BLOG DO BETO
Novo comandante do CPC foi sugerido por Osmar Dias
O coronel Scheremeta é o novo comandante do Comando de
Policiamento do Capital (CPC). Ele tomou posse há pouco. Substitui o
coronel Costa. Scheremeta foi indicado pelo senador Osmar Dias (PDT) ao
governador Orlando Pessuti (PMDB). Isso também é política!
Beto Richa promete criar agência de Desenvolvimento do Agronegócio
Das assessoria de imprensa do candidato ao governo Beto
Richa (PSDB):
O candidato da Coligação Novo Paraná ao Governo do Estado, Beto Richa, comprometeu-se nesta segunda-feira com a criação da Agência de Desenvolvimento do Agronegócio e a instituição de um fórum permanente para a agricultura. Richa anunciou ainda que as propostas da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) foram integralmente incorporadas a seu programa de governo.
Beto apresentou suas propostas para o agronegócio em encontro com mais de 400 lideranças de sindicatos rurais do Estado, na manhã desta segunda-feira (19). Ele ressaltou que fará uma gestão voltada para o diálogo, marcada pela serenidade e o equilíbrio nas relações com a sociedade, a iniciativa privada e entidades representativas.
Beto enfatizou seu compromisso de fazer valer a segurança e a estabilidade no campo. “O ideal é evitar invasões, com diálogo e políticas públicas. Mas os mandados de reintegração de posse determinados pela Justiça serão cumpridos”, afirmou.
O candidato da Coligação Novo Paraná ao Governo do Estado, Beto Richa, comprometeu-se nesta segunda-feira com a criação da Agência de Desenvolvimento do Agronegócio e a instituição de um fórum permanente para a agricultura. Richa anunciou ainda que as propostas da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) foram integralmente incorporadas a seu programa de governo.
Beto apresentou suas propostas para o agronegócio em encontro com mais de 400 lideranças de sindicatos rurais do Estado, na manhã desta segunda-feira (19). Ele ressaltou que fará uma gestão voltada para o diálogo, marcada pela serenidade e o equilíbrio nas relações com a sociedade, a iniciativa privada e entidades representativas.
Beto enfatizou seu compromisso de fazer valer a segurança e a estabilidade no campo. “O ideal é evitar invasões, com diálogo e políticas públicas. Mas os mandados de reintegração de posse determinados pela Justiça serão cumpridos”, afirmou.
Sem pretensões políticas
Recebemos a seguinte mensagem de Ligia Gabrielli:
O Jornal Mercosul, Canal 21, mostrou na edição de hoje que durante o lançamento do Prêmio Fani Lerner, em Curitiba, o ex-governador do Paraná, Jaime Lerner fez questão de afirmar que não quer mais voltar à política
local. Ele garantiu que não está filiado a partido político e que não disputará novos mandatos. Mesmo cogitado constantemente para assumir secretarias e pastas especiais em governos de outros estados, afirmou que pretende continuar fazendo projetos pontuais: “Me dedico mais a ajudar as cidades que precisam melhorar a qualidade de vida – e estou muito feliz fazendo isso”.
O Jornal Mercosul, Canal 21, mostrou na edição de hoje que durante o lançamento do Prêmio Fani Lerner, em Curitiba, o ex-governador do Paraná, Jaime Lerner fez questão de afirmar que não quer mais voltar à política
local. Ele garantiu que não está filiado a partido político e que não disputará novos mandatos. Mesmo cogitado constantemente para assumir secretarias e pastas especiais em governos de outros estados, afirmou que pretende continuar fazendo projetos pontuais: “Me dedico mais a ajudar as cidades que precisam melhorar a qualidade de vida – e estou muito feliz fazendo isso”.
Menos vida que trabalho
Quem ficou abismado com a história da boca-rica dos cartorários,
que só veio à tona por conta do Conselho Nacional de Justiça, saiba que
na província tem funcionário público do andar de cima que tem mais
tempo de serviço do que de idade. Isso por conta das vantagens que
acrescentam tempo fictício para contagem de aposentadoria.
