (...) para que assim lhe deixasse em situação desfavorável diante dos demais presos, por conta do conteúdo de suas declarações”, afirmou o promotor Laércio de Almeida.
Ainda de acordo com o promotor, o próprio advogado admitiu ter entregado o documento ao cliente, negando ameaça, e sustentando que estava atendendo a um pedido dos presos que gostariam de saber sobre o passado do colega detento. Para o MP, contudo, o advogado agiu sabendo que o autor dos disparos seria discriminado e sofreria represálias dos colegas de cadeia. “Com vontade livre e consciente, agindo em plena liberdade de escolha e assumindo irresponsavelmente os riscos de sua conduta, dolosamente usou de grave ameaça”, afirmou o promotor Almeida.
O cliente que, segundo o MP, recebeu o documento, também foi denunciado pela mesma prática. Se a denúncia for aceita pela Justiça, uma possível condenação pode variar entre um e quatro anos de reclusão, multa, além de pena correspondente à violência.
Outros casos
Exatamente um ano após o atentado à Câmara de Maringá, a casa de um delegado da Polícia Civil de Maringá foi alvo de mais de 20 tiros. O delegado, a esposa dele, e duas filhas estavam na casa no momento, mas ninguém ficou ferido. Ainda em 2012, a delegacia de Paiçandu, que fica a 16 km de Maringá, e a casa de um capitão da Polícia Militar de Maringá foram alvo de tiros durante madrugadas nos meses de março e junho, respectivamente. Ninguém se feriu também nestes casos.
Ainda em 2011, no dia 29 de agosto, a sede da RPC TV Maringá foi alvo
de 15 tiros durante a madrugada. Investigações apontaram que a mesma
arma utilizada no caso da Câmara foi a responsável pelos tiros desta
ocasião. Em outubro, um agência bancária, uma oficina e um carro
estacionado também foram alvejados, em caso investigado pelo delegado
que sofreria o atentado no ano seguinte. Já em novembro, a Câmara de Sarandi, que fica a 12 km de Maringá, também sofreu atentado semelhante sem nenhum ferido.
Advogado é suspeito de ser mandante de atentado à Câmara de Maringá
MP ofereceu denúncia contra ele por ameça ao autor confesso dos tiros.
De acordo com o promotor, ação foi represália por delação do crime.
O Ministério Público (MP) do Paraná ofereceu uma denúncia contra o advogado na sexta-feira (14), acusando-o de ameaçar o autor confesso dos disparos, que se encontra preso. Em interrogatório, o preso informou à polícia que o advogado foi o mandante do atentado, razão que motivou uma visita do advogado à Casa de Custódia ainda no primeiro semestre de 2012, segundo a denúncia.
O MP sustenta que, na ocasião, o advogado repassou a um cliente também preso no local uma cópia do interrogatório no qual o autor dos disparos denunciou o advogado como mandante do crime. “Com a suposta finalidade de favorecer interesse próprio (...) usando de grave ameaça contra a parte/testemunha (...) para que assim lhe deixasse em situação desfavorável diante dos demais presos, por conta do conteúdo de suas declarações”, afirmou o promotor Laércio de Almeida.
Ainda de acordo com o promotor, o próprio advogado admitiu ter entregado o documento ao cliente, negando ameaça, e sustentando que estava atendendo a um pedido dos presos que gostariam de saber sobre o passado do colega detento. Para o MP, contudo, o advogado agiu sabendo que o autor dos disparos seria discriminado e sofreria represálias dos colegas de cadeia. “Com vontade livre e consciente, agindo em plena liberdade de escolha e assumindo irresponsavelmente os riscos de sua conduta, dolosamente usou de grave ameaça”, afirmou o promotor Almeida.
O cliente que, segundo o MP, recebeu o documento, também foi denunciado pela mesma prática. Se a denúncia for aceita pela Justiça, uma possível condenação pode variar entre um e quatro anos de reclusão, multa, além de pena correspondente à violência.
Outros casos
Exatamente um ano após o atentado à Câmara de Maringá, a casa de um delegado da Polícia Civil de Maringá foi alvo de mais de 20 tiros. O delegado, a esposa dele, e duas filhas estavam na casa no momento, mas ninguém ficou ferido. Ainda em 2012, a delegacia de Paiçandu, que fica a 16 km de Maringá, e a casa de um capitão da Polícia Militar de Maringá foram alvo de tiros durante madrugadas nos meses de março e junho, respectivamente. Ninguém se feriu também nestes casos.