Expressionante!
Cachorro do Ano
Vai ter votação para o concurso “Cachorro do Ano” deste blog.
Será em outubro. Só há uma regra para este pleito: vence quem morde
mais. Prêmios: desprezo generalizado e uma passagem só de ida para a
Casa do Chapéu, para não dizer outra coisa.
PARA NUNCA ESQUECER
Lucio Maia em Garanhuns (PE) - Fotos de
Ricardo Silva
Lucio Maia é Jackson Bandeira. Lucio Maia é o guitarrista da Nação
Zumbi. Lucio Maia é Chico Science. Lucio Maia é Jimi Hendrix. Lucio Maia
é Maquinado. Assim, colocou no ar “Homem Binário” e “Mundialmente
Anônimo – O magnético sangramento da existência”, discos solos e
voadores. Lucio José Maia Oliveira é recifense, saiu do mangue cósmico
para a Terra em 1971. Maracatu atômico e lisérgico seria uma das
traduções para o som que ele tira da guitarra. Quem não conhece, está
perdendo. O que? Vai lá: “Misturar, confundir e transformar é preciso. A
feijoada, a tropicália, o afrobeat, o gol de bicicleta, o Kraftwerk, o
Mané Garrincha, o Moacir Santos, o Moebius, o cachorro vira-lata, ‘Pulp
Fiction e milhares de outras maravilhas do mundo estão aí pra desfazer
qualquer dúvida. O Maquinado é mistura, confusão, transformação” . Está
no http://www.myspace.com/maquinado
. Para zuretar. Porque é preciso.Para sair na foto, caçada a laço
Na semana passada, no encontro de prefeitos com Dilma Rousseff
(PT), patrocinado pela coligação que apoia Osmar Dias (PDT), a ocasião
foi aproveitada para que fossem feitas fotos com os candidatos. Uma
lista atravessou a fronteira e caiu no colo dos adversários. A
informação é a de que a maioria posou ao lado da candidata a presidente e
também de Gleisi Hoffmann, candidata ao Senado. Mas 82 dos 204
prefeitos presentes não ficaram ao lado do candidato ao governo. Por
isso, depois de quarta, teve início uma caçada por telefone para o
convencimento. Isso é campanha!
E dá-lhe Joana!
de Nelson Padrella
A donzela de Órleans estava acorrentada ao madeiro. As chamas já ganhavam força e os paus começavam a crepitar. Ao redor, uma multidão de ignorantes, gente do campo em sua maioria. Então, algo maravilhoso aconteceu.
Cada elo da corrente transformou-se em rosas brancas, que dançaram um instante sobre o populacho e depois tudo desapareceu. A guerreira pairou no ar, como sustentada por braços invisíveis e depois começou a descer lentamente os degraus sem queimar-se nas labaredas que lambiam suas vestes.
Junto ao povo, olhando para o alto como se estivesse vendo alguma figura alada, ela disse:
- Os demônios inimigos da Igreja de Cristo têm mil faces e mil maneiras de enganar. Eles se escondem em criaturas insuspeitas para praticarem crimes contra a Igreja. Mas eu vos digo, povo de França, que três poderosos demônios dominam nesse momento todo o planeta. O pior deles é o próprio Papa, que com os reis de França e da Inglaterra, que são os outros dois demônios, me condenaram ao suplício do fogo.
As pessoas afastavam-se, assustadas com tudo aquilo. Sussurravam, falavam em buscar o rei para justiçá-la.
Foi quando uma seta vinda não se sabe de onde atravessou o pescoço da guerreira. Ali mesmo foi morta com forcados e outros instrumentos de lavoura e atirada de volta ao formidável fogaréu.
A donzela de Órleans estava acorrentada ao madeiro. As chamas já ganhavam força e os paus começavam a crepitar. Ao redor, uma multidão de ignorantes, gente do campo em sua maioria. Então, algo maravilhoso aconteceu.
Cada elo da corrente transformou-se em rosas brancas, que dançaram um instante sobre o populacho e depois tudo desapareceu. A guerreira pairou no ar, como sustentada por braços invisíveis e depois começou a descer lentamente os degraus sem queimar-se nas labaredas que lambiam suas vestes.
Junto ao povo, olhando para o alto como se estivesse vendo alguma figura alada, ela disse:
- Os demônios inimigos da Igreja de Cristo têm mil faces e mil maneiras de enganar. Eles se escondem em criaturas insuspeitas para praticarem crimes contra a Igreja. Mas eu vos digo, povo de França, que três poderosos demônios dominam nesse momento todo o planeta. O pior deles é o próprio Papa, que com os reis de França e da Inglaterra, que são os outros dois demônios, me condenaram ao suplício do fogo.
As pessoas afastavam-se, assustadas com tudo aquilo. Sussurravam, falavam em buscar o rei para justiçá-la.
Foi quando uma seta vinda não se sabe de onde atravessou o pescoço da guerreira. Ali mesmo foi morta com forcados e outros instrumentos de lavoura e atirada de volta ao formidável fogaréu.
Índice de mortalidade
Se, de repente, todos os médicos do mundo contraíssem um mal
altamente contagiante e se dessem as mãos, o índice de mortalidade leiga
cairia em 70%. (Ivan Lessa)
No tiroteio
Do ombudsman:
A violência está tão desenfreada que até os jornalistas ficam perdidos no meio do tiroteio, como se lê nesta pequena matéria do site da RPC cujo título é “Rapaz é morto e outro é gravemente ferido na frente de casa enquanto conversavam”:
Na noite de sábado, às 20h35, dois homens foram mortos com disparos de arma de fogo na rua Condor, em Campo Largo, enquanto conversavam na frente de casa. Paulo Lourenço da Silva, 35 anos, levou cinco tiros no tórax e morreu na hora. O outro, Christofer Jean de Cristo Amarante, 20 anos, levou dois tiros e foi encaminhado, em estado grave, ao Hospital do Trabalhador. Um veículo, que ainda não foi identificado, passou atirando em frente ao local, não só nos amigos como também na moto vermelha de Silva, que estava estacionada perto deles. Os policiais encontraram uma arma calibre 38 presa no cinto de Silva e várias cápsulas de pistola 9 milímetros no chão do local. A suspeita é de briga por envolvimento com tráfico de drogas. Até a noite de domingo, ninguém foi preso e Amarante continuava internado, em estado grave.
A violência está tão desenfreada que até os jornalistas ficam perdidos no meio do tiroteio, como se lê nesta pequena matéria do site da RPC cujo título é “Rapaz é morto e outro é gravemente ferido na frente de casa enquanto conversavam”:
Na noite de sábado, às 20h35, dois homens foram mortos com disparos de arma de fogo na rua Condor, em Campo Largo, enquanto conversavam na frente de casa. Paulo Lourenço da Silva, 35 anos, levou cinco tiros no tórax e morreu na hora. O outro, Christofer Jean de Cristo Amarante, 20 anos, levou dois tiros e foi encaminhado, em estado grave, ao Hospital do Trabalhador. Um veículo, que ainda não foi identificado, passou atirando em frente ao local, não só nos amigos como também na moto vermelha de Silva, que estava estacionada perto deles. Os policiais encontraram uma arma calibre 38 presa no cinto de Silva e várias cápsulas de pistola 9 milímetros no chão do local. A suspeita é de briga por envolvimento com tráfico de drogas. Até a noite de domingo, ninguém foi preso e Amarante continuava internado, em estado grave.
Nova Ordem
Depois de recente acontecimento de pugilato em público, a turma
do veneno da capital provinciana criou a “Ordem Ciro Frare”, cuja
primeira comenda foi endereçada a Rubens Bueno. O chanceler é o
governador Orlando Pessuti. O conselho consultivo, por enquanto, é
formado pelos seguintes integrantes: Jaime Lerner, Mario Pereira, José
Cid Campêlo Filho, Regina Pessuti, Caio Brandão, Gustavo Fruet e Alvaro
Dias.
Regininha
Do Goela de Ouro:
Quando está entre os mais chegados, o ex-governador Roberto Requião só se refere à primeira dama Regina Pessuti como “Regininha Poltergeist”.
Quando está entre os mais chegados, o ex-governador Roberto Requião só se refere à primeira dama Regina Pessuti como “Regininha Poltergeist”.
Dinheiro!
Agora se sabe porque toda semana se inaugura uma nova loja de
colchões em Curitiba. Basta dar uma olhada na lista dos candidatos que
guarda dinheiro vivo em casa.
Help
Pouco antes de colocar Curitiba na linha de tiro das cidades com
problemas sérios para a realização dos jogos da Copa do Mundo de 2014,
Ricardo Teixeira, presidente da CBF, telefonou da África do Sul para o
ex-prefeito Beto Richa, agora candidato ao governo do Paraná, e pediu
ajuda. O tucano vai conversar pessoalmente com o cartola assim que sua
agenda de campanha der uma folga.
Pamonha underground
de Rogério Pereira, publicado no site “Vida
Breve” (http://vidabreve.com)
Não tenho a menor ideia de quando a surdez me engalfinhou. Simplesmente aconteceu. Acordei e o silêncio envolvia-me no catre ao lado do irmão. Os sons não penetravam meus ouvidos. Na infância — este depósito de ilusões — com certeza. Não havia discos. Nossa casa sustentava-se em silêncios e ausências. A música quase nunca nos visitava. A não ser a do vendedor de pamonha nos sábados pela manhã; ou a do caminhão do gás. Um dia, encontrei o único disco do pai no vão da janela a estorricar sob a réstia impiedosa do sol. Tentei salvá-lo. Não que tivesse algum amor por aquela bolacha negra e fina, pouquíssimas vezes escutada. Mas o pai poderia ficar bravo ou triste. Não deu tempo. O disquinho, do grupo Os reis do fandango, tornou-se uma roda disforme, empenada, sem qualquer rumo. Na vitrola, a voz saía sufocada, como se os músicos aprisionados no calor do LP derretido estivessem no inferno a pedir clemência ao demônio.
Ilustração: Tereza Yamashita
Quando a morena de mãos delicadas e corpo delineado à perfeição
perguntou-me se eu estava animado com a vinda do Lou Reed ao Brasil, fiz
cara de pamonha recém-cozida. Minha ignorância deve ter pintado um
quadro terrível nos vincos do rosto. Ela, gentil e bela, explicou-me: “o
músico, Lou Reed, genial, estará na Flip”. Não sei quem é Lou Reed,
nunca fui à Flip. Às vezes, este mundo me parece um lugar excessivamente
irônico para se viver (e morrer). Ainda mais para um ser ignorante,
daltônico e surdo.Não tenho a menor ideia de quando a surdez me engalfinhou. Simplesmente aconteceu. Acordei e o silêncio envolvia-me no catre ao lado do irmão. Os sons não penetravam meus ouvidos. Na infância — este depósito de ilusões — com certeza. Não havia discos. Nossa casa sustentava-se em silêncios e ausências. A música quase nunca nos visitava. A não ser a do vendedor de pamonha nos sábados pela manhã; ou a do caminhão do gás. Um dia, encontrei o único disco do pai no vão da janela a estorricar sob a réstia impiedosa do sol. Tentei salvá-lo. Não que tivesse algum amor por aquela bolacha negra e fina, pouquíssimas vezes escutada. Mas o pai poderia ficar bravo ou triste. Não deu tempo. O disquinho, do grupo Os reis do fandango, tornou-se uma roda disforme, empenada, sem qualquer rumo. Na vitrola, a voz saía sufocada, como se os músicos aprisionados no calor do LP derretido estivessem no inferno a pedir clemência ao demônio.
Plástica pra nada
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica informa: no ano
passado foram realizadas 443 mil cirurgias estéticas no país, cerca de
uma a cada minuto, segundo revela o jornalista Lauro Jardim, na Veja. E,
a cada dia, o país fica mais feio e triste.
Psicopatas
Os psicopatas podem permanecer por muito tempo ou até uma vida
inteira sem serem descobertos. Em sua grande maioria, eles não são
assassinos e vivem como se fossem pessoas comuns. Têm alto poder
destrutivo, manipulam e passam por cima de qualquer pessoa para
satisfazer seus próprios interesses.
Da propaganda do livro “Mentes Perigosas: O Psicopata Mora ao Lado“, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, lançado em 2008
Da propaganda do livro “Mentes Perigosas: O Psicopata Mora ao Lado“, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, lançado em 2008
Na taba!
As declarações amalucadas de Indio da Costa, em vídeo dos
tucanos, onde o vice de José Serra afirmou que o PT é ligado
ao narcotráfico e à guerrilha colombiana e que Dilma Rousseff é “ateia e
esfinge do pau oco”, confirmam que essa eleição vai ser como aquele
incêndio que começou na taba e depois queimou a floresta toda.
HORÓSCOPO
por Zé da Silva
Capricórnio
A bicicleta tinha a cor laranja. Aro 28. Freio no pé. Foi o primeiro veículo do menino. Comprou com o dinheiro que juntou trabalhando no boteco que ficava do outro lado da esquina onde morava. Ali também aprendeu a dar tacadas fortes no bilhar. A bicicleta era tão sonhada quanto, anos antes, o par de revólveres prateados, e com cinturão e cartucheira, da Estrela. Coisa de Roy Rogers, Patrulheiros Toddy e Zorro, o do cavalo Silver e amigo do Tonto. Nunca teve os revólveres, mas um dia atirou sem querer com o do pai, de verdade, dentro do quarto. Ninguém nunca soube, apesar de ter arrancado lascas de madeira de um dos pés de uma pequena mesa. A bicicleta era outra coisa. Era real a magrela. E ele cumpria um ritual aproveitar sua máquina. Como morava numa pirambeira com ruas de terra, ia todo final de tarde para a que ficava ao lado da igreja do bairro. Ali a pista era plana, longa e nunca passava carro. Ele pedalava com todo o vigor da idade. E via passar a igreja de um lado e um enorme terreno baldio e com mato do outro. Mais acima, ainda via parte das traves do campo de futebol de terra batida do time da vila. Fez isso durante muito tempo. E já dominava derrapadas controladas levantandao poeira quando teve de vender a magrela. Ele não lembra mais o motivo. Já se passaram muitos anos. Talvez fosse necessário para um aperto financeiro da família. Talvez porque enjoou da brincadeira. Teve muitas bicicletas depois. Carros, motos. Um dia voltou ao local onde morou. Na casa cortaram até o pé de ipê amarelo que plantou. A igreja continua lá, mas as ruas estão todas asfaltadas e a maioria dos moradores tem carro. Não existe mais terreno baldio e o campo de futebol desapareceu. Mas o sinal da cruz que ele fez ao ver a cruz da igreja foi com a mesma intensidade do que quando fazia ao chegar naquela rua de terra. E fazia isso pedalando e controlando o guidão com a mão esquerda. Porque era o dono do seu pequeno e maravilhoso mundo.
Capricórnio
A bicicleta tinha a cor laranja. Aro 28. Freio no pé. Foi o primeiro veículo do menino. Comprou com o dinheiro que juntou trabalhando no boteco que ficava do outro lado da esquina onde morava. Ali também aprendeu a dar tacadas fortes no bilhar. A bicicleta era tão sonhada quanto, anos antes, o par de revólveres prateados, e com cinturão e cartucheira, da Estrela. Coisa de Roy Rogers, Patrulheiros Toddy e Zorro, o do cavalo Silver e amigo do Tonto. Nunca teve os revólveres, mas um dia atirou sem querer com o do pai, de verdade, dentro do quarto. Ninguém nunca soube, apesar de ter arrancado lascas de madeira de um dos pés de uma pequena mesa. A bicicleta era outra coisa. Era real a magrela. E ele cumpria um ritual aproveitar sua máquina. Como morava numa pirambeira com ruas de terra, ia todo final de tarde para a que ficava ao lado da igreja do bairro. Ali a pista era plana, longa e nunca passava carro. Ele pedalava com todo o vigor da idade. E via passar a igreja de um lado e um enorme terreno baldio e com mato do outro. Mais acima, ainda via parte das traves do campo de futebol de terra batida do time da vila. Fez isso durante muito tempo. E já dominava derrapadas controladas levantandao poeira quando teve de vender a magrela. Ele não lembra mais o motivo. Já se passaram muitos anos. Talvez fosse necessário para um aperto financeiro da família. Talvez porque enjoou da brincadeira. Teve muitas bicicletas depois. Carros, motos. Um dia voltou ao local onde morou. Na casa cortaram até o pé de ipê amarelo que plantou. A igreja continua lá, mas as ruas estão todas asfaltadas e a maioria dos moradores tem carro. Não existe mais terreno baldio e o campo de futebol desapareceu. Mas o sinal da cruz que ele fez ao ver a cruz da igreja foi com a mesma intensidade do que quando fazia ao chegar naquela rua de terra. E fazia isso pedalando e controlando o guidão com a mão esquerda. Porque era o dono do seu pequeno e maravilhoso mundo.
Rua Riachuelo, 407
ensagem enviada pelo chapa Gerson Guelmann:
O jornalista José Carlos Fernandes está publicando na Gazeta do Povo uma série de matérias sobre os imóveis de interesse histórico da rua Riachuelo, que está sendo revitalizada. Nas pesquisas chegou à casa 407, onde moraram judeus cujos descendentes falaram no meu avô Salomão. Como alguns dias antes ele mesmo havia feito matéria com a Sabina Wahrhaftig, que também falou nele, ficou curioso sobre o papel desempenhado pelo vovô na comunidade e me procurou para que contasse um pouco sobre ele.
O jornalista José Carlos Fernandes está publicando na Gazeta do Povo uma série de matérias sobre os imóveis de interesse histórico da rua Riachuelo, que está sendo revitalizada. Nas pesquisas chegou à casa 407, onde moraram judeus cujos descendentes falaram no meu avô Salomão. Como alguns dias antes ele mesmo havia feito matéria com a Sabina Wahrhaftig, que também falou nele, ficou curioso sobre o papel desempenhado pelo vovô na comunidade e me procurou para que contasse um pouco sobre ele.
Deferimento para um, diligências para outro
A assessoria de imprensa do candidato Osmar Dias informa:
O Ministério Público Eleitoral deu parecer favorável ao deferimento do registro de candidatura de Osmar Dias, da coligação A união faz um novo Amanhã (PDT, PMDB, PT, PSC, PR, PC do B) ao governo do Paraná. Quanto ao pedido de registro de candidatura do candidato ao governo pelo PSDB, Beto Richa, o parecer foi pelo requerimento de diligências para esclarecimento de algumas pendências na documentação apresentada à Justiça Eleitoral.
O Ministério Público Eleitoral deu parecer favorável ao deferimento do registro de candidatura de Osmar Dias, da coligação A união faz um novo Amanhã (PDT, PMDB, PT, PSC, PR, PC do B) ao governo do Paraná. Quanto ao pedido de registro de candidatura do candidato ao governo pelo PSDB, Beto Richa, o parecer foi pelo requerimento de diligências para esclarecimento de algumas pendências na documentação apresentada à Justiça Eleitoral.
Locomoção
Do Filósofo do Centro Cínico:
O Dentatran informa que nos últimos cinco anos dobrou o número de motos nas cidades brasileiras. Em quase metade delas há mais veículos motorizados de duas rodas do que automóvies. Aguarda-se agora o levantamento para se saber qual a quantidade de [pvp que se locomove movido por ferraduras próprias.
O Dentatran informa que nos últimos cinco anos dobrou o número de motos nas cidades brasileiras. Em quase metade delas há mais veículos motorizados de duas rodas do que automóvies. Aguarda-se agora o levantamento para se saber qual a quantidade de [pvp que se locomove movido por ferraduras próprias.
Três fortunas
O Paraná tem três candidatos entre os 20 mais ricos que vão
disputar as eleições de outubro, segundo reportagem da Folha de São
Paulo. Marcelo Almeida, que concorre à reeleição para a Câmara Federal,
está em segundo lugar e só perde para Guilherme Leal, vice de Marina
Silva e um dos donos da Natura. Almeida tem uma fortuna de R$ 683
milhões. Os outros paranaenses são os também deputados federais Alfredo
Kaeffer (95 milhões) e João Destro (48 milhões).
Todos e as leis
Todos são iguais perante a lei. O problema é que as leis ainda
não sabem direito o que querem. (Ivan Lessa)
Drogas
Editorial da edição de hoje do jornal Folha de São Paulo:
Liberar ou não
Defensores e adversários da legalização das drogas esgrimem bons argumentos num debate que merece ser ampliado sem hipocrisias
A iniciativa de um grupo de neurocientistas brasileiros de pedir a legalização da maconha tem o mérito de provocar o debate sobre o tema do veto ou liberação das drogas, para o qual não parece haver solução perfeita.
A linha proibicionista, que tem sido a dominante no mundo desde o início do século passado, esgrime um argumento de peso em sua defesa: proibir impede que um número maior de pessoas se exponha a substâncias que provocam dependência, não raro com impactos bastante deletérios para o indivíduo e a sociedade.
Alguns números ilustram bem a situação. No Brasil, pesquisa realizada em 2005 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), órgão ligado à Unifesp, mostrou que 75% da população entre 12 e 65 anos já havia feito uso de álcool ao menos uma vez na vida, com a proporção dos que podem ser considerados alcoólatras chegando a 12,3%.
Em 2008, o Undoc, a agência da ONU encarregada do combate às drogas e ao crime, estimou que os usuários de todas as drogas ilícitas no mundo não passavam de 5% da população entre 15 e 64 anos, e a parcela dos que podem ser considerados dependentes fica abaixo de 0,6%.
Liberar ou não
Defensores e adversários da legalização das drogas esgrimem bons argumentos num debate que merece ser ampliado sem hipocrisias
A iniciativa de um grupo de neurocientistas brasileiros de pedir a legalização da maconha tem o mérito de provocar o debate sobre o tema do veto ou liberação das drogas, para o qual não parece haver solução perfeita.
A linha proibicionista, que tem sido a dominante no mundo desde o início do século passado, esgrime um argumento de peso em sua defesa: proibir impede que um número maior de pessoas se exponha a substâncias que provocam dependência, não raro com impactos bastante deletérios para o indivíduo e a sociedade.
Alguns números ilustram bem a situação. No Brasil, pesquisa realizada em 2005 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), órgão ligado à Unifesp, mostrou que 75% da população entre 12 e 65 anos já havia feito uso de álcool ao menos uma vez na vida, com a proporção dos que podem ser considerados alcoólatras chegando a 12,3%.
Em 2008, o Undoc, a agência da ONU encarregada do combate às drogas e ao crime, estimou que os usuários de todas as drogas ilícitas no mundo não passavam de 5% da população entre 15 e 64 anos, e a parcela dos que podem ser considerados dependentes fica abaixo de 0,6%.
